ALEISTER CROWLEY & FERNANDO AIWASS LIGVORI E A MAGIA SEXUAL DA ORDO TEMPLI ORIENTIS parteI


CAROS LEITORES;

Nós do blog Spider Master conseguimos uma cópia literaria de um documento do mago ALEISTER CROWLEY, sendo assim, o publicamos em nosso blogger;
Nenhuma informação divulgadas nesse post foi editada, mudamos apenas a fonte para facilitar a leitura desse arquivo. 





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ALEISTER CROWLEY
&
FERNANDO AIWASS LIGVORI

E A
MAGIA SEXUAL DA
ORDO TEMPLI ORIENTIS
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parteI













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SATVRNVS I(11)
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“EU quero além do mais que tu aprendas, meu querido Filho, a reta Arte de Conduta para
com aqueles que Eu te darei para Iniciação. E a Regra aí é uma Regra Única: Faze o que tu
deverá ser o todo da Lei. Cuida Constantemente de que esta não seja quebrada; especialmente
naquela sua Seção (assim ouso dizer) que reza: Trata da Tua Vida. Isto se aplica igualmente a
todos, e o mais perigoso dos Homens (ou das Mulheres, como tem ocorrido, ou Eu erro) é o
Intrometido. Ó como nos envergonhamos, e como nos indignamos com os Pecados e as Tolices
dos nossos Semelhantes! De todas as Manifestações desta Mazela, a mais comum é o Desejo
Sexual insatisfeito; e tu sabes já, mesmo em tua tenra Experiência, como naquele Delírio o
Bem-Estar do Universo inteiro parece insignificante. Desprende portanto teus Bebês daquela
Infantilidade, e instila o senso de verdadeira Proporção. Pois em verdade este é um Caminho de
Loucura, o Amor, a não ser que seja sob Vontade. E curar esta Loucura não é tão bom quanto
prevÊ-la; de forma que tu deverias prevenir estas Crianças, mostrando-lhes a reta Importância
do Amor: como este deve ser um Rito sagrado, exaltado acima da Personalidade, e um Fogo
para iluminar e servir o Homem, não para devorá-lo.”
Aleister Crowley
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Prefácio
Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei
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“É somente quando a consciência se retira do instrumento de desejo (o falo) que o espírito está
livre para manifestar-se na forma consoante com o objetivo do rito mágico. O falo (o leão) é para
Vontade Mágica o que o Sol é para Sírius; ele é um reflexo na esfera mundana da inteligência transterrestre.”
Kenneth Grant
Um dos motivos por querer escrever esse ensaio foi, ou melhor, é a maneira de como a
sexualidade ritualística é encarada até hoje. Não é somente na sexualidade ritualística que
se encontra o medo dogmático levado ao extremo, causando assim, fobias sexuais e
neuroses.
A castração psíquica sexual não envolve somente a Magia Sexual, pelo contrário, a
Magia Sexual é bem menos açoitada pelo seu mínimo conhecimento da população em
geral, porém, o sexo em si foi e é motivo de perseguição até hoje.
O ato do sexo é o que faz a vida se manifestar, o poder criativo que tudo subjuga no
Cosmo e que criou o próprio Cosmo.
O útero é o local sagrado onde o milagre da criação é encenado, ou seja, o sacrifício da
semente do homem é despejado em louvor a Deusa.
Mesmo nos dias de hoje o direito humano é negado e esse ensaio luta pela liberdade de
expressão sexual.
Embora o tema social da sexualidade não seja amplamente estudado neste ensaio – pois
ele toma frente ao estudo mágico da sexualidade – ele é descrito nas entrelinhas.
Sempre que um seguidor e praticante dos Antigos Mistérios toma sua ação de liberdade
em divulgar sua filosofia e praticá-la, logo é tomado por críticas por aqueles dogmáticos
que acreditam no pecado original. A velha história sempre aparece: “a adoração do diabo”
inventada pela Igreja Romana.
Ninguém reclama quando muçulmanos constroem uma mesquita ou um Templo
Hindu é construído em uma comunidade de maioria católica, para atender aos seus fiéis,
mas basta um grupo de praticantes dos antigos Mistérios acender uma fogueira no topo de
uma colina para celebrar Beltane1 que os moradores do local se levantam em protesto.
Ninguém comenta nos jornais quando uma procissão sai às ruas para comemorar o Ano-
Novo chinês ou o fim do Ramadan2, ou um festival de Ganesha. Porém, se um grupo
ocultista realiza um festival para celebrar suas crenças, a imprensa sensacionalista está lá,
junto a grupos que se dizem cristãos, com seus cartazes denunciando algo que já era
sagrado muito antes da cristandade existir e seus membros começarem a queimar livros,
1 Um dos quatro grandes Sabhatts, celebrado no hemisfério norte em 12 de maio.
2 Nono mês no ano lunar muçulmano em que os fiéis fazem jejum no nascer e pôr-do-sol.
4
registros e material de valor inestimável, só porque celebravam um estilo de vida diferente
do seu.
Um ponto significativo deve ser tratado nessa introdução. Vivemos em um país cristão
[o mais católico do mundo] e todos sabem que o homem é o que é o seu meio social, claro,
existindo suas exceções. A maneira como pensamos e nos comportamos está condicionada
por onde e como vivemos. No que diz respeito ao sexo, praticamente em todos os lugares,
ele é tolerado ou condenado.
Isso existe em todos os ramos do conhecimento. Quase sempre o que é ruim para o
ocidental e bom para o oriental.
No oriente o sexo é tratado de maneira, digamos, “madura”, ou seja, lá [no oriente] o
sexo é visto como um presente da divindade e quase sempre faz parte dos ritos religiosos e
faz parte também da cultura social em si.
Há pouco tempo em Juiz de Fora e em cidades ao redor uma lei foi aprovada, o
homossexualismo aberto. Agora, todo homem que gostar de outro homem ou o mesmo
para mulher, pode andar a vontade, abraçado e beijando como um casal de namorados
heterossexuais.
Isso foi motivo de escândalo para a sociedade cristã que não se rebelou por medo,
porém, como em toda a parte em que a cultura dogmática domina, só se falava no
“absurdo”.
O que eles não sabem (e até ignoram que não sabem) é que isso é normal em países
orientais.
O que quero passar é que não há dogmas na sexualidade (ou pelo menos não deveria
haver), ou seja, ela deve ser encarada como é, livre e sem preconceitos, apenas segue seu
curso.
Nessa sociedade [dogmática], o fator “aceitação” é o mais difícil. Ele até existe, porém,
podemos dizer que “passa seco pela garganta”. O ser humano [dogmático], não aceita seu
próximo. Eu mesmo conheço mulheres brancas que quando são elogiadas por homens
brancos sentem-se maravilhadas e quando são elogiadas por homens negros sentem-se
ofendidas e dizem: “esses negros não enxergam seu lugar”. Esses, que assim o fazem, estão
cavando sua fossa e deveriam ser jogados aos cães, afinal, todo homem e toda mulher é uma
estrela...
Um fator extremo também, no nosso caso, é o uso indevido da corrente sexual.
A energia sexual é a energia da criação, ou seja, é a força mais poderosa do universo.
Sendo assim, é necessário um amplo treinamento interno para poder utilizar essa energia
com a devida eficiência.
Esse treinamento consiste em Hatta Yôga, meditações, vocalizações e etc.
Então seria bom que o iniciante soubesse que o uso indevido dessa força pode trazer
catástrofes sexuais sérias como problemas nos órgãos sexuais, incapacidade sexual e
doenças...
A AIDS assola o mundo. Ora, Magia Sexual não se pratica de camisinha. Assim indico
ao leitor (se esse não for um iniciado) que pelo menos antes de praticar a Magia Sexual com
5
alguém, tenha plena confiança nessa pessoa, exija exames médicos com intervalos de três
meses. Um iniciado sabe que para se praticar “bem” a Magia Sexual, necessita estar com
uma Sacerdotisa Iniciada na arte, ou seja, no caso da O.T.O., que ela faça parte do Soberano
Santuário da Gnosis.3
Não que não possa praticar com uma iniciada, porém, seria ótimo se a Shakti fosse uma.
O perigo não só da AIDS, mas também de outras DST [doenças sexualmente
transmissíveis] pode estragar um trabalho na “Grande Obra”. O sexo é divino e um presente
dos Deuses, sendo assim, ele deve ser oferecido a Eles, mas para isso, é necessário estar
limpo...
Opus Gnosticum Liber vem ao público como um material de pesquisa referente a Magia
Sexual tão difundida nas verdadeiras escolas de mistérios.
Este tema até hoje tem sido mantido em segredo e o próprio Crowley nos diz da
seguinte maneira em um de seus comentários4 a respeito de Liber Ágape5: “Este segredo
encerra a verdadeira chave da magia, quer dizer, por meio da utilização correta deste segredo, o
homem pode impor sua Vontade à natureza, e ainda que todo conhecimento registrado fosse
destruído, seria possível para um adepto, em poder deste segredo, restaurar o conhecimento.”
O próprio Crowley nos diz que o supremo segredo da O.T.O. está contido no Liber
citado acima e no capítulo XXXVI do Liber CCCXXXIII (333), falsamente chamado de Livro
das mentiras.6
Adentraremos no segredo máximo do Santuário da Gnosis, estudaremos a jóia do IX°
Ordo Templi Orientis e assim quem sabe o segredo de Liber Ágape se torne difundido para
que o ser humano possa perceber a maravilha que é o Templo, a Mulher, o Cálice na Mão
de Nossa Senhora BABALON...
Aqui encontra-se o segredo da eucaristia de um só Elemento, o elemento dos elementos,
o que conhecemos com o termo de elixir da longa vida.
Desfrute com deleite mágico e tome sua fartura de amor assim como está escrito em
nosso santo livro entregue ao profeta. Neste livro encontramos a citação: “Vê ! Isto é
revelado por Aiwass o ministro de Hoor-Paar-Kraat. O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs.
Adore então o Khabs, e contemple minha luz derramada sobre vós !”
Sobre esta passagem em nosso Livro Santo Kenneth Grant afirma o seguinte: “Khabs é
uma palavra egípcia que significa ‘estrela’, e o Khu é a essência ou o poder mágico feminino. A
3 O leitor é levado a consultar Liber AL vel Legis, cap. I: 51: Há quatro portões para um palácio; o chão desse palácio é de
prata e ouro; lápis lazuli & jaspe estão lá; e todos os aromas raros; jasmim & rosa, e os emblemas da morte. Que ele entre por
partes ou de uma só vez nos quatro portões; que ele fique de pé sobre o chão do palácio. Ele não afundará? Amn. Ho!
guerreiro, se teu servidor afundar? Mas há meios e meios. Sede festivos, portanto: vesti-vos todos em fina roupa; comei ricas
comidas e bebei doces vinhos e vinhos que espumam! Também, tomai vossa fartura e vontade de amor como vós quiserdes,
quando, onde e com quem vós quiserdes! Mas sempre para mim.
Se isto não estiver correto; se vós confundirdes as marcas do espaço, dizendo: Elas são uma; ou dizendo, Elas são muitas; se o
ritual não for sempre para mim: então esperai os terríveis julgamentos de Ra Hoor Khuit!
Veja os comentários de Crowley sobre esse trecho do Livro da Lei no apêndice I.
4 Liber 414.
5 Liber que contém o segredo máximo do Santuário da Gnosis envolvendo o IXº O.T.O.Veja apêndice II.
6 O Cap. 36 de Liber 333 é reproduzido em Liber Ágape.
6
estrela (isto é, Sótis, a estrela de Shaitan) reside no poder mágico da essência geradora da fêmea, pois
a Estrela-Cão é Sótis, que também é chamada alma de Ísis. Pela adoração (isto é, utilizando
deliberadamente ou ritualmente) desta ‘Estrela’, a luz de Shaitan também é invocada. Estes versos
compreendem a fórmula inteira da Magia Sexual e seu modo de utilização.” 7
Retire da mente todos os dogmas crististas e entre em um mundo de êxtase divino e
crie, crie como Deus porque tu és uma estrela e como estrela deve brilhar assim como foi
escrito “Não existe deus senão o ser humano”.
Eis que em tuas mãos tem o segredo sacro da vida e com ele tu és Sacerdote segundo a
ordem de Melkisedeck, tu és Deus e cria como ele, tu és santo e brilha como estrela.
Quando estás a exercer sua função como Deus, quando encontra-se neste estado, nada
mais existe senão tua criação e lá, tu crias o que bem entende porque tu és uma estrela.
Compreenda isso e aceite a Lei deste novo Æon para que tu rompas com todas as amarras
que o prendem.
Viva a luz da liberdade, viva a luz de Thelema e como Deus crie, pois esta é tua função
no caminho da iniciação.
Pense apenas em criar para que aquilo de divino em ti floresça pela tua criação.
Amor, êxtase, gozo divino e supremo na Magia da Criação...
Crowley fala de amor em um de seus textos e transcreverei um pouco deste
maravilhoso texto:
“Portanto, nós consideramos o Amor santo, a religião de nossos corações, a ciência de nossas
mentes. Não terá Ele o Seu Rito designado, Seus Sacerdotes e poetas, Seus criadores de Beleza em cor
e forma para adorná-Lo, Seus músicos para saudá-Lo? Não deverão Seus Teólogos, adivinhando a
natureza Dele, declará-Lo? Não devem mesmo aqueles que apenas varrem o terreno em frente do Seu
templo partilhar através disto da pessoa Dele? Não deverá nosso cientista por as mãos Nele, medi-lo,
descobrir profundezas, calcular seus cumes, e decifrar as leis de sua Natureza?
Também para nós de Thelema, que assim treinamos nossos corações e mentes para serem peritos
engenheiros daquele arranha-céu, o Amor, o navio para voar até o Sol; para nós o ato de Amor é a
consagração do corpo ao Amor. Nós queimamos nosso copo no Altar do Amor, para que mesmo o
bruto possa servir à Vontade da Alma. Devemos então estudar a arte do Amor Físico. Não devemos
frustrar ou trabalhar mal. Devemos ser frios e competentes como cirurgiões; cérebro, olho e mão, os
instrumentos perfeitamente treinados a Vontade. Devemos estudar o assunto abertamente e
impessoalmente, devemos ler os tratados, ouvir lições, assistir demonstrações, obter nossos diplomas
antes de entrarmos na prática.
Não queremos dizer o mesmo que o “cristão” quando dizemos “o ato de Amor”. Para nós não é
o gesto grosseiro de um homem sofrendo um ataque, não é uma luta, um espasmo sem senso, uma
súbita repulsão de vergonha, como é com ele.
Temos uma arte de expressão; estamos treinados para interpretar a alma e o espírito em termos
do corpo. Não negamos a existência do corpo, nem o desprezamos; recusamos, porém, a considerá-lo
7 Esse é um ponto de vista de Kenneth Grant. Veja os comentários de Crowley pertinentes e esse trecho no
apêndice II.
7
sob qualquer outra perspectiva que esta: é o órgão do Ente. Deve, no entanto, ser ordenado de acordo
com suas próprias leis; aquelas do Ente mental ou moral não se aplicam a ele. Nós Amamos; isto é,
nós queremos unir-nos; então um deve estudar o outro, adivinhar toda borboleta pensamento que
passa, e oferecer-lhe a flor que ela mais aprecia. O vocabulário do Amor é pequeno, seus termos
triviais; buscar novas palavras e frases é ser afetado.
Mas a linguagem do corpo nunca se exaure; nós podemos falar durante uma hora como uma
pestana. Existem coisas íntimas, delicadas, sombras das folhas da Árvore da Alma que dançam na
brisa do Amor, tão sutis que nem Keats nem Heine em palavras, nem Brahms nem Debussy em
música, puderam dar-lhe corpo. É a agonia de todo artista, quanto maior ele é, maior o seu desespero,
pois, não consegue expressar todas essas coisas. E aquilo que não podem fazer, nem uma única vez
numa vida de ardor, é feito em toda plenitude pelo corpo que, Amando, aprendeu a lição de como
Amar.”
Aqui, neste ensaio, além de darmos a conhecer os dois caminhos tântricos, o da mão
esquerda e direita, fazemos, ou melhor, damos ênfase ao caminho da mão esquerda, pois
este, é o supremo segredo da O.T.O.
Muito se tem falado sobre esse caminho tântrico, diversas escolas o interpretam como
Magia Negra, o que difato não é. Vendo essa calamidade irei fazer um breve comentário a
esse caminho:
Esse termo, Tantra da Esquerda ou “Vama-Marga” tem sofrido as mais diversas
interpretações, a maioria como não poderia deixar de ser – depreciatórias. O termo deve
ser usado no senso exclusivo na tradição dos mistérios orientais.
A palavra esquerda não possui qualquer implicação ética, moral ou teológica. Esse é
mais um exemplo de como conceitos puramente técnicos foram mal interpretados e mal
compreendidos por nossa civilização ocidental.
Vama-Marga é o aspecto esotérico do TANTRA, do qual, o aspecto exotérico é chamado
“Dakshina-Marga”. Estas distinções nada têm haver com Magia Branca ou Negra como é
erroneamente suposto. Todos sabem que o tantra usa a Sacerdotisa ou “Shakti” em suas
operações.
Com relação ao sistema Thelêmico temos:
BABALON (Babal = porta, On = Sol) significa “O Portal do Sol”; Ela admite a ‘força solar’
através de seu portal, canal, passagem e “cat” isto é, gata em inglês, pudenta. Como a gata, Ela
é a Lua, ou o Sol refletindo o “Olho de Amentá”; o Olho Esquerdo do espaço assim como o Sol é
o direito. Assim Vama-Marga literalmente significa caminho envolvendo o uso da mulher, a
fêmea usada e considerada como o esquerdo ou lunar aspecto da Criação.
O nome BABALON é numericamente equivalente a 156, enquanto que a forma corrupta
ou apocalíptica BABYLON (Babilônia) soma 165 – um número que não possui qualquer
significância particular Qabalística. 156, por outro lado, leva várias idéias relacionadas com
a função da “Mulher Escarlate”. Por exemplo, o número de TzIVN, ZION, a Montanha
Sagrada e também o número da Cidade das Pirâmides sob a noite de Pã que deve ser
penetrada e explorada através do mágico uso de BABALON. Também é, de acordo com
Liber CDXVIII (418), o número do CHAOS , que é uma concepção de singular importância
8
na Qabalah, pois assim é um secreto nome da Besta. BABALON está assim identificada com
o verdadeiro Senhor.
A Cidade das Pirâmides é Binah, a terceira Sephira da Árvore da Vida. Refere-se a Saturno
e, portanto, identifica a mais antiga concepção de ‘Geratriz’. A final destruição do
conhecimento de Daath, a falsa Sephira, abre os portais da Cidade das Pirâmides.
Em outra forma de compreensão, a Cidade das Pirâmides compreende as séries de
sessões piramidais – 156 em número – ao lado dos quatro lados das Torres do Universo.
É dito na tradição cristã que o Filho se senta ao lado direito de seu Pai. Isso nos faz
indagar de quem estaria ao lado esquerdo, pois afinal, esse Pai não teria só o lado direito...
Outros ainda nos perguntam o porque de usar esse caminho tântrico. Quanto a isso
podemos observar:
“De modo a transformar a energia sexual em energia mágica (ojas), a Serpente de Fogo
(Kundalini) adormecida na base da espinha é desperta. Ela então limpa a energia vital de tudo o que
é negativo através da virtude purificadora de ser calor extremo. Assim, a função do sêmen no tantra
é construir o ‘corpo de luz’, como corpo interior do ser humano. A medida em que o fluído vital se
acumula nos testículos, ele é consumido pelo calor da Serpente de Fogo e os vapores voláteis deste
sêmen fortalecem o corpo interior.”
“Os praticantes deste caminho trabalham com as secreções que fluem da genitália feminina e não
com a mera pronúncia de letras do alfabeto que, apesar de sua utilização mântrica para carregar e
direcionar os fluídos, tem pouca ou nenhuma utilidade além desta.”
“(...) pela veneração tântrica da Serpente de Fogo através da vagina da mulher escolhida para
representar a Deusa, a Kundalini relampeja para cima e, finalmente, se une em êxtase ao seu Senhor
Shiva no local da Lótus de Mil Pétalas.”


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Amor é a lei, amor sob vontade
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Fernando Aiwass Ligvori
Juiz de Fora
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PARTE I
Fernando Aiwass Ligvori
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10
I


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Uma pequena visão histórica
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“(...) um homem é um Deus até que a última centelha de admiração por quadris sinuosos ou um
belo sorriso morra, ou seja, quando ele estiver morto.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
A sexualidade foi explorada ritualisticamente por vários povos, grupos e tribos da
Antigüidade e até hoje ela continua sendo explorada por um pequeno conjunto de pessoas
que se preocupam em manter as antigas tradições. Esse pequeno conjunto de pessoas se
dividem em escolas de iniciação e a que mais nos referimos neste ensaio é a O.T.O..8
Observamos que em ritos datados de muitos anos antes do advento do cristianismo
ouve a adoração a grande Deusa ou Mãe.
Em tribos a sexualidade era explorada pelos caçadores que obtinham a benção da
Grande Mãe pelo conúbio sexual.
Eram realizados festivais da caça anuais. Os caçadores que conseguiam obter as
melhoras caças e o maior número de alimento para a tribo ganhava o direito de se deitar
com a Sacerdotisa da tribo em um ritual público.
Alguns objetivos eram observados, dentre eles podemos citar que dessa maneira a
Sacerdotisa conseguia fazer uma seleção de seu amante que por direito poderia fecundá-la
e se deitar com ela durante todo um período que envolvia estações inteiras. Ela sempre
ficava com o ganhador e esse era o mais forte. Sendo assim ela iria gerar um filho forte e
guerreiro, ou seja, ela se deitava com aquele que poderia lhe introduzir um gen mais forte.
O rito público era realizado – por um lado – para que os perdedores ficassem com
inveja e se esforçassem para serem vitoriosos na próxima temporada de caça.
A mulher era o centro da tribo. Sempre uma mulher fértil com fartos seios e largos
quadris, aumentados por tantas gestações sucessivas, deveria ter-se tornado o modelo
ideal, uma cópia da deusa Mãe. Ela foi o protótipo da Sacerdotisa da Deusa e, portanto,
vista pela tribo como sua contra parte terrena.
Quando a Sacerdotisa não podia dar mais a luz com tanta freqüência e já não preenchia
mais os requisitos para o cargo ela nomeava sua sucessora. Essa, ficava ligada a antiga
Sacerdotisa até sua morte e assim se garantia a reencarnação da manifestação da Deusa.
“O útero foi o primeiro, e para o Mago continua sendo o principal, exemplo de Cálice sagrado,
com a função se ser o elo de comunicação entre a humanidade e algo superior.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
8 Neste ensaio o leitor é levado a conhecer um pouco sobre as características da Magia Sexual com grande
ênfase no processo ensinado pela O.T.O., uma das grandes Ordens iniciáticas do séc. XX.
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A Sagrada Prostituição
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Agora nos deslocamos para as primeiras culturas da história, sociedades agrícolas do
Mediterrâneo, mais precisamente na Mesopotâmia e Caldéia.
A sociedade aqui já é mais dividida, existe um sistema estrutural de classes e ordem.
Artesãos, soldados, escravos, Sacerdotes, governantes e trabalhadores.
Existem mercados, Templos, um rudimentar sistema monetário se baseando
principalmente na troca de produtos e mercadorias e um avançado sistema de ensino –
para a época – somente para os membros da classe mais alta, ou seja, os governantes e
Sacerdotes.
Neste período o culto a Mãe e ao seu Consorte9 já eram considerados antigos, porém, as
características da Mãe tribal e os caçadores recompensados por ela ainda eram mantidas.
Era comum encontrarmos as Hieródulas. Mulheres que ofereciam os favores sexuais da
Deusa para os homens que a vinham adorar. Nessa época a prostituição sagrada não era
vista com menosprezo, muito pelo contrário, era uma profissão sagrada e um serviço à
própria Deusa. Assim vemos que essa é uma das profissões mais antigas do mundo.
O homem chegava ao Templo com algum tipo de pedido a ser feito, sempre com uma
oferenda. Chegando lá ele encontrava as representantes da Deusa, as Sacerdotisas –
Hieródulas – que seriam capazes de concretizar os pedidos feitos pelo homem.
Ela [a Sacerdotisa] escutava os pedidos do homem e se gostasse de sua performance
sexual concedia a ele o seu pedido.
Dessa forma o homem voltava para casa revigorado de energia e confiança, voltava
pronto para copular com sua esposa e lhe engendrar uma nova criança, ele saia do Templo
entusiasmado a cavar mais canais de irrigação, assim seus campos produziriam mais e ele
seria próspero e abençoado pela Deusa.
Essas Sacerdotisas representantes da Deusa eram de vital importância na estrutura
hierárquica dos Templos.
No culto à Deusa Milita, na Babilônia, pelo menos uma vez na vida todas as mulheres
se postavam frente aos Templos e iam com o primeiro homem que lhes oferecesse dinheiro
que era, então, doado ao Templo, como oferenda. Isso era visto como uma taxa justa
devido à Deusa, à qual nenhuma mulher podia negar.
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Sacerdotisas: Coroadoras e fonte de inspiração
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“Os Draconianos ou Tiphonianos, óbvios do papel do macho nos mistérios biológicos da
procriação, haviam adorado a prostituta e seu bastardo, os quais foram, eras mais tarde, tipificados
com a Virgem e a Criança.”
Kenneth Grant
9 BABALON e a Besta.
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A mulher era a fonte de poder imperial e ao mesmo tempo fonte de inspiração em todas
as épocas, e isso, de uma maneira ou de outra, ocorre até hoje.
No Egito, a sucessão imperial era mantida com um rígido controle de pureza sangüínea
e isso, muitas vezes, causava aberrações biológicas e desastres genéticos.
Lá a mulher era representante da Deusa na Terra, a persona, símbolo de poder e
fertilidade.
Para que um novo Faraó reinasse, ele teria de desposar a rainha ou a filha do Rei
anterior. Não importava se ela era sua mãe ou sua irmã, pois de uma forma divina, só ela
tinha o poder de coroa-lo e sentá-lo no trono.
Crowley enfatizou em seus escritos que todos os povos sempre tentaram produzir um
Messias. Os egípcios tentaram fazê-lo pela união incestuosa.
Freqüentemente vemos Hórus sentado no colo de Ísis. O uso da palavra colo tem sido
por muito tempo um eufemismo para a vulva feminina, e ao sentar no colo, ou seja,
penetrando sexualmente a Rainha/Deusa, ele estava postulando o trono. Outra frase
comumente usada é ir à lua, significando estar tremendamente entusiasmado, em êxtase.
Mas ir à lua é outro sinônimo para o ato sexual; a lua é a mulher, deitada sob o homem.
Nessa época (final da IX° dinastia) o culto a Deusa já estava acabando, ele deixava de
ser Draconiano (ou Tiphoniano) e passava a ser Osiriano, ou seja, a era deixava de ser
matriarcal e passava a ser patriarcal.
Ainda sim o culto matriarcal sobreviveu [em termos], mais precisamente entre a XIII° e
a XVI° dinastia e só depois na XXVI° dinastia, porem, onde ele estivesse, a Magia Sexual
sempre estava por perto.
“A Deusa é, afinal, não só Ísis, a Rainha do Céu; Gaia, a Mãe Terra, mas é também e sempre foi
Vênus/Afrodite, a Deusa do Amor sexual. De muitas formas e sob vários disfarces, ela inspirou o
macho da espécie e o seduziu para que ele desse o melhor de si ao longo da história.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
A mulher foi a fonte de inspiração de todos os grandes pintores e artistas, bem como
escritores e outros seres humanos que viram nela a beleza divina, o Templo de redenção a
ascensão espiritual.
Foram grandes os pintores e poetas que deixaram sua marca para humanidade, porém,
sempre sua fonte de inspiração foi o Templo divino da mulher.
Na poesia e na prosa universal ela foi o pivô, seus dotes triplos de fertilidade, amor e
prazer sexual permanecem sobre o triângulo sobre qual grande parte de nossa existência é
constituída, uma dádiva que preserva para humanidade a verdadeira Magia, o
reconhecimento da divindade do Ser.

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Sexualidade na antiga Grécia
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Todos são capazes de perceber que na antiga Grécia a sexualidade reinava em todos os
ritos públicos, solenes ou fechados.
O estudante encontra na própria mitologia traços dessa sexualidade aguçada e
“avançada”. Encontramos deuses que se uniam com humanos e dessa união saiam heróis e
heroínas com qualidades humanas e divinas, sendo assim, semideuses.
Estudos extensos sobre a sexualidade grega foram feitos, e nele, encontramos traços de
autores que criticavam, dividiam ou idolatravam o sexo na Grécia.
Esses estudos sempre enfatizam que a sexualidade grega tinha uma parte luminosa e
outra obscura.
O sexo era natural, divino e sempre era realizados como forma de adoração, sendo
assim, era apreciado por todos.
Jamais foi descriminado e o senso de pudor [enfatizado após o advento do
cristianismo], não existia porque não havia o “não-divino” na sexualidade grega.
Dizem que a parte obscura da sexualidade grega estava no culto aos Mistérios Femininos
de Samatrácia que – dizem – envolvia sacrifício de rapazes em algum ponto da história.
Mas o importante é dizer que a sexualidade grega – em meu ponto de vista pessoal – foi
a que mais desenvolveu a sacralidade do rito mágico do sexo, porém, foi a sexualidade
grega que – também em um ponto de vista pessoal – degenerou e inspirou a degeneração
de seus ritos e mistérios. É nesse ponto que vejo a divisão entre luminoso e obscuro.
A sexualidade foi tão desenvolvida que as mulheres foram divididas em três classes:
Hetairas: Prostitutas de alta classe.
Diteríadas: Mulheres submissas totalmente aos caprichos masculinos.
Auletridas: Mulheres com dons musicais e artísticos.
Todas elas distinguidas com roupas especiais.
Podemos dividi-las em primeira, segunda e terceira classe, como a estrutura acima.
De todas as três classes, as mulheres que mais sofriam eram as da segunda classe que de
forma ignorante não tinham direito a nada, muito menos a cidadania. Enquanto isso as
outras duas classes eram as mulheres especiais que participavam do mais alto escalão
social grego.
O mais sensual dos Deuses gregos é Dionísio,10 o Deus do vinho e do prazer sexual.
Seus mistérios eram celebrados com rituais orgiásticos e com bebedeira. Sua contra parte
latina era Bacchus, adorado pelas mulheres de forma selvagem e desregrada.
O sexo em grupo [orgias] fazia parte do culto a Dionísio e lá, não havia discriminação
pois, como dito antes, o sexo era o presente dos Deuses e sua forma mais sublime de
adoração.


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Sexualidade em Roma
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10 tradições contam que a “história ou estória” de Cristo é uma cópia dos contos de Dionísio e Osíris. Veja
Liber 888.
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Assim como na Grécia as mulheres eram divididas em classes, também ocorria essa
divisão em Roma, porém, a história nos conta que assim como Roma copiou os Ritos
gregos, assim também ela os degenerou e os levou a derrocada para ficarem nas lendas
históricas.
As classes de mulheres se dividia da seguinte forma:
Delicatae: Mulheres exclusivas dos homens ricos e proeminentes.
Famosae: Filhas, irmãs ou esposas de homens ricos. Essas simplesmente adoravam e
veneravam o sexo em sua pior característica.
Dorae: Mulheres que andavam nuas pela cidade fazendo comércio de seu corpo.
Lupae: Mulheres que como as Dorae faziam comércio de seu corpo, porém, andavam
vestidas e comerciavam em baixo de pontes, atrás do Coliseu. Eram conhecidas
também como mulheres-lobo.
Elicariae: Mulheres que ganhavam a vida fazendo pães em formato de Falo.
Copae: Mulheres que trabalhavam em tavernas e estalagens. Elas eram contratadas
para passar a noite com os viajantes.
Noctiliae: Mulheres que caminhavam somente a noite para fazer uso de seu corpo.
A essa última classe de mulheres podemos somar as Bustuariaes, as Blitidae, as Forariae e
as Gallinae.
Hoje em dia o comércio do corpo é um ligeiro derivado ou cópia dessa última classe de
mulheres. Em alguns lugares ainda encontramos as prostitutas que são a cópia das Copae.
Assim o leitor poderá ver como Roma perdeu a pureza dos ritos sexuais e afundou com
a filosofia orgiástica.





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Sexualidade Bíblica
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Estudiosos sustentam que a divindade dos Judeus, Jeová, era uma divindade fálica.
A história nos mostra que nem sempre os Judeus adoraram uma divindade única e
muito menos com características masculinas.
A Deusa Anat ou Anath foi adorada durante muitos séculos por eles; pilares fálicos
foram erguidos para a sustentação dos Templos e neles contento escritas mágicas de
invocação, provando assim, que não eram simples pilares.
Embora o modo de vida seja totalmente patriarcal, é a mulher quem manda em casa e a
mesma tem privilégios na sociedade.
Se uma mulher casa-se com um homem que não é judeu, ela tem uma prole de filhos
judeus da mesma forma. Porém, se é o contrário, se um homem se casa com uma mulher
não judia, sua prole de filhos também não serão judeus.
15
A própria bíblia enfatiza a caracterização da mulher com a Deusa. O estudante pode
comprovar isso lendo “A Canção de Débora” (Juizes V); pode também comprovar a
linguagem sexual bíblica nas “Canções de Salomão”.
Em várias pastagens vimos que Pedro [o Apóstolo] é chamado de “a pedra”. Na
doutrina esotérica cristã, vimos que Pedro é “PATAR”, simbolizado como “P.T.R.” no altar
dos Gnósticos. Nesse mesmo altar [dos Gnósticos] encontra-se a “ARA”, ou seja, a pedra
simbolizando o altar quando o mesmo não é de pedra pura, a Pedra Filosofal.
A “ARA” só não está presente no altar quando o mesmo é de pedra pura [um bloco de
1m de altura por 1m de comprimento e 1m de largura podendo ser de mármore ou outro
tipo de pedra] ou uma caixa [nas mesma medidas] contento pedras dentro. A “ARA”
sempre tem uma medida que vai de 25cm de largura, altura e comprimento.
Autores sempre enfatizam que o sexo é a pedra de tropeço.
Também vemos que os pilares de Salomão recebem nomes próprios, também indicando
que não eram simples colunas.
“Olvidaste a Rocha que te gerou...Só Ele é minha Rocha e minha salvação.”
Salmos 62:2
Os termos Rocha e Pedra são usados com freqüência para se referir a testículos, e, desde
os primórdios da história até a idade média, os juramentos, votos e promessas eram feitos
com a mão colocada sobre a pedra sagrada, ou seja, nos testículos.
Esse costume sobrevive em regiões do oriente ainda.
___________________________________Sexualidade e criatividade mágica
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Encontramos em todo ser humano e também nos ocultistas contemporâneos o vício de
se viver no passado.
Antigos rituais são praticados até hoje e esses mesmos Magistas sempre enraizados
neles.
Vejo pessoas praticando antigos rituais da Golden Dawn [Aurora Dourada]. Claro que a
tradição tem de ser mantida, porém, todos sabem que rituais mágicos revelados
publicamente não tem nenhum valor mágico [do contrário Kenneth Grant revelaria os
rituais de sua reformulada O.T.O. e Crowley não revelaria os Rituais da Golden Dawn].
Sendo assim, é imprescindível que o Magista saiba que em suas gônadas sexuais encontrase
uma usina de fonte misteriosa que pode dar a ele poderes sobre os elementos e
comandar os mistérios da vida e da morte se essa usina for utilizada da maneira correta.
A energia sexual é fonte de inspiração para todo Magista e esse, pode muito bem,
formular seus rituais [se a experiência contar como bagagem].
“por toda história registrada do mundo e de suas religiões, o poder do sexo sempre foi uma força
motivadora, mesmo quando não era reconhecido como tal. Ele foi elevado às alturas e atirado as
16
profundezas mais objetas da humanidade, mas nunca deixou de ser, por si mesmo, o Dom supremo
do Criador.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
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Um breve resumo sobre os preconizadores contemporâneos da Magia Sexual
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Autores como Nicolas Flamel (dizem, 1330-1418), Funcanelli e até mesmo Blavatsky
falaram sobre a Magia Sexual.
Já no século XIX, Eliphas Levi (1810-1875) já falava veladamente ou nas entrelinhas
sobre a Magia Sexual, Bem como Papus (1865-1916) assim também o fez.
De todos os autores ocidentais, somente três escreveram abertamente.
A Magia Sexual foi introduzida na O.T.O. por Karl Kellner (1850-1905), seu fundador.
Ele foi iniciado nas doutrinas tântricas por Bhima Sem Pratap e Sri Mahatma Agamya
Guru Parahamamsa. Existe ainda uma possibilidade de que o ocultista árabe Soliman Bem
Aifha pessoalmente tenha induzido Kellner aos mistérios da Corrente Ofídica como diz
Grant.
Aleister Crowley (1875-1947) atordoou a comunidade européia com seus escritos e ao
entregar para humanidade o Livro da Lei.
Crowley entra na ordem em 1910 e se torna Rex Summus Sanctissimus em 1912 para as
Ilhas Britânicas.
Assim que se tornou chefe da O.T.O. como Cabeça Externa da Ordem (O.H.O.) com o
nome mágico de Baphomet X°, introduziu a Lei de Thelema na Ordem.
Dr. Krumm Heller, então membro da AAe da O.T.O., após receber seu VIII°,
fundou na América Latina a FRA [Fraternitas Rocicruciana Antiqua], órgão ou escola
esotérica. Em seus escritos internos ele descreveu os métodos de Magia Sexual da O.T.O. e
desenvolveu seu próprio método. Com esse ele estruturou todo seu sistema de ensino.
Ao Dr. Krumm Heller devemos a vinda da Igreja Gnóstica para a América Latina.
A América Latina ainda desfrutou do conhecimento tântrico de Samael Aun Weor
(1917-1972), fundador do Movimento Gnóstico.
Esse autor abalou a América Latina com seus escritos – assim como Crowley fez na
Europa.
O problema é que Samael, mesmo com todo o seu conhecimento, nunca foi visto com
bons olhos. Isso por vários motivos que vão desde o plágio de outros autores até a mentiras
em seus escritos.
Pesquisas mostram que na realidade ele foi um grande copista, principalmente de
Krumm Heller [com seu sistema de Magia Sexual] e de Crowley [em seu sistema de rituais
mágicos].
Crowley se definiu pelo caminho tântrico da mão esquerda; Krumm Heller parece ter
adotado os dois caminhos, enquanto Samael defendeu até a morte o caminho da mão
direita.
Todos os três autores defenderam e praticaram a Missa Gnóstica.
17
Crowley escreveu Liber XV Ecclesiae Gnosticae Catholicae Canon Missae, a Missa da EGC:
Ecclesia Gnóstica Catholica, onde diz ter seguido fielmente os antigos ritos.11
Krumm Heller trouxe para a América Latina e a praticou como Crowley a formulou.
Depois de sua morte [a de Krumm Heller], ouve uma separação com a FRA, sendo que a
brasileira ficou independente da FRA Internacional.
A FRA no Brasil, como já não tinha ligação com o exterior e muito menos com a O.T.O.
tomou novos rumos, se tornou cristã e adulterou a Missa formulada por Crowley.
Quem puder assistir a Missa Gnóstica da FRA brasileira notará sua semelhança com a
Missa realizada pela Igreja Romana.
Samael Aun Weor fez sua própria Missa Gnóstica baseando-se em Liber XV e na Missa
Católica.
Se formos comparar as Missas, a de Samael e a da FRA brasileira são bem semelhantes.
O estudante sério estudará a Missa Gnóstica por que nela estão contidos os segredos da
Magia Sexual.
11 Veja na parte II.
18
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II
Energia
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“AGORA por fim, ó meu Filho, posso Eu trazer-te à compreensão da Verdade desta Fórmula que
está escondida na Missa do Espírito Santo. Pois Horus que é o Senhor do Æon é a Criança coroada e
conquistadora. A Fórmula de Osíris era, como tu sabes, uma Palavra de Morte, isto é: a Força jazia
longo tempo em Escuridão, e por Putrefação chegava à Ressurreição. Mas nós tomamos Coisas vivas,
e derramamos nelas Vida e Espírito da Natureza de nossa própria Vontade, de forma que
instantaneamente e sem Corrupção a Criança (como se fosse a Palavra daquela Vontade) é gerada; e
de novo imediatamente toma sua Habitação entre nós para se manifestar em Força e Fogo. Esta
Missa do Espírito Santo é então a verdadeira Fórmula da Magia do Æon, sim, do Æon de Horus,
abençoado seja Ele em Seu Nome Ra-Hoor-Khuit! E tu abençoarás também o Nome de nosso Pai
Merlin, Frater Superior da O.T.O., pois que por Sete Anos de Aprendizado em Sua Escola Eu
descobri este excelso Caminho de Magia. Sê diligente, ó meu Filho, pois nesta Arte maravilhosa não
há mais Esforço, Sofrimento, e Desapontamento, como havia no morto Æon dos Deuses
Sacrificados.”
Aleister Crowley

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A Energia de Deus no Homem
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Tudo vem de Deus e tudo o que se manifesta através do homem como energia, é, na
origem, uma energia divina; mas essa energia produz efeitos diversos, consoante o
condutor através do qual se manifesta. Podemos compará-la a eletricidade. A eletricidade é
uma e energia cuja natureza se ignora, mas que, ao passar através de uma lâmpada, se
transforma em luz, se bem que não seja luz. Se passar por um fogão, será calor; por um
imã, será magnetismo; por um ventilador, será movimento. Do mesmo modo, existe uma
força cósmica original que toma qual ou tal aspecto, conforme o órgão do homem, como se
manifesta. Através do cérebro, torna-se inteligência, raciocínio; através do plexo solar,
torna-se sensação e sentimento; quando passa pelo sistema muscular, torna-se movimento
e, finalmente, quando passa pelos órgãos sexuais, torna-se atração pelo outro sexo. Mas é
sempre a mesma energia.
O sexo é uma saída, um veículo para a energia, é uma direção para ela, é onde ela se
aplica.
A energia da vida. Ela se manifesta nas mais variadas direções e o sexo é uma delas.
Quando dizemos “energia sexual”, significa energia que flui pelos canais sexuais através
das zonas biológicas.
Essa energia, como dito antes, pode ir em várias direções e se expressar de maneiras
diferentes no universo.
Quando expressada biologicamente, ela é sexo. Quando expressada emocionalmente ela
pode se tornar amor, ódio... Quando expressada intelectualmente, ela pode se tornar
19
matemática, pode ser científica, literária... Quando ela usa o corpo – e sempre usa um corpo
– ela pode se tornar física, quando através da mente, mental.
Não existe diferença da energia como tal. Ela é uma só e se manifesta de maneiras
diferentes em veículos diferentes, dessa forma notamos que ela é uma só, se manifesta de
várias maneiras em manifestações aplicadas.
A energia em si é pura e simples. Quando se manifesta através da porta divina ela
torna-se divina também, espiritual.
Os nomes e as formas são sempre levados em consideração com a aptidão manifestada.
Nomes e formas são aplicáveis à energia pura como tal.
O interessante é saber distinguir ente a forma e o conteúdo...
A energia sexual vem, pois, de muito alto, mas ao passar pelos órgãos genitais produz
sensações, uma excitação, um desejo de aproximação, e pode acontecer que nestas
manifestações não exista amor absolutamente nenhum. O amor começa quando essa
energia toca, simultaneamente, outros centros do homem: o coração, o cérebro e etc...
Esse momento em que há o impulso, o entusiasmo energisado que aflora o desejo de
aproximação, é aclarado, iluminado por pensamentos, por sentimentos, por um gosto
estético, já não se procura uma satisfação puramente egoísta...
O amor é sexo... Mas alargado, esclarecido, transformado. É quando não se limita, quase
exclusivamente à algumas sensações físicas grosseiras, mas quando se sente os graus
superiores dessa força cósmica nos invadir e comungarmos com as regiões celestes. Porém,
o alívio físico e também a sensação de fulgor apaixonado e êxtase divino e supremo é
compreendido como o amor celeste prazeroso... Enfim, a natureza do amor além se ser
incontestável é indiscutível e impronunciável...
A espiritualidade começa justamente quando o amor domina o sexo.
O sexo é de origem divina, porém, enquanto o homem não dominar a si mesmo, as
manifestações não serão, evidentemente, divinas.
Ele trabalha para a manifestação mágica da espécie e se encarado somente, única e
exclusivamente como prazer, então torna-se atoleiro ao invés de balsa para a eternidade.
É uma pena ver que a humanidade não foi instruída para ver nesse divino sacramento o
bem que faz quando conduzido de forma equilibrada para se alcançar as esferas divinas de
iluminação.
Em uma relação sexual, são as mesmas carícias, os mesmos beijos e sarros, os mesmos
abraços... A diferença se encontra na direção em que as energias são distribuídas. O sexo e
o amor não têm, pois, grande diferença no plano físico, mas sim, nos planos mais sutis da
natureza. Esses, somente são vistos por aqueles que, sabendo de uma importância
universal, se dedicam aos exercícios espirituais. Outros, porém, com capacidades assim, as
vezes nascem com o Dom.
O amor... Afinal, é somente uma questão de graus e manifestações que se torna
impossível enumerar ou classificar.
O sexo quando conduzido de forma vulgar, produz nos planos sutis da natureza isso
que será falado mais adiante como Íncubos e Súcubos, larvas astrais e demais espécies de
20
erupções vulcânicas que se manifestam por meio de formas grosseiras e emanações muito
espessas com cores baças, misturadas onde a cor predominante é o vermelho sujo. Todas
essas emanações criam essas criaturas tenebrosas que aguardam o momento de seu
crescimento e desenvolvimento para aterrorizar a vida de quem os criou
inconscientemente.
Essas criaturas, se apossam daqueles que estão usando as forças vitais viris de maneira
não natural. São criaturas pouco evoluídas que se alimentam (vampirismo) à custa dos
amantes que por desconhecerem certos princípios esotéricos, místicos, ou simplesmente
por não possuírem um determinado grau de iniciação (interna), dão à elas o que querem, a
energia necessária para crescerem. Quanto mais elas vampirizam mais elas querem...
A natureza humana é muito mutável. Em alguns casos, a troca constante de parceiros
não trazem benefícios internos e externos. Alguns se empobrecem: no seu olhar, na cor de
seus olhos, nos seus movimentos e em toda sua maneira de ser, aparece qualquer coisa que
já não é tão viva e tão luminosa. Isso porque sua troca, seu amor, atraiu e criou essas
criaturas ou vampiros psíquicos...
Mas como disse, a natureza humana é muito mutável. Existem casos que o inverso
aconteceu e acontece em todos os sentidos. Parece que a troca constante de parceiros gerou
mais luz e mais magnetismo, fazendo com que a pessoas brilhasse em todos os campos de
sua vida.
Isso nos mostra que o nível psicológico do ser humano tem níveis e níveis de atuação. É
como fazer um ritual com o Pentagrama invertido. Aquele que é contagiado pelo dogma
do separatismo, ou seja, bem e mal, com certeza acha que o Pentagrama invertido é sinal
de Magia Nega. Nesses casos, esses que assim crêem, ao realizar uma operação com o
Pentagrama invertido vão atrair essas forças que eles acreditam, ou seja, o mal. Porém
aquele que não se contagia com esse dogma separatista, vê que tudo faz parte de uma só
coisa, ou seja, vê que Set é tão necessário como Hórus e assim consegue uni-los de forma
que essa união (unidade), gera mais poder divino. Ou seja, esse que não é contagiado pelo
dogma fará um ritual com o Pentagrama invertido e – vulgarmente – nem notará a estrela.
Ele simplesmente absorverá a energia do ritual e mais nada.
Voltando ao assunto, nunca homens e mulheres foram ensinados a se proteger de tais
criaturas – e muito menos a criá-las – pois, sua origem encontra-se na ignorância – o
verdadeiro mal da humanidade.
Assim, vemos que o sexo é religião em si.
As emoções religiosas brotam do poder animador da natureza sexual. A religião fálica
adora o mistério da vida, da criação ou reprodução em todos os seus níveis. O conúbio
sexual para os adoradores do sexo é a iluminação do êxtase, o Samadhi.
Toda união é motivo de criação e expressão. O sexo é o amor, é ressurreição.
Aqueles que conduzem a força sexual com destreza são dotados de um fator chave, um
gênio indomável que transforma o chumbo da personalidade no ouro do espírito.
A energia de Deus no homem, manifestada na sexualidade demonstrada nos ritos
fálicos, transforma os praticantes em estrelas luminosas completamente despertas.
21
É de suma importância que os praticantes do rito fálico terminem suas operações sem
permitir que a mente interfira no ato em si. Eles devem estar completamente concentrados
em sua obra, em sua Vontade manifesta na ação e no produto que essa expressar. A mente
deve estar completamente desprendida do mundo e dos desejos grosseiros. Esse tema é
abordado posteriormente.
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Transmutação
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É necessário que o estudante saiba que o principio da prática da Magia Sexual é a
transmutação de sua energia – sêmen.
Porém, o que vem a ser uma transmutação?
É a transformação de uma substância em outra. Qualquer ser humano transmuta pois
isso engloba o que pensamos, o que sentimos, o que comemos e as impressões que
recebemos diariamente.
A transmutação sexual é de certa forma fácil, digo isso porque se torna muito difícil
para o ser humano transmutar uma emoção inferior em uma superior ou até mesmo um
estado de infelicidade eu um estado de felicidade.
Mais difícil torna-se mutar uma energia transmutada.
Assim o homem que segue o caminho da Magia Sexual ou o tântrico ou até mesmo o
chamamos de alquimista não é só aquele que transmuta a energia sexual, também, aquele
que transmuta os distintos estado emocionais e mentais.
Nesse contexto ele é aquele que sabe mutar todas as suas energias transmutadas.
Mutação – nestes termos – é a sábia utilização das energias transmutadas.
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Energia, fator vital para a realização
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“(...) a quantidade é tão importante quanto a qualidade...”
Aleister Crowley
Os iniciados do santuário da Gnosis poderão comprovar que é necessário sempre um
potencial energético transmutado para poder realizar a Obra com a devida perfeição.
Sendo assim o iniciado prático do IX° O.T.O. deve procurar carregar-se de energia e tratar
de não perdê-la, porém, isso, deve ser tratado com muita sensibilidade para que não haja
confusões no caminho, seja ele o escolhido pelo iniciado. Lembrem-se que tanto o caminho
seco quanto o molhado, ou seja, o caminho da Magia Sexual sem e com ejaculação seminal,
a energia deve ser mantida. No caminho seco ela não é jogada para fora, porém, no
caminho molhado ela o é, assim ela deve ser reabsorvida.
Como podem ver a energia não se perde.
Materia Prima Lapidis Philosophorvm
22
Essa é a energia sexual que sai do Phallus do varão e na mulher é produzida pelos
átomos de sua libido sexual.
Essa energia sexual deve ser aquecida pela parceira ou Sacerdotisa e isso se consegue
mediante carícias, beijos e etc.
Muitos iniciados se retiram do coito quando essa energia não está aquecida em 100% e
isto é um mal trabalho no que se diz respeito a transmutação desta matéria prima. É
necessário dizer que há níveis e níveis de aquecimento desta energia. Cada um com a
prática reconhecerá seu nível e saberá aumentá-lo gradativamente a medida que a
constância for aumentando.
Lembrem-se do ditado: “A água tem de ferver a 100.º C”, dizem os alquimistas.
O iniciado no Santuário da Gnosis reconhecerá seu nível somente pela prática
lembrando-se que nossa divisa é Thelema.
É importante dizer que o iniciado que não espera o ponto limite dos 100% e se retira do
coito antes disso não logra a perfeita transmutação de sua energia sexual.
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A pureza da energia
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A energia sexual é um hidrogênio. Esse hidrogênio é composto por uma série de
transmutações anteriores a sua formação e é estritamente necessário que o iniciado tenha
um hidrogênio de boa qualidade para seu trabalho com a Magia Sexual, não importando o
caminho que se segue, o hidrogênio tem sempre que ter uma boa qualidade.
Para adquirir uma pureza neste hidrogênio devemos ter em mente que ele é o produto
de sucessivas transmutações, sendo assim, o iniciado deve se precaver de sempre fazer
uma transmutação perfeita em todos os gêneros que esse tema implica, ou seja, o iniciado
do IX° O.T.O. deve sempre tomar muito cuidado em transmutar o que pensa, o que sente e
o que come.
O objetivo deste hidrogênio é energisar não só o corpo físico mas também os outro
corpos existentes no diagrama interno do homem.
O corpo físico deve ser solarizado, bem como todos os outros corpos existentes no ser
humano. Falo do corpo etérico, astral, mental e etc.
Agora sabendo disso lhes pergunto, como poderá o iniciado energisar e solarisar seus
corpos se sua energia sexual não tem uma boa qualidade?
Neste caso, o resultado é um trabalho imperfeito e todo bom iniciado sabe que é de
extrema necessidade ter um perfeito corpo astral para a realização de um trabalho mágico
de nível superior.
Aqui também é necessário dizer que não basta apenas ter o cuidado com a
transmutação de todos os hidrogênios. O iniciado deve ter uma higiene perfeita, um
cuidado com o corpo para que este não se debilite e cuidar sempre de sua saúde através de
purificações. Um bom banho de plantas é uma boa purificação não só para com o corpo
físico, principalmente para o corpo etérico e astral, sendo estes os que mais sofrem ataques
23
astrais por íncubos, súcubos, larvas e demais vampiros de energia. Tudo isso serve para
limpar o iniciado de fluídos e larvas astrais.
As larvas astrais causam danos ao iniciado e entre muitos desses danos um é que com
constância eles impedem-no de ter suas lembranças astrais, o que também é muito
importante para o caminho da iniciação.
Uma boa medida contra isso é usar enxofre nos sapatos.
Crowley em Os Comentários Mágickos & Filosóficos do Livro da Lei diz: “Se bem que este
talismã [sêmen] tem uma tal miraculosa pujança, ele é também intensamente sensitivo. Colocado
em um ambiente impróprio, ele pode produzir perversões grotescas e malignas da palavra de seu pai.
Não só os pecados do pai, mas os da mãe, sim, e mais, aqueles da sociedade em que os pais vivem, são
visitados nos filhos [esses filhos, neste sentido, podem ser o súcubos gerados] até a terceira e
Quarta geração. Não, mais, o malfeito nunca pode ser reparado. Um homem pode destruir em um
minuto seu reino, herdado de incontáveis dinastias de prudência biológica.
Será também admitido, sem referencia à magia, que o abuso do talismã conduz a infortúnio
moral, mental e espiritual. Crime e insanidade, tanto quanto doença e debilidade são constantemente
vistos como resultado direto de má administração da vida sexual, quer taticamente,
estrategicamente, ou de ambas as maneiras.
O Livro da Lei dá ênfase a importância destas considerações. O ato de amor deve ser espontâneo,
em absoluta liberdade. O homem deve ser verdadeiro para consigo mesmo. Romeu não deve ser
empurrado em direção a Rosalina por motivos de família, de sociedade, ou de finanças. Desdemona
não deve ser barrada de Otelo por razões de raça ou religião. O homossexual não deve blasfemar sua
natureza e cometer suicídio espiritual suprimindo amor ou tentando pervertê-lo, como a ignorância e
o medo, a vergonha e a fraqueza, tão freqüentemente o induzem a fazer. Qualquer que seja o ato
que expressa a alma, aquele ato e nenhum outro é correto.
Mas por outro lado, qualquer que o ato [conúbio sexual] seja, ele é sempre um sacramento; e
por mais profano que seja ele é sempre eficiente. Profaná-lo é apenas transformar comida em
veneno. O ato deve ser puro e apaixonado. Deve ser tido como a União com Deus no coração
do Santo dos Santos. Não devemos jamais esquecer que uma criança [neste caso um
súcubo] nascerá daquele ato. Devemos escolher o ambiente apropriado à particular
criança que queremos criar. Devemos assegurar que a Vontade consciente é escrita, nas águas
puras de uma mente calma, em letras de fogo, pelo Sol da Alma. Não devemos criar confusão no
talismã (...). Se nossa Verdadeira Vontade, o motivo de nossa encarnação, é trazer paz sobre a terra,
não devemos executar um ato de amor com motivos de ciúme ou emulação.
Devemos fortificar nosso corpo ao máximo e protegê-lo contra todo o desastre, de modo que a
substância do talismã possa ser tão perfeita quanto possível. Devemos acalmar a mente, aumentando
o conhecimento dela, organizando seus poderes, resolvendo seus emaranhados (...) enquanto,
suportando a concentração da Vontade por suas fronteiras fortificadas, e, como entusiasmo unânime,
aclamando o senhorio que expressa o ato. A Vontade deve selar-se sobre a substância do
talismã. Deve, em linguagem alquímica , ser o Enxofre que fixa o Mercúrio, que determina
a natureza do Sal. O homem todo, em sua mais íntima Divindade até a ponta de sua menor
pestana, deve ser uma máquina a motora, desembaraçada de qualquer peso morto, sem nada inútil,
sem nada inarmônico (...). Deve se entregar completamente naquele ato de amor. Deve cessar de se
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conhecer como o que quer que seja senão a Vontade. Não deve ter a Vontade; deve se transformar por
completo para ser a Vontade.
Por último o ato deve ser supremo. Deve fazer e deve morrer. Daquela morte deve erguer-se de
novo, purgado daquela Vontade, tendo-a realizado perfeitamente que nada resta dos elementos dela.
Deve ter se esvaziado no veículo. Assim sua criança será inteira de espírito.
(...) Há métodos mágicos para se estabelecer um elo entre a força gerada e a matéria sobre a qual
desejamos que a força haja; mas tais são, em sua maior parte, melhor comunicados por instrução
privada e desenvolvidos pela prática pessoal. A crua descrição é um mero esqueleto e (assim mesmo)
desvia com mais freqüência do que guia.”
O texto acima enfatiza a conduta do iniciado com relação a sua substância mágica, ou
seja, seu sêmen, o veículo com o qual o Mago cria no físico e naquele lugar que fica tão
longe dos olhos humanos.
Acima está exposto o caráter da ação mágica com relação ao processo da criação – por
Vontade ou ignorância – tanto de íncubos como de súcubos.
Outro ponto a ser tratado aqui é a qualidade dos estados internos em relação a energia
produzida, ou seja, quando o iniciado se identifica com as casualidades da vida e tem uma
descarga de ira, ou uma descarga emocional, ou qualquer manifestação de instinto que
produza reação no sistema nervoso, toda a atmosfera pesada – que fica na psique – gerada
por tal descarga atrapalha na formação desta energia.
Com a energia contaminada por este tipo de descarga o iniciado não consegue realizar
sua Obra, não importa o caminho, tanto o tantra da mão esquerda quando o da mão direita
não são possíveis de se completarem com essa energia contaminada.
_______________________________
Energia, matéria e consciência
_______________________________

“CONSIDERA, além do mais, meu Filho, a Economia deste Caminho, como é de acordo com o
Tao, cumprindo-se por completo dentro de tua própria Esfera. E está perfeitamente harmonizado
com tua própria Vontade em todo e cada Plano, de forma que toda e cada Parte da tua Natureza
regozija-se com cada outra Parte, comunicando Louvor. Agora então aprende também como esta
Fórmula é aquela dal Palavra ABRAHADABRA. Primeiro, HAD é o Triângulo ereto sobre
Quadrados gêmeos. De Hadit Eu não preciso escrever, pois Ele Se escondeu no Livro da Lei. A
Substância é o Pai, o Instrumento é o Filho, e o Êxtase Metafísico é o Espírito Santo, cujo nome é
HRILIU. Estes então são o Sol, Mercúrio e Vênus, cujas letras sagradas são R, B e D. Mas a última
das diversas Letras é H, que no Tarô é A Estrela cujo Eidolon é D; e aí está aquele Arcano
concernente ao Tao de que Eu já te escrevi. Disto Eu não escreverei com maior clareza. Mas nota
isto, que nossa Trindade é nosso Caminho Centrípeto no Sistema Solar, e que H, sendo de Nossa
Senhora NUIT Estrelada, é uma Âncora para esta Magia, que de outra forma poderia negar nossa
Compleição de Relação com o Externo como com o Interno. Meu Filho, pondera estas Palavras, e
lucra delas; pois Eu trabalhei astuciosamente para ocultar ou revelar, de acordo com tua Inteligência,
ó meu Filho!”
Aleister Crowley
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Essa energia sexual é algo divino e o que mais poderoso possuímos, ela é a espada
flamígera do Mago. Sim, este é o poder de seu sêmen.
Este sêmen quando transmutado de maneira certa libera seus vapores seminais que só
são liberados após os chamados “100.º C”.
Esses vapores chegam a solarisar até o corpo da Vontade Consciente ou o que
chamamos de corpo causal. Esses vapores são os responsáveis pela solarização dos corpos
internos. Enquanto isso, ou seja, enquanto esses vapores são liberados o iniciado tem duas
opções, ou segue pelo caminho seco e deixa que a matéria seminal seja absorvida pelo
corpo e indo direto alimentar o sangue ou seguir pelo caminho molhado e ejaculá-lo dentro
da Sacerdotisa para que está matéria prima se mescle com os licores femininos e assim
fique com mais energia e potência. Neste último caso o iniciado deve reabsorvê-la pois a
função da matéria seminal é energisar o corpo físico. Eis o sentido da Eucaristia.
Como disse antes o sêmen é poderoso e o que não disse é que ele é vivo e qualquer um
sabe disso.
Se ele é vivo possui então o que chamamos de uma consciência própria e universal, pois
como disse, ele é divino, ele cria.
Essa consciência escapa e une-se a consciência do iniciado na hora exata em que a
transmutação ocorre.
Na hora em que o iniciado sente o espasmo é porque a energia encontra-se na
temperatura certa. Neste momento ele com suma Vontade aperta os esfíncteres e com
imaginação criativa e visualização ele os átomos seminais se soltando da parte física do
sêmen e subindo por ida e pingala até atingirem o Cálice, ou seja, a mente.
Assim ele escolhe em reter ou derramar no Cálice de Nossa Senhora BABALON, ou
seja, a vulva feminina. Ali, no Cálice, a matéria seminal mescla-se como disse
anteriormente com os licores femininos e fica extremamente poderosa para ser reabsorvida
pelo iniciado.



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Obstáculos para a rota da energia
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Os vapores seminais vão subindo e energisando os corpos internos de dimensão em
dimensão.
Agora a pouco falei das larvas astrais e aqui novamente toco no assunto pois é
importante que o iniciado saiba que se ele possui, grudado em si, algum tipo de larva
astral, íncubo ou súcubo, este será um obstáculo a sua energia transmutada, pois como
disse antes, estes seres são vampiros e parasitas, assim sendo eles vivem grudados
naqueles que mais emitem energia e um iniciado que trabalha com a Magia Sexual torna-se
uma bucha literalmente porque sua energia é muito grande.
Assim ele é alvo destes parasitas e o pior de tudo é que se ele não tiver domínio sobre si
mesmo ele próprio pode criar seus próprios parasitas.
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Um iniciado com a energia bem transmutada pode perdê-la facilmente se estiver sendo
parasitado pois o parasita ficará com toda a energia e cada vez mais se tornará mais forte e
quanto mais forte for mais energia sugará.
Aqui mais uma vez bato na tecla das purificações diárias, do enxofre nos sapatos – os
vapores etéricos liberados limpam o iniciado pois o elemental desta substância é um dos
mais poderosos – a prática constante do Pranayama também é muito útil para o domínio
do elemento ar, ou seja, os pensamentos. É necessário ter pensamentos serenos para evitar
a criação de mais larvas.
Para os iniciados que seguem os caminho molhado esse perigo de formação de larvas é
constante – não que aquele que segue o caminho seco não corra esse risco – pois elas
necessitam de alimento, porém, como o sêmen é reabsorvido pelo iniciado e ele vem
impregnado com os Kalas místicos (vibrações vaginais) emanados pelas Shaktis
(Sacerdotisas) na hora da operação, ou seja, quando o iniciado reabsorve a energia
impregnada de força e potência, as larvas têm dificuldade em alimentar-se com essa
energia.
Kenneth Grant nos diz:
“Existem, sem dúvida, algumas divisões tântricas que de fato expressam a Corrente Consciência
como o sêmen e, então, reabsorvem-no no sistema por um método no qual o pênis é usado como um
sifão. Isto é perigoso, a menos que o praticante seja um adepto. Crowley evitava de certo modo, os
perigos ao absorver a substância oralmente durante suas operações mágicas.”
A pouco disse que aqueles que seguem o caminho molhado deveriam tomar mais
cuidado e isso é verdade desde o ponto de vista em que se encontra um neófito.
É muito constante ver neófitos que seguem este caminho sem uma orientação; mas o
perigo encontra-se as portas desde que o iniciado, seja ele neófito ou alguém experiente,
não expresse sua Verdadeira Vontade nessa energia que está sendo gerada e que gerará
alguma coisa, seja ela o que for.
Como disse anteriormente o sêmen é uma arma poderosa nas mãos do Mago porque ele
cria. O que quero enfatizar aqui é que o sêmen sempre criará, não importa, mesmo que ele
não crie um filho físico com certeza criará um filho nas dimensões a que o homem comum
não consegue perceber. Esse filho é o que chamamos de súcubo.
Grant continua sua explanação:
“aquilo que é ejaculado como sêmen é a energia não absorvida (prana ou ajas) e ele sempre
contribui para a criação de formas materiais, alojadas num útero ou não. Caso contrário, o
trasbordamento (como na masturbação, sodomia, felação, etc.) é tomado pelo astral e por entidades
Qliphóticas e transformados em organismos já existentes nos planos sutis. Paracelso refere-se aos
homúnculos (criaturas geradas artificialmente) feitas de esperma independente do organismo
feminino e às larvas astrais e monstros parasíticos construídos da substância de imaginações
voluptuosas.”
27
Para que o ato seja sacramentado o iniciado deve ter uma mulher escarlate (Shakti) a
altura de seu deleite, porém, por ela sentir algo superior ao que chamamos apenas de
luxúria.
Nos comentários de Crowley a respeito dos ritos que envolvem o segredo do IX° O.T.O.
ele jamais mencionou como deveria ser a escolha de uma Shakti, mas no Livro da Lei
podemos encontrar uma citação que se adequa a isso: “Magníficas bestas de mulheres com
longos membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelos flamejantes a sua volta...”
Digo isso porque no momento deste coito mágico o iniciado deve ter em mente a
realização da consecução de sua Vontade e se isso não for perfeito, se sua Vontade não for
forte o suficiente ele poderá gerar algo que não estava previsto, assim como foi dito acima.
Na minha concepção, a criação de um súcubo jamais poderia ser algo movido pelo
inconsciente – mas na maioria das vezes são – e sim algo premeditado pelo próprio
iniciado, ou seja, todo aquele que se encontra a estudar o ocultismo deveria saber que tais
criaturas são geradas facilmente e que se fosse realmente necessário a existência desse tipo
de criatura o Mago deveria criá-la como o resultado de sua Verdadeira Vontade, não algo
meramente ligada ao acaso. Infelizmente é isso que acontece, íncubos e súcubos são
gerados por pessoas – as vezes até experientes – inconscientemente.
A energia deve ser transmutada e levada a seu ponto máximo de modo que não seja
sugada ou abafada em seu percurso até que alimente os corpos internos de um iniciado.
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Fixação da energia (mutação) e a disciplina esotérica
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Depois que a energia foi transmutada é necessário que ele passe por um processo de
mutação para não ser perdida, devemos fixá-la de forma que ele possa continuar a nos dar
frutos como uma árvore bem cuidada.
A mutação ou fixação da energia consiste em após a prática de Magia Sexual o Mago
realiza algum tipo de ritual, seja ele uma invocação ou evocação, ou pode fazer exercícios
que prânicos, meditações ou vocalizações, consagração de Talismãs e etc.12
É importante que o iniciado saia de uma operação envolvendo a Magia Sexual tão
energisado como quando entrou.
Crowley nos ensina que a melhor forma de energizar o corpo físico é com o vinho, a
música e o amor (Bacchus, Apolo e Afrodite) e isso deve existir em uma operação como a
que acabo de citar.13
Se nesta operação existir os três elementos de energização em conjunto com a Magia
Sexual não existe possibilidades do Mago sair desernegizado.
A disciplina esotérica consiste na sistemática realizações de operações envolvendo o
segredo do IX° O.T.O. para que a energia chegue ao seu limite de 100.°C.
Somente pela realização desta prática o iniciado adquire a disciplina necessária para
não deixar que a energia gerada involua e crie as larvas.
12 Veja apêndice III.
13 Veja Líber 811 na parte II.
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A Mutação
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Assim que o iniciado transmuta a energia fica estática a fim de ser usada. Assim deverá
vir a inspiração. Isso pode vir até o iniciado através de alguma conferência que estiver
dando, pode ser que venha pela contemplação de uma paisagem (como sempre ocorria
com Crowley no alto das montanhas), pode ser que isso ocorra com o escutar de um bom
concerto de música, uma poesia, etc. Cada iniciado deve buscar essas inspiração da melhor
forma possível porém, sempre deve haver a contemplação de algo pois isso é a exaltação
mágica e o coroamento da mutação.
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A mutação, prática de vida
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A mutação deve ser o pão diário do sábio, principalmente no que diz respeito a
meditação. Por exemplo, as vezes o iniciado sente grande desejo de caminhar só por
lugares isolados e cheios de árvores. Muitas vezes ele assim o faz e quando está nestes
lugares ele sente-se a vontade e neste momentos sua inspiração é tão sublime que ele se
senta ao pé de uma árvore a ali a sente, sente o prana, sente a vida e contempla a beleza de
Deus em todas as coisas. Neste momento ele acaba de realizar uma prática de mutação de
suas energias, está dando aquela energia transmutada uma oitava superior. Em
conseqüência essa energia é jogada em seus corpos internos para que eles possam dar os
frutos necessários para sua utilização.
O sentido de mutação é bem mais sublime e elevado do que apenas dar uma oitava em
sua energia e sim, e é verdade, viver o momento de instante em instante e contemplar a
vida como ele é, sem seu subjetivismo.
Naquele momento em meio as árvores o iniciado senta-se e medita naquilo que acredita
e vive o tempo todo – pois se assim não fosse não se dedicaria com afinco ao ocultismo –
Deus...
Não é possível falar de mutação da energia sem falar de invocações e evocações que
são, sem dúvida, métodos de contemplação e inspiração. Sendo assim, o iniciado se inspira
e se exalta neste momentos.
Assim ocorre com os Rituais Dramáticos, a exaltação do Mago na hora de um ritual
cerimonial. Isso aos olhos do homem inspirado e sábio é divino.
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Exercício de cura pela energia sexual
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Comece a fazer assim que se levantar pela manhã.
Tire o travesseiro e deite-se de barriga para cima e relaxe.
Concentre-se em seu centro sexual até que ele comece a aquecer, ou seja, até que você se
sinta excitado. Você pode tentar uma visualização sexual, porém, não se masturbe, o
interessante não é perder a energia e sim transmutá-la.
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Quando sentir que o centro sexual encontra-se excitado, visualize essa energia subindo
pela frente de seu corpo energisando todos os chacras e vitalizando todas as glândulas.
Você deve imaginar essa energia chegar até a ponta de sua língua.
Após isso concentre-se novamente em seu centro sexual.
Visualize novamente essa energia subindo, porém, desta vez pelas costas. Ela sobe por
sua coluna energisando vértebra por vértebra até chegar ao céu da boca.
Agora toque o céu da boca com a ponta da língua unindo as energias.
Dessa forma você fez a união e o elo entre as energias e agora irradia essa força para
onde você se propor.
Esse exercício deve ser praticado quantas vezes você quiser, porém, saiba que a
concentração é seu melhor amigo nessas horas, por isso desenvolva isso em você.
Você pode utilizar esse exercício para várias coisas, para vários objetivos. Para isso você
deverá desenvolvê-lo com um sistema de cores.
Vermelho: Vitalidade, força, magnetismo pessoal, vitalidade.
Azul: Relaxamento, passividade, calma e introspecção.
Verde: Revitalização dos chacras, prosperidade, criatividade.
Amarelo, dourado e rosa-forte: Relacionam-se com a cura.
Laranja: Bom para aqueles que ganham a vida falando ou escrevendo pois relaciona-se
com a laringe.
Violeta e índigo: São usados para a produção de melatolina no cérebro. Estimula os
sonhos místicos, tântricos e a resolução de problemas.
Seria bom que o leitor consultasse fontes onde se aprofundará em cromoterapia.
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III
As Portas do Reino Interno
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“(...) se todo ato tem efeito em todo e em cada plano, como podes fazer isso se não estiveres em
comunicação com todos os planos ?”
Aleister Crowley
O ser humano possui todos os atributos necessários para entrar em si mesmo, ou seja,
no céu.
A partir do momento que o homem que busca a si mesmo compreender que o processo
é todo interno em todos os pontos do caminho espiritual, verá, com absoluta clareza a
simplicidade das coisas, que um Æon nada mais é que um estado de Consciência e dessa
forma compreenderá o princípio da Totalidade.
Já dizia C.G. Jung: “Não busque a perfeição, mas sim a Totalidade.” Ou seja, não existe isso
de perfeição – a comprovação é a derrocada da sociedade – e sim uma Totalidade de todas
as coisas de uma forma simples. Nesse ponto concordo com um físico brasileiro que diz:
“Devemos viver a vida dentro de uma complexidade de simplifica e não dentro de uma simplicidade
que complica.”
Pois bem. Para que o leitor compreenda essa capítulo, é necessário que ele esteja aberto
ao novo, pois não se trata apenas de centros de poder, mas sim, da compreensão que o ser
humano tem de ter sobre o assunto, bem como sentir sua verdadeira importância para o
que aqui estamos expondo.
O assunto desse capítulo é em demasia complicado porque envolve uma crença que se
assemelha a uma crença do Deus Todo Poderoso, ou seja, ele nunca foi visto e não é
descrito em palavras, porém, a tradição diz que existe.
David Hume já dizia: “Sendo Deus Todo Poderoso, jamais poderia ser bom e sendo bom,
jamais poderia ser Todo Poderoso.”
As portas do reino interno – assim considero – consiste no pleno desenvolvimento dos
sete chacras principais.
“Cada centro de força do corpo possui sua própria tônica e responde cada vez que a fazemos
ressoar. Aquele que sabe fazer ressoar apropriadamente as vogais – as sete vogais da natureza –
harmoniza esses centros para que respondam ao som da verdadeira vogal sintética: o verdadeiro
nome de seu Íntimo.”
Deuses Atômicos de M.
De acordo com vários autores, tanto ocidentais quanto orientais, os chacras se
desenvolvem por variados métodos de Yôga. Ao meu modo de ver, os chacras só são
desenvolvidos plenamente pelo processo de Magia Sexual, quando o Magista levanta o
fogo serpentino. Os outros métodos, tais como a vocalização de mantrams, a Hatta Yôga, o
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pranayama e outras práticas, só despertam parcialmente os chacras, ou seja, não os
desenvolve em sua capacidade máxima. Isso, na minha concepção, só acontece quando os
chacras são envolvidos ou inundados pela Kundalini.
A Magia Sexual tem variadas funções, essas variam também pelo tipo de técnica a ser
usado. Uma das funções e creio que é a mais importante, é o pleno desenvolvimento da
Kundalini, esse fogo serpentino que é desperto de seu sono quando os átomos solares e
lunares se tocam no tribeni, fazendo assim com que a Kundalini desperte e levante
inundando todos os chacras conectados a espinha dorsal.
Nesse aspecto, existe controvérsias no que se relaciona ao caminho seco e molhado,
porém, ao meu modo de ver, todos os dois caminhos são válidos e no fim, levam o iniciado
ao mesmo lugar.
Todo o ser humano possui em seu interior esses chacras – desenvolvidos ou não – e
também esse fogo serpentino, que no não iniciado, se encontra latente, enrolado três vezes
e meio no chacra Muladhara – não digo com isso que todo iniciado tem esse fogo
serpentino desperto e aceso.
O desenvolvimento desses chacras conferem ao Magista poderes ou Sidhis tais como a
clarividência, a clariaudiência e etc.
Agora farei uma breve descrição dos sete chacras principais do corpo humano.
Muladhara: Também conhecido como chacra básico, relaciona-se com o plexo coccígeo
no final da coluna. Ele possui quatro pétalas, seu elemento é terra, a deusa [hindu]
relacionada a ele é a Dakini e seu mantram é LAM.
Swaddhisthana: Prostático no homem e uterino na mulher. Relaciona-se com os órgãos
sexuais. A literatura hindu fala que quando esse chacra é desperto, confere vários poderes
psíquicos, controle sobre os sentidos e a total falta de medo da água. Sua deusa é Rakini,
possui seis pétalas, seu elemento é água e seu mantram é VAM.
Manipura: Chamado de umbilical e relaciona-se com o plexo solar. Seu despertar
confere faculdade de telepatia. Possui dez pétalas, sua deusa é Lakini, seu elemento é fogo e
seu mantram é RAM.
Anahata: Esse é o chacra cardíaco, relacionado ao plexo cardíaco [coração] como o nome
nos diz. Seu despertar confere a intuição e inspiração. Possui doze pétalas, seu elemento é
o ar, sua deusa é Kakini e seu mantram é YAM.
Vishuddha: Chacra Laríngeo. O plexo relacionado é o mesmo, laringeo, porém, ele
também é relacionado com a glândula endócrina tiróide. O seu despertar confere a
faculdade de clariaudiência. Ele possui dezesseis pétalas, sua deusa é Shakini, seu elemento
é o éter e seu mantram é HAM.
Ajna: Chacra frontal. Relaciona-se com o plexo carótido e com a glândula pituitária. Seu
despertar proporciona ao Magista a faculdade de clarividência. Possui duas pétalas
principais, porém, sendo em total de noventa e seis pétalas. Sua deusa é Hakini e seu
mantram é OM.
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Sahasrara: Chacra Occipital ou coronário. Relaciona-se com a glândula pineal. Ele pode
ser chamado de “janela de Brahama” ou “olho de diamante”. Confere a polividência, ou seja, a
união ou conjunto de todos os poderes citados até agora. Possui mil pétalas e é a morada
de Shiva. Seu despertar ocorre quando a Kundalini sobe pelo canal medular inundando
todos os outros centros até tocá-lo ou até tocar Shiva como se diz, ou comumente, até se
unir com Shiva.
Como dito antes, existem variados exercícios para se despertar parcialmente os chacras.
É necessário que o Magista ou iniciado do Santuário da Gnosis pratique esses exercícios
para uma melhor preparação para o trabalho tântrico.
Crowley nos fala em um comentário sobre Liber AL que Hadit está em todos, porém, o
que Ele necessita é uma estrutura física em condições saudáveis para poder exercer seu
trabalho, ou seja, o iniciado tem – se essa for sua Vontade – praticar tais exercícios para
preparar e fortalecer seu físico para um trabalho mágico de qualidade.
A seguir está uma síntese de tais trabalhos e seus respectivos exercícios.
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Tasmin Sati Svasprasvasayorgativicchedah Pranayama
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Vamos começar por tentar definir o prana. Mas o que é o prana? Prana é a energia vital
ou soma de todas as energias que se manifestam em todas as partes do Universo.
De acordo com instrutores orientais, todas as formas de energias são modificações
prânicas, como a eletricidade, o magnetismo, o calor... Todos os poderes físicos ou
psíquicos são modificações prânicas.
Sempre que falamos de prana é porque inevitavelmente falaremos ou queremos falar de
pranayama. Porém, o que é o pranayama ? Podemos citar dessa forma:
Prana = Energia, alento, ar...
Yama = Controle.
Definimos pranayama como o exercício do controle da energia ou da respiração.
Tal controle traz como conseqüência, um maior domínio sobre nossas atuações písicofísicas,
pois, para cada classe de pensamentos, sentimentos e movimentos adotamos,
naturalmente, posturas respiratórias diferentes. Por exemplo, uma pessoa que está
participando de uma festa terá uma respiração proporcional ao seu estado psicológico, que
será de alegria, porém, se seus estado psicológico estiver passivo, se suas atitudes
estiverem mostrando uma tristeza, ela adotará uma atitude respiratória diferente e se
chorar, novamente sua atitude respiratória adotará novas características. Assim é para
todas as pessoas e em todas as circunstâncias. Portanto, se o ser humano for capaz de
adulterar essa natureza inconsciente, ou seja, se ele for capaz de modificar esses estados de
acordo com sua Vontade, Vontade sobre sua respiração, poderá mudar suas atitudes e
manifestações.
33
A ciência do pranayama é ainda mais forte e mais poderosa em seus resultados se for
combinada com a Dhyana [meditação] contínua.
A prática do pranayama ajuda no desenvolvimento dos poderes psíquicos do iniciado,
ajuda no processo de curas, combate a fome, a sede, o calor, o fria, a dor e a alegria, ou seja,
contribui abundantemente no autodomínio do iniciado.
Outro benefício do pranayama é a purificação dos nadis. O Kapalabhati (Kapala = crânio;
Bhati = brilhar) ou seja, é um exercício prânico para a purificação do crânio.
O pranayama implica definitivamente no controle do pensamento, pois o ar é o
elemento do pensamento e suas divagações.
O iniciado adquire, com essa prática [pranayama] um perfeito controle sobre todas as
suas funções mentais e é por isso – como dito acima – ele é muito mais poderoso ao se
praticar junto com a meditação, pois está, para ser perfeita, para levar o iniciado ao estado
de Samadhi, deve estar desprovida de qualquer atividade mental externa, ou seja, ligada as
divagações mentais causadas pela falta de disciplina no mundo em que vivemos. Quem é o
homem que consegue ter domínio sobre seus pensamentos nos dias de hoje? É só um
homem começar a queres para de pensar em algo que logo esse pensamento não lhe sai da
cabeça. O pranayama acaba com isso...
Existe a ênfase neste ponto no que diz respeito ao pensamento pois, sem concentração e
sem domínio sobre todas as atitudes mentais é impossível a prática ou realização da Magia
Sexual no sentido mais elevado e sacro. Como poderia um iniciado, em uma operação
mágica sexual, conduzir sua Vontade e seus fluídos sem concentração ou com divagação
de pensamentos ? Pois bem, a prática do pranayama confere ao iniciado esse elementos
necessários para a realização de sua obra, sua Magna Obra...
Crowley ensina em Liber RV vel Spiritus algumas práticas para que o Zelator da AA
possa ter completo controle sobre a prática do pranayama.
Existem diversas práticas prânicas para diversos tipos de trabalhos. Uma delas consiste
dessa maneira:
Sente-se em sua Ásana preferida. Inale suavemente e profundamente, exale
rapidamente forçando o ar para fora e contraindo o abdome. Pode se começar com umas
dez exalações (1 volta) diárias e ir aumentando uma volta por semana, ate atingir 120
voltas.
Esse exercício purifica o sistema respiratório limpando os tubos bronquiais, as narinas,
oxigenando os pulmões e o cérebro convenientemente, purifica o sangue tonificando o
sistema circulatório e desobstrui os nadis.
Através do Swara (ciência da respiração) e do Tantra (ciência sexual), pode o iniciado
controlar paulatinamente as manifestações do prana. Ele começa a controlar pequenas
proporções do prana que atuam na mente e na região sexual. Existe uma estreita conexão
entre a mente, o prana e o sexo. O iniciado que controla sua energia sexual com a força de
sua Verdadeira Vontade pode lograr o que quiser na vida, afinal, essa é a energia mais
poderosa do universo. Dessa maneira, surge o domínio de si mesmo, o domínio de sua
verdadeira natureza.
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Nadis
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De acordo com os instrutores orientais, os nadis são canais astrais, condutores das
correntes prânicas e somente são vistos por aqueles iniciados clarividentes. Assim não são
considerados nervos. Seu número alcança a 72.000. Os nadis mais importantes são Ida,
Pingala e Sushuma, sendo esse último o superior, por onde sobe a Kundalini inundando
todos os chacras. Esse nadi passa pela parte central da coluna vertebral.
A Lua move-se e tem relação com Ida, o Sol move-se e tem relação com Pingala.
Ida vai do testículo direito a narina esquerda e Pingala do testículo esquerdo a narina
direita.
Através do pranayama o iniciado transmuta a energia sexual. Dessa maneira nutre
determinados órgãos com o Prana que em si é carregado de átomos solares e lunares.
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Centralização do Prana
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“Durante os sandhyas, inale o prana externo, encha o estômago com ele e centralize-o com a
mente, no meio do umbigo, na ponta do nariz e nos dedos dos pés. Com esse procedimento o Yôgui se
libertará das enfermidade e da fadiga.”
Swami Siwananda
Prana é o grande alento, é a vida que palpita em cada átomo, assim como palpita em
dada Sol, em cada Estrela.
O prana existe em todos os lugares. Na comida, no ar, na água...
Siwananda nos conta que se o iniciado for capaz de centralizar o prana na ponta do
nariz ele obtêm domínio sobre o elemento ar; se centraliza-lo no meio do umbigo dissipará
as enfermidade e se centraliza-lo nas pontas dos pés seu corpo se tornará ligeiro.
Ele enfatiza muito na prática do pranayama para o domínio de si mesmo e para a saúde
do corpo físico.
“Qualquer um que beber ar pela boca, durante os dois Sandhyas e as últimas horas da noite, por
um espaço de três meses, obterá a auspiciosa Saraswati (Deusa da palavra), eloqüência e sabedoria,
isto é, Ela estará presente em seu Vach (palavra)...”
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Observações para a prática do pranayama
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Para prática do pranayama, sugiro que as seguintes observações sejam consideras.
1. Escolher um lugar calmo, tranqüilo e ventilado, preferivelmente voltado para o
oriente.
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2. Não enrugar os músculos do rosto ao praticar o Kumbhakam (retenção do ar), pois
isso indica que esta sobrecarregando suas próprias capacidades e não permitindo
assim, a regularidade do Rechak (expiração) e Purak (inspiração).
3. Usar nas práticas de pranayama o mantram OM ou simplesmente a contagem
numérica.
4. Não convém banhar-se após o pranayama, tão pouco se expor ao ar livre,
principalmente se houver transpirado. Porém, isso, como já foi comprovado, pode
variar de pessoas para pessoas, ou seja, a prática lhe mostrará o melhor caminho ou
decisão a ser tomada.
5. Não se faz ruídos com as fossas nasais tanto na expiração, quanto na inspiração.
6. Pode-se praticar em qualquer Ásana (posição do corpo de acordo com as práticas de
Yôga), porém, de forma que a coluna vertebral esteja ereta e o estômago vazio.
7. Para o iniciante, é melhor que a retenção do ar não se estenda em demasia, – a não
ser que essa seja sua Vontade – deve-se aumentar gradativamente até que a
capacidade pulmonar seja alterada.
8. Deve-se limpar as narinas e fossas nasais antes da prática do pranayama, como
também colocar-se em uma Ásana cômoda para evitar movimentos desnecessários,
os quais atrapalham a concentração.

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Alguns exercícios
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1. Primeiro exercício: Concentração no entrecenho:
Coloque-se em disposição para o exercício em uma Ásana de sua preferência.
Concentre-se no entrecenho (local do chacra Ajna) e lá mantenha sua atenção.
Com o dedo polegar direito feche a narina direita e inale pela esquerda suavemente,
lentamente e sem esforço contando doze unidades de OM ou numericamente.
Sem reter o ar exale pela mesma narina repetindo o mesmo processo. Faça isso por doze
vezes.
Aguarde uns dois minutos e faça o exercício da mesma maneira com a narina direita,
porém, feche a narina esquerda com o indicador da mão direita.
2. Segundo exercício: Concentração no entrecenho alternado:
Da mesma maneira como começa o exercício anterior, feche a narina esquerda com o
indicador direito e inale o ar pela narina direita contando oito unidade de OM ou
numericamente.
Sem reter o ar, feche a narina direita com o polegar direito e exale o ar lentamente pela
narina esquerda.
Dessa mesma maneira inale o ar pela narina esquerda lentamente e com suavidade.
Novamente sem reter o ar, feche a narina esquerda com o indicador direito e exale o ar
suavemente pela narina direita.
Esse foi um ciclo prânico de 8.8 unidade de OM.
Faça um total de doze ciclos.
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3. Terceiro exercício: Concentração no entrecenho alternado com Kumbhakam:
Como nos dois exercícios anteriores faça:
Inale pela narina direita enquanto fecha a esquerda com o indicador direito. Conte oito
unidades de OM ou numericamente.
Retenha o ar por quatro unidade de OM ou conte numericamente.
Exale pela narina esquerda enquanto fecha a direita com o polegar direito por oito
unidade de OM ou numericamente.
Fique sem o ar por quatro unidades de OM ou conte numericamente.
Inale pela narina esquerda enquanto fecha a direita com o polegar direito por oito
unidades de OM ou numericamente.
Retenha por quatro unidades de OM ou conte numericamente.
Exale pela narina direita enquanto fecha a esquerda com o indicador direito por oito
unidades de OM ou numericamente.
Fique sem o ar por quatro unidades de OM ou conte numericamente.
Esse completa um ciclo prânico. Faça doze ciclos.
Como pode ver, esse exercício trabalha o chacra Ajna, o chacra que confere ao iniciado a
clarividência.
Aumente o período de suas práticas como foi ensinado em Liber RV. Depois que passou
a fazer muitos ciclos prânicos com facilidade, comece a calcular a prática por tempos
determinados como uma hora, duas horas e etc.


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Mantrams
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“Mais vale uma hora de vocalização do que mil livros lidos.”
Dr. Arnold Krumm Heller
Mantrams são palavras de poder usadas para dois tipos de trabalho, a dissipação de
pensamentos na hora da meditação e o despertar parcial dos chacras, ambos praticados da
mesma forma, ou seja, pela vocalização (oral) ou pela mentalização (mente).
Existem muitas controvérsias neste assunto. Uns dizem que só serve para dissipar
pensamentos, que tais mantrams são incapazes de despertar os chacras mesmo que
parcialmente. Por um outro lado, outros dizem que não, só servem para vocalização para
se despertar os chacras. Porém, existe uma outra classe de iniciados que dizem que o
mantram serve para as duas funções. A experiência me mostrou que devo me situar nessa
última classe de iniciados pois vi e comprovei a eficácia dos mantrams em ambos os casos.
Literalmente, a palavra mantram significa parar de pensar.
Man = Pensar.
Tra = Parar
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No Universo tudo é movimento atrás de cada movimento existe um som, uma tônica
fundamental.
Na ciência do Mantram-Yôga, como já disse anteriormente, podemos ver a utilização do
mantram com variações, ou seja, alguns fazem o mantram como forma de oração, que é a
repetição do som sagrado, outros fazem ou utilizam o mantram na dança e outros
vocalizam o mantram em uma série de repetições concentrando-o em determinados pontos
[chacras]. No final o resultado pode variar de acordo com a prática. O iniciado pode
adquirir poderes psíquicos, força, cura e etc.
A respeito da prática do Mantram-Yôga muita coisa foi falada, porém, vejo a
importância de enfatizar que todo o corpo no Universo possui um som característico, uma
nota que o faz vibrar e o mais interessante a ser observado é que cada corpo possui uma
nota tônica e responde somente a ela e mais a nenhuma outra. Assim ocorre com os
chacras. Cada um possui sua nota tônica fundamental e essa, quando é vibrada, o coloca
em movimento o despertando de sua letargia, porém, como também se observou, o chacra
responde a variações em sua nota tônica. Essas variações podem aumentar a capacidade do
chacra ou não, como sempre, no final, o que determina, é sempre a prática...
Sendo assim, o mantram é uma sábia combinação fonética, uma perfeita combinação de
letras cujo os sons produzem efeitos físicos, psíquicos e espirituais.
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Observações
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1. Para se obter um bom aproveitamento na vocalização dos mantrams é necessário uma
concentração firme, um estado de sentimento adequado e consciência além de tudo.
2. O mantram pode ser utilizado de três formas: Oralmente, mentalmente e com o coração.
O ideal é combinar os três na hora de uma operação mântrica.
3. O Manas Mantram (mantram mental), combate os pensamentos paralelos na meditação.
Nesses casos o mantram atua como um Koan (espécie de enigma a ser decifrado na
meditação profunda).
4. O Bija mantram é o som que desperta parcialmente os chacras, são os mantrams dos
chacras.
5. O mantram pode ser dividido em duas classes: Japa (vocalização longa, repetida e sem
musicalidade) e Kirtan (vocalização cantada, ou seja, com musicalidade).
6. Pode se combinar harmoniosamente o Swara (ciência da respiração) com o mantram.
Nesse caso, inale profundamente o ar e retenha por alguns instantes vocalizando o
mantram logo em seguida. Isso aplica-se melhor para os Japas.
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Exercícios Mântricos
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1. Primeiro exercício: OM
Descrição: OM é uma palavra de força que provem das três letras sagradas AUM. Dentro
da Yôga é considerado um mantram muito poderoso.
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Significado: Não pode ser descrito por palavras, já que de certa forma é o aspecto sonoro
do Absoluto.
Pronúncia: De forma prolongada faz vibras os chacras, principalmente o Ajna e o
Anahata.
Benefícios: Cura de enfermidades cardíacas, desenvolve os poderes psíquicos
relacionados aso chacras citados, desperta a inspiração, a intuição e outras faculdades
transcendentais.
2. Segundo exercício: AUM
Descrição: Vibração suprema. O iniciado perceberá que se meditar concentrando na letra
sanscrita AUM (OM), ela se converte em um verdadeiro Yantra (diagrama esotérico com
muitas alegorias). [AUM = Trindade; O M = Dualidade; OM = Unidade].
Significado: Palavra que manifesta a divindade. A palavra AUM tem estrita
correspondência com AMÉM.
Pronúncia: Abre-se bem a boca com a vogal A, arredonda-se com a vogal U e fecha-se a
boca com a vogal M. Todas as vogais tem de ser estendidas.
Benefícios: Esse mantram na ciência do Mantram-Yôga é chamado de Prototátwico, ou
seja, nos permite despertar poderes tátwicos. A vocalização como foi indicada atua
também no chacra Manipura e desperta as faculdades superiores como a telepatia.
3. Terceiro exercício: OM MANI PADME HUM
Descrição: Literalmente significa “Eu sou a jóia de Lótus e nele permanecerei”. Esse mantram
é muito usado em meditações para que os pensamentos se dissipem, porém, existem
correntes esotéricas que afirmam que esse mantram não serve apenas para esse fim, dizem
ser uma poderosa petição ao Pai Interno, Íntimo – no caso dos Thelemitas SAG – que é o
Pai que está em secreto. Eles também afirmam que a verdadeira pronúncia do mantram é
OM MASI PADME YOM e que seu significado é “Ó meu Deus em mim”. Pessoalmente creio
que isso só é mais uma derivação e a experiência me mostrou que essa variação – pelo
menos em mim – não determinou efeitos práticos mas com a forma original sim.
Benefícios: Serve para despertar a intuição, para comunicar-se com Atman. Deve ser
usado em profunda meditação e recolhimento interno.
4. Quarto exercício: AUM TAT SAT
Descrição: Esse é um outro mantram muito poderoso e que as vezes aparece com uma
variação de OM TAT SAT ou OM TAT SAT TAN PAN PAZ. Mas em todos os casos, ele é
usado da mesma maneira, para dissipar os pensamentos na hora da meditação.
Pronúncia: Como se lê, mas dá-se ênfase tônica na letra T.
Benefícios: Ao ser vocalizado de forma correta, isso é, em estado de meditação profunda,
consciente, cria-se uma faixa de vibração em movimento. Essas vibrações são as mesmas
das moléculas dos corpos.
A ciência do Mantram-Yôga é vasta, atinge níveis e níveis de vocalização. Pensando
nisso é que decido descrever agora os exercícios mântricos relacionado com o despertar
dos chacras segundos os ocidentais, ou seja, pela vocalização das vogais.
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Vogais e as faculdades dos chacras
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Cada chacra tem seu mantram e isso foi demonstrado anteriormente, porém, no
ocidente, o despertar parcial dos chacras pela Mantram-Yôga dá-se por meio da utilização
de outros mantrams, ou seja, as sete vogais da natureza.
Como em toda a área do ocultismo existe divergência de ensinamento, uns dizem que
as sete vogais são: IEOUAMS (os adeptos desse conhecimento dizem que M e S no
ocultismo são vogais); outros, porém, não compartilham desse mesmo ensinamento
dizendo que as sete vogais da natureza são: IEOÔUAÁ.
Ao meu modo de ver, ambos tem seu valor e é necessário que aqui neste ensaio eu siga
os parâmetros de um dos dois. Sendo assim, escolhi o primeiro, não porque seja melhor ou
pior que o segundo e sim porque foi o que melhor me afinizo, porém, não nego a eficácia
do segundo.
Essas sete vogais da natureza fazem vibrar o organismo, bem como os chacras e
desperta-los parcialmente.
A vogal I desenvolve a clarividência; a voga E desenvolve no iniciado a clariaudiência; a
vogal O desperta a intuição; a vogal A desenvolve no iniciado a capacidade de se lembrar
da vidas passadas e as vogais M e S [no ocultismo] vibram os chacras Muladhara e
Swaddhisthana.
A seguir está exposto algumas séries de mantrams para serem trabalhadas.
1. Primeira série:
CHIS = clarividência
CHES = clariaudiência
CHOS = intuição
CHUS = telepatia
CHAS = memória de vidas passadas
Cada mantram deve ser vocalizada até o final. Nesse caso, o CH tem o som de X.
2. Segunda série:
IN = clarividência
EN = clariaudiência
ON = intuição
UN = telepatia
NA = memória de vidas passadas
3. Terceira série:
SUIRA = clarividência
SUERA = clariaudiência
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SUORA = intuição
SUURA = telepatia
SUARA = memória de vidas passadas
Aqui é necessário enfatizar que a vocalização deve ser acompanhada por concentração e
visualização do chacra a ser trabalhado, pois, sem isso, de nada adianta o trabalho.
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Addendum
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“(...) Os chacras funcionam através do sistema endócrino e, assim, afetam a humanidade nos
níveis psico-físicos.”
Kenneth Grant
No culto Theriônico da O.T.O., os dois chacras fundamentais são de importância
suprema e nesse sentido são bem trabalhados pelos iniciados que seguem o sistema de
Aleister Crowley.
O chacra Swaddhisthana é o chacra de importância nesse presente trabalho pois ele, é
envolvido diretamente com o sistema do IX° O.T.O.; o chacra Muladhara também é
importante porque ele se envolve diretamente com o segredo da Magia Sexual do XI°
O.T.O. e suas variações, essas, provocam regeneração e ressurreição...
Kenneth Grant cita algo a respeito do secreto XI°: “O número de Keter, a Luz Suprema, é
Um, ou a Unidade. Malkuth e Keter unidos somam 11, o número da Magia e daquela palavra
undécupla que é feita carne por um processo de Magia Sexual que os Iezides praticavam e do qual os
árabes deram uma pista em seus mais antigos livros sagrados. Há um dito Qabalístico que diz:
‘Keter está em Malkuth e malkuth está em Keter, mas de outra maneira’, e seu significado deve ser
procurado nos mistérios do XI°.”
Os chacras são um dos assuntos que mais preocupam ocultistas do mundo inteiro.
Leadbeater preocupou-se bastante com esse assunto e em seus escritos ela fala [nas
entrelinhas] de um oitavo chacra dentre os sete principais. Na verdade, creio que deve ter
havido algum engano por parte desse autor ou ele não podia falar disso abertamente. A
verdade esta velada e nós nunca sabemos, porém, talvez não fosse sua missão revelar algo
dessa natureza.
Crowley foi mais longe e citou mais três chacras [não citados pelos hindus] de suma
importância para a Magia Sexual. Ele escreveu a um irmão dizendo:
“Parece que um conjunto especial de nadis alimenta o Lótus Muladhara como se ele tivesse três
raízes. A fonte destas três raízes está nos três centros que você mencionou. Mas eles não são Lótus
da mesma ordem dos Sete Sagrados. Primeiro, eles não são protegidos pela espinha e [por isso]
não entram neste simbolismo.(...)
O Lótus anal tem oito pétalas, é carmesim escuro, incandescendo pura cor de papoula quando
excitado, e seu centro é de um rico castanho dourado à la Rembrandt. Este Lótus contém um certo
mistério do Apana-Vayu (os ares vitais).
41
O Lótus Prostático é como um peridoto, extremamente translúcido e límpido. Seu centro é de um
branco tão claro como um diamante. As pétalas são numerosas, acho que trinta e duas.
O terceiro Lótus está na glans penis, perto da base e da superfície interior na linha média. É de
um rico púrpura surpreendente, com uma radiação de lilás mesclado com ultravioleta. O centro é
dourado como o sol e dele saem raios de escarlate e puro azul alternativamente.
Dentro desse centro há um ponto escuro de raios infravermelhos. A concentração próxima a este
ponto é extremamente difícil devido à sua violência. [Esta estranha palavra expressa bem o falo.] (...)
Eu não acha que tenha algum perigo em vivificar esses três Lótus se a pessoa houver previamente
despertado os centros superiores e, especialmente, se a Kundalini houver sido treinada para banharse
diariamente no chacra Swaddhisthana. Seria inadequado começar o trabalho com eles, embora, e
de fato, como eu lhe disse, eu acho melhor não começar com nada abaixo do Anahata, embora seja
mais difícil despertar a Kundalini desta maneira.
P.S. Na fêmea da espécie humana, estes três Lótus também existem, mas de forma muito
diferente. O Lótus anal é como do macho, porém menos e menor brilhante.
O segundo dos chacras está situado entre a ureta e cervix uteri. É um Lótus muito grande com
miríades de pétalas, de algum modo difusas e como um repolho. Sua cor é cinza neutro, mas na
gravidez ele se torna um laranja brilhante e como uma flor; ele é extremamente sensível e absorvente,
e constitui o maior perigo para as mulheres. Influências externas invadem-no facilmente e causam
histeria e obsessão. Durante a menstruação, em particular, ele é inundado por listas castanhas e
vermelhas e parece carcomido.
O terceiro Lótus está na base do clitóris. Ele é pequeno, mas extremamente brilhante. As pétalas
são em número de quarenta e nove, sete fileiras de sete [pétalas] cada uma. A cor básica é um rico
verde oliva, algumas vezes assemelhando-se à esmeralda. As folhas têm veios de vívidos azul
ultramarinho. O centro é rosa carmesim, com pistilos dourados sobre hastes emplumadas de um
branco leitoso. As folha têm bordas pérola e púrpura.”
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Conclusão para esse capítulo
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O tema tratado nesse capítulo é extenso demais para ser tratado por completo, sendo
assim, o essencial foi passado, porém, faltam algumas informações necessárias.
Não há como falar de Magia Sexual [Tantra Yôga] sem falar de Yôga em si.
O fundamental é que o leito saiba, sendo iniciado ou não, que para se praticar Magia
Sexual [que só é mais um ramo do Yôga] sem se desenvolver pela sábia utilização de cada
um dos sistemas de Yôga.
Vários autores tentaram – e fracassaram – unir todos os sistemas de Yôga em um só,
como foi o caso de Samael Aum Weor e Jorge Adoum.
A experiência e o tempo provou que cada um dos sistemas de Yôga deve ser praticado
em si como é, porém, todos devem ser praticados pelo iniciado.
Para uma melhor compreensão descreverei aqui os sistemas de Yôga.
1. Hatta Yôga: Utiliza o domínio interno e externo do corpo físico como ponto de
partida e como meio para chegar a uma integração universal.
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2. Karma Yôga: Emprega a atividade externa, a vida ativa, com renúncia progressiva ao
objeto da ação. É o sábio cumprimento do dever.
3. Bhakti Yôga: É do amor e devoção espiritual.
4. Raja Yôga: Utiliza o domínio interno dos mecanismos das atividades mentais.
5. Gnana Yôga: Emprega o discernimento do conhecimento abstrato.
6. Mantram Yôga: Usa o domínio do som, externo e interno, e a aplicação do ritmo a
determinadas combinações de sons.
7. Tantra Yôga: Emprega a prática das energias psíquicas e fisiológicas como ensinado
nesse ensaio.
Crowley em uma carta [Liber Aleph] ao seu Filho Mágico diz: “Por último, exercita
constantemente os Oito Membros de Yôga. E assim tu chegarás ao Fim.”
Esses oito membros são oito etapas que comumente aparecem na Raja Yôga, porém,
creio que essas oito etapas podem ser praticadas em cada um dos sistemas de Yôga
apresentados, mas, no entanto, com suas variações. As oito etapas são:
1. Yama: É uma regra de moral Yôgui, o iniciado deve abster-se de toda forma de
violência, mentira, roubo, luxúria e demais características da personalidade.
[Crowley estende o assunto em Liber XXX (Liber Librae) e em Liber CCXX (Liber Al
vel Legis) bem como em Thien Tao (Konx Om Pax)].
2. Niyama: É o cultivo da pureza de corpo e mente. Alegria, austeridade, e pensamento
constantemente voltado para divindade. (Na visão de Crowley, Yama e Niyama “é
viver de tal forma que nenhuma emoção ou paixão perturbe a mente”).
3. Ásana: Refere-se ao que o corpo consiga adotar uma posição estável, sem que
obstruam as energias circulantes. Em etapas mais adiantadas, significa também uma
correta atitude psíquica e mental.
4. Pranayama: Seu objetivo é o emprego consciente das energias psíquicas pelo domínio
do prana.
5. Pratyahara: Isolamento da mente ou abstração dos estímulos sensoriais, mantendo-a
perfeitamente desperta e atenta.
6. Dharana: Aplicação total da mente sobre um ponto (físico, psíquico, mental e
espiritual).
7. Dhyana: Fase de penetração da mente em um ponto assinalado em Dharana.
8. Samadhi: Fase final da ascensão da consciência: Unificação, integração, identificação
total do sujeito com o objeto.
Esses ou essas são as oito etapas a serem praticadas. A aplicação dessas etapas nos
sistemas de Yôga permitem ao iniciado fazer um trabalho completo no que diz respeito ao
seu rendimento espiritual, a sua Grande Obra.
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Fugimos do tema principal nesse capítulo, porém, mesmo assim, creio ser fundamental
que o iniciado pratique todos os sistemas de Yôga se é que quer realmente construir as
bases firmes da pirâmide em relação a Magia Sexual e em relação a própria iniciação em si.
As portas do Reino Interno são os chacras em seu perfeito desenvolvimento, sendo
assim, aconselho ao estudante sério que busque um bom instrutor nos sistemas de Yôga.
No Brasil dois grandes instrutores fazem um trabalho eficiente, Hermógenes e De Rose.
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IV
O Rito
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“EIS aqui então o teu Programa para todas as Operações de Magia. Primeiro: tu descobrirás tua
Verdadeira Vontade, como Eu já te ensinei, e aquele Botão dela que é o Propósito desta Operação.
Em seguida, formula esta Vontade-Botão como uma Pessoa, buscando-a ou construindo-a, e
dando-lhe nome, de acordo com tua Santa Qabalah, e sua infalível Regra de Verdade.
Terceiro: purifica e consagra esta Pessoa, concentrando-te sobre ela, e contra tudo mais. Esta
Preparação continuará em toda a tua Vida diária. Nota bem: apronta uma Nova Criança
imediatamente após cada Nascimento.
Quarto: executa uma Invocação direta e especial em tua Missa, antes da Introdução, formulando
uma Imagem visível desta Criança, e oferecendo o Direito de Encarnação.
Quinto: executa a Missa, sem omitir a Epiklesis, e que haja uma Aliança de Ouro nas Bodas de
teu Leão com tua Águia.
Sexto: na Consumação da Eucaristia aceita esta Criança, dissolvendo nela tua Consciência, até
que ela esteja bem assimilada dentro de ti.
Agora pois faze isto continuamente, pois através de Repetição vem tanto Força quanto
Habilidade, e o Efeito é cumulativo, se tu não dás tempo para que ele se dissipe.”
Aleister Crowley




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O Santuário
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O Santuário é o local para a prática mágica do rito fálico. Ele pode ser em qualquer
lugar. Você pode montar seu Santuário no seu quarto, em um quarto separado, construir
um local só para essa prática mágica... Não importa. Você só deve levar em consideração
certas implicações necessárias.
Esse é um local sacro, sendo assim, leve ali somente Sacerdotisas consagradas para esse
tipo de trabalho. Não entre ali com roupas sujas da rua, dessa maneira você não levará
sujeira para seu Santuário.
Ali você poderá meditar, fazer Hatta Yôga, Magia Sexual... É pensando nisso que você
deve se preocupar em não levar estranhos lá, não deve levar mulheres que não
compreendem sua posição espiritual e muito menos entrar sujo neste ambiente. Limpe-se
antes de lá entrar, purifique-se, tome um banho de plantas e entre lá perfumado com
essências maravilhosas. Lembre-se, lá é seu santuário.
Outra providência a ser tomada é a defesa astral de seu Santuário.
Estes lugares devem ser bem protegidos contra larvas astrais dos mais diferentes tipos.
Seres que só vivem de nossa energia e nos vampirizam psiquicamente.
Um Santuário mágico onde é praticado o rito da criação é um local visado por esse tipo
de seres pois lá [no Santuário], existe uma energia muito poderosa sendo formada, lá criase
um vórtice mágico poderoso que não deve ser profanado.
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Sendo assim, proteja o local com um Círculo mágico permanente. Compre uma corda e
a consagre com sua Verdadeira Vontade. Amarre as duas pontas e a coloque em volta de
todo o santuário [por dentro é claro]. Ela deve ter a medida exata de toda área interna do
santuário. Nela coloque alguns cristais amarrados e não tire-a dali para nada. Seria bom
que você fizesse alguns rituais de banimentos antes dos ritos mágicos e depois deles.
“MAS no Sacramento da Gnosis, que é do Espírito, nada há que cause dano, pois seus Elementos
são não apenas Alimento, mas uma verdadeira Incarnação e Quintessência de Vida, Amor, e
Liberdade; e em sua Manifestação é teu Leão consagrado por pura Luz de Êxtase. Também, como esta
é a mais forte, e também a mais sensitiva de todas as Coisas, e tanto própria quanto pronta para
receber impressão da Vontade; não como um Selo, passivamente, mas com verdadeira Recriação dela
num Microcosmo. E isto é um Deus vivo, e potente para criar, e ele é uma Palavra de Magia na qual
tu podes ler-Te com toda a tua História e todas as tuas Possibilidades. Também, quanto à tua Águia,
não é esta escolhida pela Natureza Mesma em Seu Caminho de Atração, sem cuja Harmonia Estética
e Magnética teu Leão queda silente, e inerte, mesmo como Aquiles (antes de sua Cólera) em sua
Tenda? Portanto também agora Eu te comando, ó meu Filho, a partilhar constantemente deste
Sacramento, pois ele é próprio a toda Virtude; e à medida que tu aprenderes a usá-lo em Perfeição tu
sobrepujarás todas as outras Formas de Magia. Sim, em verdade nenhuma Erva ou Poção é como
esta, suprema em todo e cada Caso; pois é a Verdadeira Pedra dos Filósofos, e o Elixir e a Medicina
de todas as Coisas, a Tintura Universal ou Mênstruo de Tua Própria Vontade.”
Aleister Crowley

____________________________
Os sentidos na Magia Sexual
_____________________________

Na prática da Magia Sexual, os sentidos devem ser bem explorados pois eles, de uma
forma singular, são a chave para um Ritual bem feito.
Em todo tratado tântrico oriental, o leitor poderá comprovar que os sentidos são
explorados em seu máximo ou limite.
Poderá comprovar que no ocidente o sexo se degenerou de uma forma radical, levando
sua sacralidade para as fossas mais profundas da ignorância humana. Isso, de qualquer
forma, mostra que o ocidente – talvez – ainda não esteja preparado realmente para as
práticas tântricas. Mas existe um outro porém. O conhecimento – assim creio – de forma
nenhuma pode continuar estagnado da maneira em que se encontra. Estamos em novos
tempos, muito do que era sagrado no passado hoje já não é e as portas dos Templos se
encontram escancaradas para o público. Talvez isso seja outro sinal importante e revelador
que, de certa forma, deve ser interpretado de duas formas, ou seja, talvez já seja a hora da
humanidade receber o que era até então um segredo sacerdotal, quem sabe, por merecer;
por outro lado, talvez esse seja um sinal que as portas se encontrarão fechadas daqui um
tempo. Sendo assim, a humanidade deve correr para não ficar fora do barco...
Acredito na evolução – ou revolução – em todos os sentidos. Creio que é hora de
escancarar as portas dos Templos e jogar a quinquilharia velha para fora pois, dessa
46
maneira, novos conhecimentos possam ser recebidos – ou concebidos – para que a
humanidade saia de atoleiro em que se encontra, a ignorância.

_______________
A Visão
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Todos os sentidos na Magia Sexual tem sua importância na cadeia do equilíbrio, porém,
em determinadas pessoas, um sentido sempre se desenvolve mais. Sugiro então que o
estudante tente desenvolver todos da mesma maneira para que possa saber qual é o
sentido que mais se afinize.
Como disse, o equilíbrio da cadeia é o que deve ser buscado. Um homem, não importa
se é feio ou bonito, porque se ele se encontrar em perfeito equilíbrio interno, se seus átomos
internos estiverem trabalhando de forma equilibrada, ele será magnético e atrairá para si
tudo o que de melhor há na vida. Como tratamos de um livro sobre a sexualidade, deixo
bem claro que ele atrairá para si mulheres maravilhosas.
Um homem é o que seus átomos internos são. Dessa maneira destinguimos um ser
humano do outro pelos tipos do átomos que atrai, bem como o tipo de pessoas que ele se
mistura.
Esse conhecimento é de grande ajuda na visão. Ajuda a destinguir, as vezes, o certo e o
errado.
A visão tem de ser treinada. Um Magista poderia não sentir atração por sua Shakti se a
mesma andasse de qualquer forma, esculhambada por aí sem se cuidar. Da mesma forma
acontece com o Magista que não se cuida.
É bom que a Shakti deixe um deslumbre no olhar de seu Sacerdote dias antes do rito
mágico e principalmente no dia.
No meu caso, adoro mulheres naturais, sem muita maquilagem; adoro ser excitado pelo
olhar. Isso não acontece só comigo, tenho plena certeza de que ninguém gosta de estar com
uma pessoa esculhambada. Sendo assim, sugiro que o leitor leve isso em consideração e
comece a cuidar mais de seu visual para que se sinta bem consigo mesmo e com seu
parceiro(a).

______________
O Olfato
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Esse talvez seja o sentido mais desenvolvido para a prática de Magia Sexual.
Creio que o olfato tenha as características para decidir um bom ritual.
O ser humano emana diversos aromas em seu corpo, aromas que as vezes se tornam
desagradáveis. Não que são ruins ou têm mau cheiro, todos têm suas características e
peculiaridades.
Os lugares onde o odor sempre é mais aguçado são sempre aqueles onde as glândulas
trabalham mais. As axilas, as dobras das juntas do corpo, os órgãos sexuais, a fissura entre
as nádegas, atrás das orelhas e alguns outros lugares.
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Sugiro então que os praticantes sejam asseados e se limpem antes do rito para que o
odor desse lugares não sejam tão fortes na hora da prática.
Da mesma maneira o cuidado deve ser tomado com o hálito. Ele pode variar de acordo
com o que comemos até mesmo vinte e quatro horas antes do rito. Aconselho que os
praticantes não exagerem no alho e nas comidas picantes. No dia do rito, talvez frutas seja
o alimento mais aconselhado.
Os odores corporais variam de acordo com o passar do dia. Cada pele tem seu odor
particular que pode variar antes, no momento e depois da prática.
Aconselho que esse sentido seja bem desenvolvido pelos estudantes. Que na hora do
rito ele seja praticado com bastante entusiasmo.


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