CAROS LEITORES;
Nós do blog Spider Master conseguimos uma cópia literaria de um documento do mago ALEISTER CROWLEY, sendo assim, o publicamos em nosso blogger;
Nenhuma informação divulgadas nesse post foi editada, mudamos apenas a fonte para facilitar a leitura desse arquivo.
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ALEISTER CROWLEY
&
FERNANDO AIWASS LIGVORI
E A
MAGIA SEXUAL DA
ORDO TEMPLI ORIENTIS
___________________
parteI
_________________
SATVRNVS I(11)
_______________
2
“EU quero além do mais que tu aprendas, meu querido Filho, a reta
Arte de Conduta para
com aqueles que Eu te darei para Iniciação. E a Regra aí é uma
Regra Única: Faze o que tu
deverá ser o todo da Lei. Cuida Constantemente de que esta não
seja quebrada; especialmente
naquela sua Seção (assim ouso dizer) que reza: Trata da Tua Vida.
Isto se aplica igualmente a
todos, e o mais perigoso dos Homens (ou das Mulheres, como tem
ocorrido, ou Eu erro) é o
Intrometido. Ó como nos envergonhamos, e como nos indignamos com
os Pecados e as Tolices
dos nossos Semelhantes! De todas as Manifestações desta Mazela, a
mais comum é o Desejo
Sexual insatisfeito; e tu sabes já, mesmo em tua tenra
Experiência, como naquele Delírio o
Bem-Estar do Universo inteiro parece insignificante. Desprende
portanto teus Bebês daquela
Infantilidade, e instila o senso de verdadeira Proporção. Pois em
verdade este é um Caminho de
Loucura, o Amor, a não ser que seja sob Vontade. E curar esta
Loucura não é tão bom quanto
prevÊ-la; de forma que tu deverias prevenir estas Crianças,
mostrando-lhes a reta Importância
do Amor: como este deve ser um Rito sagrado, exaltado acima da
Personalidade, e um Fogo
para iluminar e servir o Homem, não para devorá-lo.”
Aleister Crowley
3
__________
Prefácio
Faze o que tu queres há de ser
tudo da Lei
___________________________________
“É somente quando a consciência se retira do instrumento de desejo
(o falo) que o espírito está
livre para manifestar-se na forma consoante com o objetivo do rito
mágico. O falo (o leão) é para
Vontade Mágica o que o Sol é para Sírius; ele é um reflexo na
esfera mundana da inteligência transterrestre.”
Kenneth Grant
Um dos motivos por querer escrever esse ensaio foi, ou melhor, é a
maneira de como a
sexualidade ritualística é encarada até hoje. Não é somente na
sexualidade ritualística que
se encontra o medo dogmático levado ao extremo, causando assim,
fobias sexuais e
neuroses.
A castração psíquica sexual não envolve somente a Magia Sexual,
pelo contrário, a
Magia Sexual é bem menos açoitada pelo seu mínimo conhecimento da
população em
geral, porém, o sexo em si foi e é motivo de perseguição até hoje.
O ato do sexo é o que faz a vida se manifestar, o poder criativo
que tudo subjuga no
Cosmo e que criou o próprio Cosmo.
O útero é o local sagrado onde o milagre da criação é encenado, ou
seja, o sacrifício da
semente do homem é despejado em louvor a Deusa.
Mesmo nos dias de hoje o direito humano é negado e esse ensaio
luta pela liberdade de
expressão sexual.
Embora o tema social da sexualidade não seja amplamente estudado
neste ensaio – pois
ele toma frente ao estudo mágico da sexualidade – ele é descrito
nas entrelinhas.
Sempre que um seguidor e praticante dos Antigos Mistérios toma sua
ação de liberdade
em divulgar sua filosofia e praticá-la, logo é tomado por críticas
por aqueles dogmáticos
que acreditam no pecado original. A velha história sempre aparece:
“a adoração do diabo”
inventada pela Igreja Romana.
Ninguém reclama quando muçulmanos constroem uma mesquita ou um
Templo
Hindu é construído em uma comunidade de maioria católica, para
atender aos seus fiéis,
mas basta um grupo de praticantes dos antigos Mistérios acender
uma fogueira no topo de
uma colina para celebrar Beltane1 que os moradores do local
se levantam em protesto.
Ninguém comenta nos jornais quando uma procissão sai às ruas para
comemorar o Ano-
Novo chinês ou o fim do Ramadan2, ou um festival de Ganesha.
Porém, se um grupo
ocultista realiza um festival para celebrar suas crenças, a
imprensa sensacionalista está lá,
junto a grupos que se dizem cristãos, com seus cartazes
denunciando algo que já era
sagrado muito antes da cristandade existir e seus membros
começarem a queimar livros,
1 Um dos quatro grandes Sabhatts, celebrado no hemisfério
norte em 12 de maio.
2 Nono mês no ano lunar muçulmano em que os fiéis fazem jejum no
nascer e pôr-do-sol.
4
registros e material de valor inestimável, só porque celebravam um
estilo de vida diferente
do seu.
Um ponto significativo deve ser tratado nessa introdução. Vivemos
em um país cristão
[o mais católico do mundo] e todos sabem que o homem é o que é o
seu meio social, claro,
existindo suas exceções. A maneira como pensamos e nos comportamos
está condicionada
por onde e como vivemos. No que diz respeito ao sexo, praticamente
em todos os lugares,
ele é tolerado ou condenado.
Isso existe em todos os ramos do conhecimento. Quase sempre o que
é ruim para o
ocidental e bom para o oriental.
No oriente o sexo é tratado de maneira, digamos, “madura”, ou
seja, lá [no oriente] o
sexo é visto como um presente da divindade e quase sempre faz
parte dos ritos religiosos e
faz parte também da cultura social em si.
Há pouco tempo em Juiz de Fora e em cidades ao redor uma lei foi
aprovada, o
homossexualismo aberto. Agora, todo homem que gostar de outro
homem ou o mesmo
para mulher, pode andar a vontade, abraçado e beijando como um
casal de namorados
heterossexuais.
Isso foi motivo de escândalo para a sociedade cristã que não se
rebelou por medo,
porém, como em toda a parte em que a cultura dogmática domina, só
se falava no
“absurdo”.
O que eles não sabem (e até ignoram que não sabem) é que isso é
normal em países
orientais.
O que quero passar é que não há dogmas na sexualidade (ou pelo
menos não deveria
haver), ou seja, ela deve ser encarada como é, livre e sem
preconceitos, apenas segue seu
curso.
Nessa sociedade [dogmática], o fator “aceitação” é o mais difícil.
Ele até existe, porém,
podemos dizer que “passa seco pela garganta”. O ser humano
[dogmático], não aceita seu
próximo. Eu mesmo conheço mulheres brancas que quando são
elogiadas por homens
brancos sentem-se maravilhadas e quando são elogiadas por homens
negros sentem-se
ofendidas e dizem: “esses negros não enxergam seu lugar”.
Esses, que assim o fazem, estão
cavando sua fossa e deveriam ser jogados aos cães, afinal, todo
homem e toda mulher é uma
estrela...
Um fator extremo também, no nosso caso, é o uso indevido da
corrente sexual.
A energia sexual é a energia da criação, ou seja, é a força mais
poderosa do universo.
Sendo assim, é necessário um amplo treinamento interno para poder
utilizar essa energia
com a devida eficiência.
Esse treinamento consiste em Hatta Yôga, meditações, vocalizações
e etc.
Então seria bom que o iniciante soubesse que o uso indevido dessa
força pode trazer
catástrofes sexuais sérias como problemas nos órgãos sexuais,
incapacidade sexual e
doenças...
A AIDS assola o mundo. Ora, Magia Sexual não se pratica de
camisinha. Assim indico
ao leitor (se esse não for um iniciado) que pelo menos antes de
praticar a Magia Sexual com
5
alguém, tenha plena confiança nessa pessoa, exija exames médicos
com intervalos de três
meses. Um iniciado sabe que para se praticar “bem” a Magia
Sexual, necessita estar com
uma Sacerdotisa Iniciada na arte, ou seja, no caso da O.T.O., que
ela faça parte do Soberano
Santuário da Gnosis.3
Não que não possa praticar com uma iniciada, porém, seria ótimo se
a Shakti fosse uma.
O perigo não só da AIDS, mas também de outras DST [doenças
sexualmente
transmissíveis] pode estragar um trabalho na “Grande Obra”.
O sexo é divino e um presente
dos Deuses, sendo assim, ele deve ser oferecido a Eles, mas para
isso, é necessário estar
limpo...
Opus Gnosticum Liber vem ao público
como um material de pesquisa referente a Magia
Sexual tão difundida nas verdadeiras escolas de mistérios.
Este tema até hoje tem sido mantido em segredo e o próprio Crowley
nos diz da
seguinte maneira em um de seus comentários4 a respeito de Liber
Ágape5: “Este segredo
encerra a verdadeira chave da magia, quer dizer, por meio da
utilização correta deste segredo, o
homem pode impor sua Vontade à natureza, e ainda que todo conhecimento
registrado fosse
destruído, seria possível para um adepto, em poder deste segredo,
restaurar o conhecimento.”
O próprio Crowley nos diz que o supremo segredo da O.T.O. está
contido no Liber
citado acima e no capítulo XXXVI do Liber CCCXXXIII (333),
falsamente chamado de Livro
das mentiras.6
Adentraremos no segredo máximo do Santuário da Gnosis, estudaremos
a jóia do IX°
Ordo Templi Orientis e assim quem sabe o segredo de Liber Ágape
se torne difundido para
que o ser humano possa perceber a maravilha que é o Templo, a
Mulher, o Cálice na Mão
de Nossa Senhora BABALON...
Aqui encontra-se o segredo da eucaristia de um só Elemento, o
elemento dos elementos,
o que conhecemos com o termo de elixir da longa vida.
Desfrute com deleite mágico e tome sua fartura de amor assim como
está escrito em
nosso santo livro entregue ao profeta. Neste livro encontramos a
citação: “Vê ! Isto é
revelado por Aiwass o ministro de Hoor-Paar-Kraat. O Khabs está no
Khu, não o Khu no Khabs.
Adore então o Khabs, e contemple minha luz derramada sobre vós !”
Sobre esta passagem em nosso Livro Santo Kenneth Grant afirma o
seguinte: “Khabs é
uma palavra egípcia que significa ‘estrela’, e o Khu é a essência
ou o poder mágico feminino. A
3 O leitor é levado a consultar Liber AL vel Legis, cap. I:
51: Há quatro portões para um palácio; o chão desse palácio é de
prata e ouro; lápis lazuli & jaspe estão lá; e todos os aromas
raros; jasmim & rosa, e os emblemas da morte. Que ele entre por
partes ou de uma só vez nos quatro portões; que ele fique de pé
sobre o chão do palácio. Ele não afundará? Amn. Ho!
guerreiro, se teu servidor afundar? Mas há meios e meios. Sede
festivos, portanto: vesti-vos todos em fina roupa; comei ricas
comidas e bebei doces vinhos e vinhos que espumam! Também, tomai
vossa fartura e vontade de amor como vós quiserdes,
quando, onde e com quem vós quiserdes! Mas sempre para mim.
Se isto não estiver correto; se vós confundirdes as marcas do
espaço, dizendo: Elas são uma; ou dizendo, Elas são muitas; se o
ritual não for sempre para mim: então esperai os terríveis
julgamentos de Ra Hoor Khuit!
Veja os comentários de Crowley sobre esse trecho do Livro da
Lei no apêndice I.
4 Liber 414.
5 Liber que contém o segredo máximo do Santuário da Gnosis
envolvendo o IXº O.T.O.Veja apêndice II.
6 O Cap. 36 de Liber 333 é reproduzido em Liber Ágape.
6
estrela (isto é, Sótis, a estrela de Shaitan) reside no poder
mágico da essência geradora da fêmea, pois
a Estrela-Cão é Sótis, que também é chamada alma de Ísis. Pela
adoração (isto é, utilizando
deliberadamente ou ritualmente) desta ‘Estrela’, a luz de Shaitan
também é invocada. Estes versos
compreendem a fórmula inteira da Magia Sexual e seu modo de
utilização.” 7
Retire da mente todos os dogmas crististas e entre em um mundo de
êxtase divino e
crie, crie como Deus porque tu és uma estrela e como estrela deve
brilhar assim como foi
escrito “Não existe deus senão o ser humano”.
Eis que em tuas mãos tem o segredo sacro da vida e com ele tu és
Sacerdote segundo a
ordem de Melkisedeck, tu és Deus e cria como ele, tu és santo e
brilha como estrela.
Quando estás a exercer sua função como Deus, quando encontra-se
neste estado, nada
mais existe senão tua criação e lá, tu crias o que bem entende porque
tu és uma estrela.
Compreenda isso e aceite a Lei deste novo Æon para que tu rompas
com todas as amarras
que o prendem.
Viva a luz da liberdade, viva a luz de Thelema e como Deus crie,
pois esta é tua função
no caminho da iniciação.
Pense apenas em criar para que aquilo de divino em ti floresça
pela tua criação.
Amor, êxtase, gozo divino e supremo na Magia da Criação...
Crowley fala de amor em um de seus textos e transcreverei um pouco
deste
maravilhoso texto:
“Portanto, nós consideramos o Amor santo, a religião de nossos
corações, a ciência de nossas
mentes. Não terá Ele o Seu Rito designado, Seus Sacerdotes e
poetas, Seus criadores de Beleza em cor
e forma para adorná-Lo, Seus músicos para saudá-Lo? Não deverão
Seus Teólogos, adivinhando a
natureza Dele, declará-Lo? Não devem mesmo aqueles que apenas
varrem o terreno em frente do Seu
templo partilhar através disto da pessoa Dele? Não deverá nosso
cientista por as mãos Nele, medi-lo,
descobrir profundezas, calcular seus cumes, e decifrar as leis de
sua Natureza?
Também para nós de Thelema, que assim treinamos nossos corações e
mentes para serem peritos
engenheiros daquele arranha-céu, o Amor, o navio para voar até o
Sol; para nós o ato de Amor é a
consagração do corpo ao Amor. Nós queimamos nosso copo no Altar do
Amor, para que mesmo o
bruto possa servir à Vontade da Alma. Devemos então estudar a arte
do Amor Físico. Não devemos
frustrar ou trabalhar mal. Devemos ser frios e competentes como
cirurgiões; cérebro, olho e mão, os
instrumentos perfeitamente treinados a Vontade. Devemos estudar o
assunto abertamente e
impessoalmente, devemos ler os tratados, ouvir lições, assistir
demonstrações, obter nossos diplomas
antes de entrarmos na prática.
Não queremos dizer o mesmo que o “cristão”
quando dizemos “o ato de Amor”. Para nós não é
o gesto grosseiro de um homem sofrendo um ataque, não é uma luta,
um espasmo sem senso, uma
súbita repulsão de vergonha, como é com ele.
Temos uma arte de expressão; estamos treinados para interpretar a
alma e o espírito em termos
do corpo. Não negamos a existência do corpo, nem o desprezamos;
recusamos, porém, a considerá-lo
7 Esse é um ponto de vista de Kenneth Grant. Veja os comentários
de Crowley pertinentes e esse trecho no
apêndice II.
7
sob qualquer outra perspectiva que esta: é o órgão do Ente.
Deve, no entanto, ser ordenado de acordo
com suas próprias leis; aquelas do Ente
mental ou moral não se aplicam a ele. Nós Amamos; isto é,
nós queremos unir-nos; então um deve estudar o outro, adivinhar
toda borboleta pensamento que
passa, e oferecer-lhe a flor que ela mais aprecia. O vocabulário
do Amor é pequeno, seus termos
triviais; buscar novas palavras e frases é ser afetado.
Mas a linguagem do corpo nunca se exaure; nós podemos falar
durante uma hora como uma
pestana. Existem coisas íntimas, delicadas, sombras das folhas da
Árvore da Alma que dançam na
brisa do Amor, tão sutis que nem Keats nem Heine em palavras, nem
Brahms nem Debussy em
música, puderam dar-lhe corpo. É a agonia de todo artista, quanto
maior ele é, maior o seu desespero,
pois, não consegue expressar todas essas coisas. E aquilo que não
podem fazer, nem uma única vez
numa vida de ardor, é feito em toda plenitude pelo corpo que,
Amando, aprendeu a lição de como
Amar.”
Aqui, neste ensaio, além de darmos a conhecer os dois caminhos
tântricos, o da mão
esquerda e direita, fazemos, ou melhor, damos ênfase ao caminho da
mão esquerda, pois
este, é o supremo segredo da O.T.O.
Muito se tem falado sobre esse caminho tântrico, diversas escolas
o interpretam como
Magia Negra, o que difato não é. Vendo essa calamidade irei fazer
um breve comentário a
esse caminho:
Esse termo, Tantra da Esquerda ou “Vama-Marga” tem sofrido
as mais diversas
interpretações, a maioria como não poderia deixar de ser –
depreciatórias. O termo deve
ser usado no senso exclusivo na tradição dos mistérios orientais.
A palavra esquerda não possui qualquer implicação ética, moral ou
teológica. Esse é
mais um exemplo de como conceitos puramente técnicos foram mal
interpretados e mal
compreendidos por nossa civilização ocidental.
Vama-Marga é o aspecto esotérico do TANTRA, do qual, o aspecto
exotérico é chamado
“Dakshina-Marga”. Estas
distinções nada têm haver com Magia Branca ou Negra como é
erroneamente suposto. Todos sabem que o tantra usa a Sacerdotisa
ou “Shakti” em suas
operações.
Com relação ao sistema Thelêmico temos:
BABALON (Babal = porta, On = Sol) significa “O Portal do
Sol”; Ela admite a ‘força solar’
através de seu portal, canal, passagem e “cat” isto
é, gata em inglês, pudenta. Como a gata, Ela
é a Lua, ou o Sol refletindo o “Olho de Amentá”; o Olho
Esquerdo do espaço assim como o Sol é
o direito. Assim Vama-Marga literalmente significa caminho envolvendo
o uso da mulher, a
fêmea usada e considerada como o esquerdo ou lunar aspecto da
Criação.
O nome BABALON é numericamente equivalente a 156, enquanto que a
forma corrupta
ou apocalíptica BABYLON (Babilônia) soma 165 – um número que não
possui qualquer
significância particular Qabalística. 156, por outro lado, leva
várias idéias relacionadas com
a função da “Mulher Escarlate”. Por exemplo, o número de
TzIVN, ZION, a Montanha
Sagrada e também o número da Cidade das
Pirâmides sob a noite de Pã que deve ser
penetrada e explorada através do mágico uso de BABALON. Também é,
de acordo com
Liber CDXVIII (418), o número do CHAOS , que é uma
concepção de singular importância
8
na Qabalah, pois assim é um secreto nome da Besta. BABALON
está assim identificada com
o verdadeiro Senhor.
A Cidade das Pirâmides é Binah, a terceira Sephira
da Árvore da Vida. Refere-se a Saturno
e, portanto, identifica a mais antiga concepção de ‘Geratriz’.
A final destruição do
conhecimento de Daath, a falsa Sephira, abre os portais da
Cidade das Pirâmides.
Em outra forma de compreensão, a Cidade das Pirâmides compreende
as séries de
sessões piramidais – 156 em número – ao lado dos quatro lados das Torres
do Universo.
É dito na tradição cristã que o Filho se senta ao lado direito de
seu Pai. Isso nos faz
indagar de quem estaria ao lado esquerdo, pois afinal, esse Pai não
teria só o lado direito...
Outros ainda nos perguntam o porque de usar esse caminho tântrico.
Quanto a isso
podemos observar:
“De modo a transformar a energia sexual em energia mágica (ojas),
a Serpente de Fogo
(Kundalini) adormecida na base da espinha é desperta. Ela então
limpa a energia vital de tudo o que
é negativo através da virtude purificadora de ser calor extremo.
Assim, a função do sêmen no tantra
é construir o ‘corpo de luz’, como corpo interior do ser humano.
A medida em que o fluído vital se
acumula nos testículos, ele é consumido pelo calor da Serpente de
Fogo e os vapores voláteis deste
sêmen fortalecem o corpo interior.”
“Os praticantes deste caminho trabalham com as secreções que fluem
da genitália feminina e não
com a mera pronúncia de letras do alfabeto que, apesar de sua
utilização mântrica para carregar e
direcionar os fluídos, tem pouca ou nenhuma utilidade além desta.”
“(...) pela veneração tântrica da Serpente de Fogo através da
vagina da mulher escolhida para
representar a Deusa, a Kundalini relampeja para cima e,
finalmente, se une em êxtase ao seu Senhor
Shiva no local da Lótus de Mil Pétalas.”
_____________________________
Amor é a lei, amor sob vontade
______________________________
Fernando
Aiwass Ligvori
Juiz
de Fora
9
_________________
PARTE I
Fernando Aiwass Ligvori
_________________
10
I
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Uma pequena visão
histórica
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“(...) um homem é um Deus até que a última centelha de admiração
por quadris sinuosos ou um
belo sorriso morra, ou seja, quando ele estiver morto.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
A sexualidade foi explorada ritualisticamente por vários povos,
grupos e tribos da
Antigüidade e até hoje ela continua sendo explorada por um pequeno
conjunto de pessoas
que se preocupam em manter as antigas tradições. Esse pequeno
conjunto de pessoas se
dividem em escolas de iniciação e a que mais nos referimos neste
ensaio é a O.T.O..8
Observamos que em ritos datados de muitos anos antes do advento do
cristianismo
ouve a adoração a grande Deusa ou Mãe.
Em tribos a sexualidade era explorada pelos caçadores que obtinham
a benção da
Grande Mãe pelo conúbio sexual.
Eram realizados festivais da caça anuais. Os caçadores que
conseguiam obter as
melhoras caças e o maior número de alimento para a tribo ganhava o
direito de se deitar
com a Sacerdotisa da tribo em um ritual público.
Alguns objetivos eram observados, dentre eles podemos citar que
dessa maneira a
Sacerdotisa conseguia fazer uma seleção de seu amante que por
direito poderia fecundá-la
e se deitar com ela durante todo um período que envolvia estações
inteiras. Ela sempre
ficava com o ganhador e esse era o mais forte. Sendo assim ela
iria gerar um filho forte e
guerreiro, ou seja, ela se deitava com aquele que poderia lhe
introduzir um gen mais forte.
O rito público era realizado – por um lado – para que os
perdedores ficassem com
inveja e se esforçassem para serem vitoriosos na próxima temporada
de caça.
A mulher era o centro da tribo. Sempre uma mulher fértil com fartos
seios e largos
quadris, aumentados por tantas gestações sucessivas, deveria
ter-se tornado o modelo
ideal, uma cópia da deusa Mãe. Ela foi o protótipo da Sacerdotisa
da Deusa e, portanto,
vista pela tribo como sua contra parte terrena.
Quando a Sacerdotisa não podia dar mais a luz com tanta freqüência
e já não preenchia
mais os requisitos para o cargo ela nomeava sua sucessora. Essa,
ficava ligada a antiga
Sacerdotisa até sua morte e assim se garantia a reencarnação da
manifestação da Deusa.
“O útero foi o primeiro, e para o Mago continua sendo o principal,
exemplo de Cálice sagrado,
com a função se ser o elo de comunicação entre a humanidade e algo
superior.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
8 Neste ensaio o leitor é levado a conhecer um pouco sobre as
características da Magia Sexual com grande
ênfase no processo ensinado pela O.T.O., uma das grandes Ordens
iniciáticas do séc. XX.
11
____________________________
A Sagrada
Prostituição
___________________________
Agora nos deslocamos para as primeiras culturas da história,
sociedades agrícolas do
Mediterrâneo, mais precisamente na Mesopotâmia e Caldéia.
A sociedade aqui já é mais dividida, existe um sistema estrutural
de classes e ordem.
Artesãos, soldados, escravos, Sacerdotes, governantes e
trabalhadores.
Existem mercados, Templos, um rudimentar sistema monetário se
baseando
principalmente na troca de produtos e mercadorias e um avançado
sistema de ensino –
para a época – somente para os membros da classe mais alta, ou
seja, os governantes e
Sacerdotes.
Neste período o culto a Mãe e ao seu Consorte9 já eram
considerados antigos, porém, as
características da Mãe tribal e os caçadores recompensados por ela
ainda eram mantidas.
Era comum encontrarmos as Hieródulas. Mulheres que
ofereciam os favores sexuais da
Deusa para os homens que a vinham adorar. Nessa época a
prostituição sagrada não era
vista com menosprezo, muito pelo contrário, era uma profissão
sagrada e um serviço à
própria Deusa. Assim vemos que essa é uma das profissões mais
antigas do mundo.
O homem chegava ao Templo com algum tipo de pedido a ser feito,
sempre com uma
oferenda. Chegando lá ele encontrava as representantes da Deusa,
as Sacerdotisas –
Hieródulas – que seriam capazes de concretizar os
pedidos feitos pelo homem.
Ela [a Sacerdotisa] escutava os pedidos do homem e se gostasse de
sua performance
sexual concedia a ele o seu pedido.
Dessa forma o homem voltava para casa revigorado de energia e
confiança, voltava
pronto para copular com sua esposa e lhe engendrar uma nova
criança, ele saia do Templo
entusiasmado a cavar mais canais de irrigação, assim seus campos
produziriam mais e ele
seria próspero e abençoado pela Deusa.
Essas Sacerdotisas representantes da Deusa eram de vital
importância na estrutura
hierárquica dos Templos.
No culto à Deusa Milita, na Babilônia, pelo menos uma vez na vida
todas as mulheres
se postavam frente aos Templos e iam com o primeiro homem que lhes
oferecesse dinheiro
que era, então, doado ao Templo, como oferenda. Isso era visto
como uma taxa justa
devido à Deusa, à qual nenhuma mulher podia negar.
___________________________________
Sacerdotisas: Coroadoras e fonte de inspiração
___________________________________
“Os Draconianos ou Tiphonianos, óbvios do papel do macho nos
mistérios biológicos da
procriação, haviam adorado a prostituta e seu bastardo, os quais
foram, eras mais tarde, tipificados
com a Virgem e a Criança.”
Kenneth Grant
9 BABALON e a Besta.
12
A mulher era a fonte de poder imperial e ao mesmo tempo fonte de
inspiração em todas
as épocas, e isso, de uma maneira ou de outra, ocorre até hoje.
No Egito, a sucessão imperial era mantida com um rígido controle
de pureza sangüínea
e isso, muitas vezes, causava aberrações biológicas e desastres
genéticos.
Lá a mulher era representante da Deusa na Terra, a persona,
símbolo de poder e
fertilidade.
Para que um novo Faraó reinasse, ele teria de desposar a rainha ou
a filha do Rei
anterior. Não importava se ela era sua mãe ou sua irmã, pois de
uma forma divina, só ela
tinha o poder de coroa-lo e sentá-lo no trono.
Crowley enfatizou em seus escritos que todos os povos sempre
tentaram produzir um
Messias. Os egípcios tentaram fazê-lo pela
união incestuosa.
Freqüentemente vemos Hórus sentado no colo de Ísis. O uso da
palavra colo tem sido
por muito tempo um eufemismo para a vulva feminina, e ao sentar
no colo, ou seja,
penetrando sexualmente a Rainha/Deusa, ele estava postulando o
trono. Outra frase
comumente usada é ir à lua, significando estar
tremendamente entusiasmado, em êxtase.
Mas ir à lua é outro sinônimo para o ato sexual; a lua é a
mulher, deitada sob o homem.
Nessa época (final da IX° dinastia) o culto a Deusa já estava
acabando, ele deixava de
ser Draconiano (ou Tiphoniano) e passava a ser Osiriano, ou seja,
a era deixava de ser
matriarcal e passava a ser patriarcal.
Ainda sim o culto matriarcal sobreviveu [em termos], mais
precisamente entre a XIII° e
a XVI° dinastia e só depois na XXVI° dinastia, porem, onde ele
estivesse, a Magia Sexual
sempre estava por perto.
“A Deusa é, afinal, não só Ísis, a Rainha do Céu; Gaia, a Mãe
Terra, mas é também e sempre foi
Vênus/Afrodite, a Deusa do Amor sexual. De muitas formas e sob
vários disfarces, ela inspirou o
macho da espécie e o seduziu para que ele desse o melhor de si ao
longo da história.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
A mulher foi a fonte de inspiração de todos os grandes pintores e
artistas, bem como
escritores e outros seres humanos que viram nela a beleza divina,
o Templo de redenção a
ascensão espiritual.
Foram grandes os pintores e poetas que deixaram sua marca para
humanidade, porém,
sempre sua fonte de inspiração foi o Templo divino da mulher.
Na poesia e na prosa universal ela foi o pivô, seus dotes triplos
de fertilidade, amor e
prazer sexual permanecem sobre o triângulo sobre qual grande parte
de nossa existência é
constituída, uma dádiva que preserva para humanidade a verdadeira
Magia, o
reconhecimento da divindade do Ser.
________________________
Sexualidade na antiga Grécia
________________________
13
Todos são capazes de perceber que na antiga Grécia a sexualidade
reinava em todos os
ritos públicos, solenes ou fechados.
O estudante encontra na própria mitologia traços dessa sexualidade
aguçada e
“avançada”. Encontramos deuses que se uniam com humanos e dessa
união saiam heróis e
heroínas com qualidades humanas e divinas, sendo assim,
semideuses.
Estudos extensos sobre a sexualidade grega foram feitos, e nele,
encontramos traços de
autores que criticavam, dividiam ou idolatravam o sexo na Grécia.
Esses estudos sempre enfatizam que a sexualidade grega tinha uma
parte luminosa e
outra obscura.
O sexo era natural, divino e sempre era realizados como forma de
adoração, sendo
assim, era apreciado por todos.
Jamais foi descriminado e o senso de pudor [enfatizado após o
advento do
cristianismo], não existia porque não havia o “não-divino” na
sexualidade grega.
Dizem que a parte obscura da sexualidade grega estava no culto aos
Mistérios Femininos
de Samatrácia que – dizem – envolvia sacrifício de
rapazes em algum ponto da história.
Mas o importante é dizer que a sexualidade grega – em meu ponto de
vista pessoal – foi
a que mais desenvolveu a sacralidade do rito mágico do sexo,
porém, foi a sexualidade
grega que – também em um ponto de vista pessoal – degenerou e
inspirou a degeneração
de seus ritos e mistérios. É nesse ponto que vejo a divisão entre
luminoso e obscuro.
A sexualidade foi tão desenvolvida que as mulheres foram divididas
em três classes:
• Hetairas:
Prostitutas de alta classe.
• Diteríadas:
Mulheres submissas totalmente aos caprichos
masculinos.
• Auletridas:
Mulheres com dons musicais e artísticos.
Todas elas distinguidas com roupas especiais.
Podemos dividi-las em primeira, segunda e terceira classe, como a
estrutura acima.
De todas as três classes, as mulheres que mais sofriam eram as da
segunda classe que de
forma ignorante não tinham direito a nada, muito menos a
cidadania. Enquanto isso as
outras duas classes eram as mulheres especiais que participavam do
mais alto escalão
social grego.
O mais sensual dos Deuses gregos é Dionísio,10 o Deus do vinho e
do prazer sexual.
Seus mistérios eram celebrados com rituais orgiásticos e com
bebedeira. Sua contra parte
latina era Bacchus, adorado pelas mulheres de forma selvagem e
desregrada.
O sexo em grupo [orgias] fazia parte do culto a Dionísio e lá, não
havia discriminação
pois, como dito antes, o sexo era o presente dos Deuses e sua
forma mais sublime de
adoração.
_____________________
Sexualidade em Roma
______________________
10 tradições contam que a “história ou estória” de Cristo é uma
cópia dos contos de Dionísio e Osíris. Veja
Liber 888.
14
Assim como na Grécia as mulheres eram divididas em classes, também
ocorria essa
divisão em Roma, porém, a história nos conta que assim como Roma
copiou os Ritos
gregos, assim também ela os degenerou e os levou a derrocada para
ficarem nas lendas
históricas.
As classes de mulheres se dividia da seguinte forma:
• Delicatae:
Mulheres exclusivas dos homens ricos e
proeminentes.
• Famosae:
Filhas, irmãs ou esposas de homens ricos.
Essas simplesmente adoravam e
veneravam o sexo em sua pior característica.
• Dorae:
Mulheres que andavam nuas pela cidade fazendo
comércio de seu corpo.
• Lupae:
Mulheres que como as Dorae faziam
comércio de seu corpo, porém, andavam
vestidas e comerciavam em baixo de pontes, atrás do Coliseu. Eram
conhecidas
também como mulheres-lobo.
• Elicariae:
Mulheres que ganhavam a vida fazendo pães em
formato de Falo.
• Copae:
Mulheres que trabalhavam em tavernas e
estalagens. Elas eram contratadas
para passar a noite com os viajantes.
• Noctiliae:
Mulheres que caminhavam somente a noite para
fazer uso de seu corpo.
A essa última classe de mulheres podemos somar as Bustuariaes,
as Blitidae, as Forariae e
as Gallinae.
Hoje em dia o comércio do corpo é um ligeiro derivado ou cópia
dessa última classe de
mulheres. Em alguns lugares ainda encontramos as prostitutas que
são a cópia das Copae.
Assim o leitor poderá ver como Roma perdeu a pureza dos ritos
sexuais e afundou com
a filosofia orgiástica.
_____________________
Sexualidade Bíblica
______________________
Estudiosos sustentam que a divindade dos Judeus, Jeová, era uma
divindade fálica.
A história nos mostra que nem sempre os Judeus adoraram uma
divindade única e
muito menos com características masculinas.
A Deusa Anat ou Anath foi adorada durante muitos
séculos por eles; pilares fálicos
foram erguidos para a sustentação dos Templos e neles contento
escritas mágicas de
invocação, provando assim, que não eram simples pilares.
Embora o modo de vida seja totalmente patriarcal, é a mulher quem
manda em casa e a
mesma tem privilégios na sociedade.
Se uma mulher casa-se com um homem que não é judeu, ela tem uma
prole de filhos
judeus da mesma forma. Porém, se é o contrário, se um homem se
casa com uma mulher
não judia, sua prole de filhos também não serão judeus.
15
A própria bíblia enfatiza a caracterização da mulher com a Deusa.
O estudante pode
comprovar isso lendo “A Canção de Débora” (Juizes V); pode
também comprovar a
linguagem sexual bíblica nas “Canções de Salomão”.
Em várias pastagens vimos que Pedro [o Apóstolo] é chamado de “a
pedra”. Na
doutrina esotérica cristã, vimos que Pedro é “PATAR”, simbolizado
como “P.T.R.” no altar
dos Gnósticos. Nesse mesmo altar [dos Gnósticos] encontra-se a
“ARA”, ou seja, a pedra
simbolizando o altar quando o mesmo não é de pedra pura, a Pedra
Filosofal.
A “ARA” só não está presente no altar quando o mesmo é de pedra
pura [um bloco de
1m de altura por 1m de comprimento e 1m de largura podendo ser de
mármore ou outro
tipo de pedra] ou uma caixa [nas mesma medidas] contento pedras
dentro. A “ARA”
sempre tem uma medida que vai de 25cm de largura, altura e
comprimento.
Autores sempre enfatizam que o sexo é a pedra de tropeço.
Também vemos que os pilares de Salomão recebem nomes próprios,
também indicando
que não eram simples colunas.
“Olvidaste a Rocha que te gerou...Só Ele é minha Rocha e minha
salvação.”
Salmos 62:2
Os termos Rocha e Pedra são usados com freqüência para se referir
a testículos, e, desde
os primórdios da história até a idade média, os juramentos, votos
e promessas eram feitos
com a mão colocada sobre a pedra sagrada, ou seja, nos testículos.
Esse costume sobrevive em regiões do oriente ainda.
___________________________________Sexualidade
e criatividade mágica
___________________________________
Encontramos em todo ser humano e também nos ocultistas
contemporâneos o vício de
se viver no passado.
Antigos rituais são praticados até hoje e esses mesmos Magistas
sempre enraizados
neles.
Vejo pessoas praticando antigos rituais da Golden Dawn [Aurora
Dourada]. Claro que a
tradição tem de ser mantida, porém, todos sabem que rituais
mágicos revelados
publicamente não tem nenhum valor mágico [do contrário Kenneth
Grant revelaria os
rituais de sua reformulada O.T.O. e Crowley não revelaria os
Rituais da Golden Dawn].
Sendo assim, é imprescindível que o Magista saiba que em suas
gônadas sexuais encontrase
uma usina de fonte misteriosa que pode dar a ele poderes sobre os
elementos e
comandar os mistérios da vida e da morte se essa usina for
utilizada da maneira correta.
A energia sexual é fonte de inspiração para todo Magista e esse,
pode muito bem,
formular seus rituais [se a experiência contar como bagagem].
“por toda história registrada do mundo e de suas religiões, o
poder do sexo sempre foi uma força
motivadora, mesmo quando não era reconhecido como tal. Ele foi
elevado às alturas e atirado as
16
profundezas mais objetas da humanidade, mas nunca deixou de ser,
por si mesmo, o Dom supremo
do Criador.”
Dolores Ashcroft-Nowicki
___________________________________
Um breve resumo
sobre os preconizadores contemporâneos da Magia Sexual
___________________________________
Autores como Nicolas Flamel (dizem, 1330-1418), Funcanelli e até
mesmo Blavatsky
falaram sobre a Magia Sexual.
Já no século XIX, Eliphas Levi (1810-1875) já falava veladamente
ou nas entrelinhas
sobre a Magia Sexual, Bem como Papus (1865-1916) assim também o
fez.
De todos os autores ocidentais, somente três escreveram
abertamente.
A Magia Sexual foi introduzida na O.T.O. por Karl Kellner
(1850-1905), seu fundador.
Ele foi iniciado nas doutrinas tântricas por Bhima Sem Pratap e
Sri Mahatma Agamya
Guru Parahamamsa. Existe ainda uma possibilidade de que o
ocultista árabe Soliman Bem
Aifha pessoalmente tenha induzido Kellner aos mistérios da
Corrente Ofídica como diz
Grant.
Aleister Crowley (1875-1947) atordoou a comunidade européia com
seus escritos e ao
entregar para humanidade o Livro da Lei.
Crowley entra na ordem em 1910 e se torna Rex Summus
Sanctissimus em 1912 para as
Ilhas Britânicas.
Assim que se tornou chefe da O.T.O. como Cabeça Externa da Ordem
(O.H.O.) com o
nome mágico de Baphomet X°, introduziu a Lei de Thelema na
Ordem.
Dr. Krumm Heller, então membro da A∴A∴ e da O.T.O., após
receber seu VIII°,
fundou na América Latina a FRA [Fraternitas Rocicruciana Antiqua],
órgão ou escola
esotérica. Em seus escritos internos ele descreveu os métodos de
Magia Sexual da O.T.O. e
desenvolveu seu próprio método. Com esse ele estruturou todo seu
sistema de ensino.
Ao Dr. Krumm Heller devemos a vinda da Igreja Gnóstica para a
América Latina.
A América Latina ainda desfrutou do conhecimento tântrico de
Samael Aun Weor
(1917-1972), fundador do Movimento Gnóstico.
Esse autor abalou a América Latina com seus escritos – assim como
Crowley fez na
Europa.
O problema é que Samael, mesmo com todo o seu conhecimento, nunca
foi visto com
bons olhos. Isso por vários motivos que vão desde o plágio de
outros autores até a mentiras
em seus escritos.
Pesquisas mostram que na realidade ele foi um grande copista,
principalmente de
Krumm Heller [com seu sistema de Magia Sexual] e de Crowley [em
seu sistema de rituais
mágicos].
Crowley se definiu pelo caminho tântrico da mão esquerda; Krumm
Heller parece ter
adotado os dois caminhos, enquanto Samael defendeu até a morte o
caminho da mão
direita.
Todos os três autores defenderam e praticaram a Missa Gnóstica.
17
Crowley escreveu Liber XV Ecclesiae Gnosticae Catholicae Canon
Missae, a Missa da EGC:
Ecclesia Gnóstica Catholica, onde diz ter
seguido fielmente os antigos ritos.11
Krumm Heller trouxe para a América Latina e a praticou como
Crowley a formulou.
Depois de sua morte [a de Krumm Heller], ouve uma separação com a
FRA, sendo que a
brasileira ficou independente da FRA Internacional.
A FRA no Brasil, como já não tinha ligação com o exterior e muito
menos com a O.T.O.
tomou novos rumos, se tornou cristã e adulterou a Missa formulada
por Crowley.
Quem puder assistir a Missa Gnóstica da FRA brasileira notará sua
semelhança com a
Missa realizada pela Igreja Romana.
Samael Aun Weor fez sua própria Missa Gnóstica baseando-se em Liber
XV e na Missa
Católica.
Se formos comparar as Missas, a de Samael e a da FRA brasileira
são bem semelhantes.
O estudante sério estudará a Missa Gnóstica por que nela estão
contidos os segredos da
Magia Sexual.
11 Veja na parte II.
18
___________
II
Energia
_________________
“AGORA por fim, ó meu Filho, posso Eu trazer-te à compreensão da
Verdade desta Fórmula que
está escondida na Missa do Espírito Santo. Pois Horus que é o
Senhor do Æon é a Criança coroada e
conquistadora. A Fórmula de Osíris era, como tu sabes, uma Palavra
de Morte, isto é: a Força jazia
longo tempo em Escuridão, e por Putrefação chegava à Ressurreição.
Mas nós tomamos Coisas vivas,
e derramamos nelas Vida e Espírito da Natureza de nossa própria
Vontade, de forma que
instantaneamente e sem Corrupção a Criança (como se fosse a
Palavra daquela Vontade) é gerada; e
de novo imediatamente toma sua Habitação entre nós para se
manifestar em Força e Fogo. Esta
Missa do Espírito Santo é então a verdadeira Fórmula da Magia do
Æon, sim, do Æon de Horus,
abençoado seja Ele em Seu Nome Ra-Hoor-Khuit! E tu abençoarás
também o Nome de nosso Pai
Merlin, Frater Superior da O.T.O., pois que por Sete Anos de
Aprendizado em Sua Escola Eu
descobri este excelso Caminho de Magia. Sê diligente, ó meu Filho,
pois nesta Arte maravilhosa não
há mais Esforço, Sofrimento, e Desapontamento, como havia no morto
Æon dos Deuses
Sacrificados.”
Aleister Crowley
____________________________
A Energia de Deus no
Homem
_____________________________
Tudo vem de Deus e tudo o que se manifesta através do homem como
energia, é, na
origem, uma energia divina; mas essa energia produz efeitos
diversos, consoante o
condutor através do qual se manifesta. Podemos compará-la a
eletricidade. A eletricidade é
uma e energia cuja natureza se ignora, mas que, ao passar através
de uma lâmpada, se
transforma em luz, se bem que não seja luz. Se passar por um
fogão, será calor; por um
imã, será magnetismo; por um ventilador, será movimento. Do mesmo
modo, existe uma
força cósmica original que toma qual ou tal aspecto, conforme o
órgão do homem, como se
manifesta. Através do cérebro, torna-se inteligência, raciocínio;
através do plexo solar,
torna-se sensação e sentimento; quando passa pelo sistema
muscular, torna-se movimento
e, finalmente, quando passa pelos órgãos sexuais, torna-se atração
pelo outro sexo. Mas é
sempre a mesma energia.
O sexo é uma saída, um veículo para a energia, é uma direção para
ela, é onde ela se
aplica.
A energia da vida. Ela se manifesta nas mais variadas direções e o
sexo é uma delas.
Quando dizemos “energia sexual”, significa energia que flui
pelos canais sexuais através
das zonas biológicas.
Essa energia, como dito antes, pode ir em várias direções e se
expressar de maneiras
diferentes no universo.
Quando expressada biologicamente, ela é sexo. Quando expressada
emocionalmente ela
pode se tornar amor, ódio... Quando expressada intelectualmente,
ela pode se tornar
19
matemática, pode ser científica, literária... Quando ela usa o
corpo – e sempre usa um corpo
– ela pode se tornar física, quando através da mente, mental.
Não existe diferença da energia como tal. Ela é uma só e se
manifesta de maneiras
diferentes em veículos diferentes, dessa forma notamos que ela é
uma só, se manifesta de
várias maneiras em manifestações aplicadas.
A energia em si é pura e simples. Quando se manifesta através da
porta divina ela
torna-se divina também, espiritual.
Os nomes e as formas são sempre levados em consideração com a
aptidão manifestada.
Nomes e formas são aplicáveis à energia pura como tal.
O interessante é saber distinguir ente a forma e o conteúdo...
A energia sexual vem, pois, de muito alto, mas ao passar pelos
órgãos genitais produz
sensações, uma excitação, um desejo de aproximação, e pode
acontecer que nestas
manifestações não exista amor absolutamente nenhum. O amor começa
quando essa
energia toca, simultaneamente, outros centros do homem: o coração,
o cérebro e etc...
Esse momento em que há o impulso, o entusiasmo energisado que
aflora o desejo de
aproximação, é aclarado, iluminado por pensamentos, por
sentimentos, por um gosto
estético, já não se procura uma satisfação puramente egoísta...
O amor é sexo... Mas alargado, esclarecido, transformado. É quando
não se limita, quase
exclusivamente à algumas sensações físicas grosseiras, mas quando
se sente os graus
superiores dessa força cósmica nos invadir e comungarmos com as
regiões celestes. Porém,
o alívio físico e também a sensação de fulgor apaixonado e êxtase
divino e supremo é
compreendido como o amor celeste prazeroso... Enfim, a natureza do
amor além se ser
incontestável é indiscutível e impronunciável...
A espiritualidade começa justamente quando o amor domina o sexo.
O sexo é de origem divina, porém, enquanto o homem não dominar a
si mesmo, as
manifestações não serão, evidentemente, divinas.
Ele trabalha para a manifestação mágica da espécie e se encarado
somente, única e
exclusivamente como prazer, então torna-se atoleiro ao invés de
balsa para a eternidade.
É uma pena ver que a humanidade não foi instruída para ver nesse
divino sacramento o
bem que faz quando conduzido de forma equilibrada para se alcançar
as esferas divinas de
iluminação.
Em uma relação sexual, são as mesmas carícias, os mesmos beijos e sarros,
os mesmos
abraços... A diferença se encontra na direção em que as energias
são distribuídas. O sexo e
o amor não têm, pois, grande diferença no plano físico, mas sim,
nos planos mais sutis da
natureza. Esses, somente são vistos por aqueles que, sabendo de
uma importância
universal, se dedicam aos exercícios espirituais. Outros, porém,
com capacidades assim, as
vezes nascem com o Dom.
O amor... Afinal, é somente uma questão de graus e manifestações
que se torna
impossível enumerar ou classificar.
O sexo quando conduzido de forma vulgar, produz nos planos sutis
da natureza isso
que será falado mais adiante como Íncubos e Súcubos, larvas astrais
e demais espécies de
20
erupções vulcânicas que se manifestam
por meio de formas grosseiras e emanações muito
espessas com cores baças, misturadas onde a cor predominante é o
vermelho sujo. Todas
essas emanações criam essas criaturas tenebrosas que aguardam o
momento de seu
crescimento e desenvolvimento para aterrorizar a vida de quem os
criou
inconscientemente.
Essas criaturas, se apossam daqueles que estão usando as forças
vitais viris de maneira
não natural. São criaturas pouco evoluídas que se alimentam
(vampirismo) à custa dos
amantes que por desconhecerem certos princípios esotéricos,
místicos, ou simplesmente
por não possuírem um determinado grau de iniciação (interna), dão
à elas o que querem, a
energia necessária para crescerem. Quanto mais elas vampirizam
mais elas querem...
A natureza humana é muito mutável. Em alguns casos, a troca
constante de parceiros
não trazem benefícios internos e externos. Alguns se empobrecem:
no seu olhar, na cor de
seus olhos, nos seus movimentos e em toda sua maneira de ser,
aparece qualquer coisa que
já não é tão viva e tão luminosa. Isso porque sua troca, seu amor,
atraiu e criou essas
criaturas ou vampiros psíquicos...
Mas como disse, a natureza humana é muito mutável. Existem casos
que o inverso
aconteceu e acontece em todos os sentidos. Parece que a troca
constante de parceiros gerou
mais luz e mais magnetismo, fazendo com que a pessoas brilhasse em
todos os campos de
sua vida.
Isso nos mostra que o nível psicológico do ser humano tem níveis e
níveis de atuação. É
como fazer um ritual com o Pentagrama invertido. Aquele que é
contagiado pelo dogma
do separatismo, ou seja, bem e mal, com certeza acha que o
Pentagrama invertido é sinal
de Magia Nega. Nesses casos, esses que assim crêem, ao realizar
uma operação com o
Pentagrama invertido vão atrair essas forças que eles acreditam,
ou seja, o mal. Porém
aquele que não se contagia com esse dogma separatista, vê que tudo
faz parte de uma só
coisa, ou seja, vê que Set é tão necessário como Hórus e assim
consegue uni-los de forma
que essa união (unidade), gera mais poder divino. Ou seja, esse
que não é contagiado pelo
dogma fará um ritual com o Pentagrama invertido e – vulgarmente –
nem notará a estrela.
Ele simplesmente absorverá a energia do ritual e mais nada.
Voltando ao assunto, nunca homens e mulheres foram ensinados a se
proteger de tais
criaturas – e muito menos a criá-las – pois, sua origem
encontra-se na ignorância – o
verdadeiro mal da humanidade.
Assim, vemos que o sexo é religião em si.
As emoções religiosas brotam do poder animador da natureza sexual.
A religião fálica
adora o mistério da vida, da criação ou reprodução em todos os
seus níveis. O conúbio
sexual para os adoradores do sexo é a iluminação do êxtase, o Samadhi.
Toda união é motivo de criação e expressão. O sexo é o amor, é
ressurreição.
Aqueles que conduzem a força sexual com destreza são dotados de um
fator chave, um
gênio indomável que transforma o chumbo da personalidade no ouro
do espírito.
A energia de Deus no homem, manifestada na sexualidade demonstrada
nos ritos
fálicos, transforma os praticantes em estrelas luminosas
completamente despertas.
21
É de suma importância que os praticantes do rito fálico terminem
suas operações sem
permitir que a mente interfira no ato em si. Eles devem estar completamente
concentrados
em sua obra, em sua Vontade manifesta na ação e no produto que
essa expressar. A mente
deve estar completamente desprendida do mundo e dos desejos
grosseiros. Esse tema é
abordado posteriormente.
_______________
Transmutação
_______________
É necessário que o estudante saiba que o principio da prática da
Magia Sexual é a
transmutação de sua energia – sêmen.
Porém, o que vem a ser uma transmutação?
É a transformação de uma substância em outra. Qualquer ser humano
transmuta pois
isso engloba o que pensamos, o que sentimos, o que comemos e as
impressões que
recebemos diariamente.
A transmutação sexual é de certa forma fácil, digo isso
porque se torna muito difícil
para o ser humano transmutar uma emoção inferior em uma superior
ou até mesmo um
estado de infelicidade eu um estado de felicidade.
Mais difícil torna-se mutar uma energia transmutada.
Assim o homem que segue o caminho da Magia Sexual ou o tântrico ou
até mesmo o
chamamos de alquimista não é só aquele que transmuta a energia sexual,
também, aquele
que transmuta os distintos estado emocionais e mentais.
Nesse contexto ele é aquele que sabe mutar todas as suas
energias transmutadas.
Mutação – nestes termos – é a sábia utilização das energias
transmutadas.
________________________________
Energia, fator vital
para a realização
________________________________
“(...) a quantidade é tão importante quanto a qualidade...”
Aleister Crowley
Os iniciados do santuário da Gnosis poderão comprovar que é
necessário sempre um
potencial energético transmutado para poder realizar a Obra com a
devida perfeição.
Sendo assim o iniciado prático do IX° O.T.O. deve procurar carregar-se
de energia e tratar
de não perdê-la, porém, isso, deve ser tratado com muita
sensibilidade para que não haja
confusões no caminho, seja ele o escolhido pelo iniciado.
Lembrem-se que tanto o caminho
seco quanto o molhado, ou seja, o caminho da Magia Sexual sem e
com ejaculação seminal,
a energia deve ser mantida. No caminho seco ela não é jogada para
fora, porém, no
caminho molhado ela o é, assim ela deve ser reabsorvida.
Como podem ver a energia não se perde.
Materia Prima Lapidis Philosophorvm
22
Essa é a energia sexual que sai do Phallus do varão e na
mulher é produzida pelos
átomos de sua libido sexual.
Essa energia sexual deve ser aquecida pela parceira ou Sacerdotisa
e isso se consegue
mediante carícias, beijos e etc.
Muitos iniciados se retiram do coito quando essa energia não está
aquecida em 100% e
isto é um mal trabalho no que se diz respeito a transmutação desta
matéria prima. É
necessário dizer que há níveis e níveis de aquecimento desta
energia. Cada um com a
prática reconhecerá seu nível e saberá aumentá-lo gradativamente a
medida que a
constância for aumentando.
Lembrem-se do ditado: “A água tem de ferver a 100.º C”,
dizem os alquimistas.
O iniciado no Santuário da Gnosis reconhecerá seu nível somente
pela prática
lembrando-se que nossa divisa é Thelema.
É importante dizer que o iniciado que não espera o ponto limite
dos 100% e se retira do
coito antes disso não logra a perfeita transmutação de sua energia
sexual.
____________________
A pureza da energia
____________________
A energia sexual é um hidrogênio. Esse hidrogênio é composto por
uma série de
transmutações anteriores a sua formação e é estritamente necessário
que o iniciado tenha
um hidrogênio de boa qualidade para seu trabalho com a Magia
Sexual, não importando o
caminho que se segue, o hidrogênio tem sempre que ter uma boa
qualidade.
Para adquirir uma pureza neste hidrogênio devemos ter em mente que
ele é o produto
de sucessivas transmutações, sendo assim, o iniciado deve se
precaver de sempre fazer
uma transmutação perfeita em todos os gêneros que esse tema
implica, ou seja, o iniciado
do IX° O.T.O. deve sempre tomar muito cuidado em transmutar o que pensa,
o que sente e
o que come.
O objetivo deste hidrogênio é energisar não só o corpo físico mas
também os outro
corpos existentes no diagrama interno do homem.
O corpo físico deve ser solarizado, bem como todos os outros
corpos existentes no ser
humano. Falo do corpo etérico, astral, mental e etc.
Agora sabendo disso lhes pergunto, como poderá o iniciado
energisar e solarisar seus
corpos se sua energia sexual não tem uma boa qualidade?
Neste caso, o resultado é um trabalho imperfeito e todo bom
iniciado sabe que é de
extrema necessidade ter um perfeito corpo astral para a realização
de um trabalho mágico
de nível superior.
Aqui também é necessário dizer que não basta apenas ter o cuidado
com a
transmutação de todos os hidrogênios. O iniciado deve ter uma higiene
perfeita, um
cuidado com o corpo para que este não se debilite e cuidar sempre
de sua saúde através de
purificações. Um bom banho de plantas é uma boa purificação não só
para com o corpo
físico, principalmente para o corpo etérico e astral, sendo estes
os que mais sofrem ataques
23
astrais por íncubos, súcubos, larvas e demais vampiros de energia.
Tudo isso serve para
limpar o iniciado de fluídos e larvas astrais.
As larvas astrais causam danos ao iniciado e entre muitos desses
danos um é que com
constância eles impedem-no de ter suas lembranças astrais, o que
também é muito
importante para o caminho da iniciação.
Uma boa medida contra isso é usar enxofre nos sapatos.
Crowley em Os Comentários Mágickos & Filosóficos do Livro
da Lei diz: “Se bem que este
talismã [sêmen] tem uma tal miraculosa
pujança, ele é também intensamente sensitivo. Colocado
em um ambiente impróprio, ele pode produzir perversões grotescas e
malignas da palavra de seu pai.
Não só os pecados do pai, mas os da mãe, sim, e mais, aqueles da
sociedade em que os pais vivem, são
visitados nos filhos [esses filhos,
neste sentido, podem ser o súcubos gerados] até a terceira e
Quarta geração. Não, mais, o malfeito nunca pode ser reparado. Um
homem pode destruir em um
minuto seu reino, herdado de incontáveis dinastias de prudência
biológica.
Será também admitido, sem referencia à magia, que o abuso do
talismã conduz a infortúnio
moral, mental e espiritual. Crime e insanidade, tanto quanto
doença e debilidade são constantemente
vistos como resultado direto de má administração da vida sexual,
quer taticamente,
estrategicamente, ou de ambas as maneiras.
O Livro da Lei dá ênfase a importância destas considerações. O ato
de amor deve ser espontâneo,
em absoluta liberdade. O homem deve ser verdadeiro para consigo
mesmo. Romeu não deve ser
empurrado em direção a Rosalina por motivos de família, de
sociedade, ou de finanças. Desdemona
não deve ser barrada de Otelo por razões de raça ou religião. O
homossexual não deve blasfemar sua
natureza e cometer suicídio espiritual suprimindo amor ou tentando
pervertê-lo, como a ignorância e
o medo, a vergonha e a fraqueza, tão freqüentemente o induzem a
fazer. Qualquer que seja o ato
que expressa a alma, aquele ato e nenhum outro
é correto.
Mas por outro lado, qualquer que o ato [conúbio
sexual] seja, ele é sempre um sacramento; e
por mais profano que seja ele é sempre eficiente. Profaná-lo é
apenas transformar comida em
veneno. O
ato deve ser puro e apaixonado. Deve ser tido como a União com Deus no
coração
do Santo dos Santos. Não devemos jamais
esquecer que uma criança [neste caso um
súcubo] nascerá daquele ato. Devemos escolher o ambiente
apropriado à particular
criança que queremos criar. Devemos
assegurar que a Vontade consciente é escrita, nas águas
puras de uma mente calma, em letras de fogo, pelo Sol da Alma. Não
devemos criar confusão no
talismã (...). Se nossa Verdadeira Vontade, o motivo de nossa
encarnação, é trazer paz sobre a terra,
não devemos executar um ato de amor com motivos de ciúme ou
emulação.
Devemos fortificar nosso corpo ao máximo e protegê-lo contra todo
o desastre, de modo que a
substância do talismã possa ser tão perfeita quanto possível.
Devemos acalmar a mente, aumentando
o conhecimento dela, organizando seus poderes, resolvendo seus
emaranhados (...) enquanto,
suportando a concentração da Vontade por suas fronteiras
fortificadas, e, como entusiasmo unânime,
aclamando o senhorio que expressa o ato. A Vontade deve
selar-se sobre a substância do
talismã. Deve, em linguagem alquímica , ser o
Enxofre que fixa o Mercúrio, que determina
a natureza do Sal. O
homem todo, em sua mais íntima Divindade até a ponta de sua menor
pestana, deve ser uma máquina a motora, desembaraçada de qualquer
peso morto, sem nada inútil,
sem nada inarmônico (...). Deve se entregar completamente naquele
ato de amor. Deve cessar de se
24
conhecer como o que quer que seja senão a Vontade. Não deve ter a
Vontade; deve se transformar por
completo para ser a Vontade.
Por último o ato deve ser supremo. Deve fazer e deve morrer.
Daquela morte deve erguer-se de
novo, purgado daquela Vontade, tendo-a realizado perfeitamente que
nada resta dos elementos dela.
Deve ter se esvaziado no veículo. Assim sua criança será inteira
de espírito.
(...) Há métodos mágicos para se estabelecer um elo entre a força
gerada e a matéria sobre a qual
desejamos que a força haja; mas tais são, em sua maior parte,
melhor comunicados por instrução
privada e desenvolvidos pela prática pessoal. A crua descrição é
um mero esqueleto e (assim mesmo)
desvia com mais freqüência do que guia.”
O texto acima enfatiza a conduta do iniciado com relação a sua
substância mágica, ou
seja, seu sêmen, o veículo com o qual o Mago cria no físico e
naquele lugar que fica tão
longe dos olhos humanos.
Acima está exposto o caráter da ação mágica com relação ao
processo da criação – por
Vontade ou ignorância – tanto de íncubos como de súcubos.
Outro ponto a ser tratado aqui é a qualidade dos estados internos
em relação a energia
produzida, ou seja, quando o iniciado se identifica com as
casualidades da vida e tem uma
descarga de ira, ou uma descarga emocional, ou qualquer
manifestação de instinto que
produza reação no sistema nervoso, toda a atmosfera pesada – que
fica na psique – gerada
por tal descarga atrapalha na formação desta energia.
Com a energia contaminada por este tipo de descarga o iniciado não
consegue realizar
sua Obra, não importa o caminho, tanto o tantra da mão esquerda
quando o da mão direita
não são possíveis de se completarem com essa energia contaminada.
_______________________________
Energia, matéria e
consciência
_______________________________
“CONSIDERA, além do mais, meu Filho, a Economia deste Caminho,
como é de acordo com o
Tao, cumprindo-se por completo dentro de tua própria Esfera. E
está perfeitamente harmonizado
com tua própria Vontade em todo e cada Plano, de forma que toda e
cada Parte da tua Natureza
regozija-se com cada outra Parte, comunicando Louvor. Agora então
aprende também como esta
Fórmula é aquela dal Palavra ABRAHADABRA. Primeiro, HAD é o Triângulo
ereto sobre
Quadrados gêmeos. De Hadit Eu não preciso escrever, pois Ele Se
escondeu no Livro da Lei. A
Substância é o Pai, o Instrumento é o Filho, e o Êxtase Metafísico
é o Espírito Santo, cujo nome é
HRILIU. Estes então são o Sol, Mercúrio e Vênus, cujas letras
sagradas são R, B e D. Mas a última
das diversas Letras é H, que no Tarô é A Estrela cujo Eidolon é D;
e aí está aquele Arcano
concernente ao Tao de que Eu já te escrevi. Disto Eu não
escreverei com maior clareza. Mas nota
isto, que nossa Trindade é nosso Caminho Centrípeto no Sistema
Solar, e que H, sendo de Nossa
Senhora NUIT Estrelada, é uma Âncora para esta Magia, que de outra
forma poderia negar nossa
Compleição de Relação com o Externo como com o Interno. Meu Filho,
pondera estas Palavras, e
lucra delas; pois Eu trabalhei astuciosamente para ocultar ou
revelar, de acordo com tua Inteligência,
ó meu Filho!”
Aleister Crowley
25
Essa energia sexual é algo divino e o que mais poderoso possuímos,
ela é a espada
flamígera do Mago. Sim, este é o poder de seu sêmen.
Este sêmen quando transmutado de maneira certa libera seus vapores
seminais que só
são liberados após os chamados “100.º C”.
Esses vapores chegam a solarisar até o corpo da Vontade Consciente
ou o que
chamamos de corpo causal. Esses vapores são os responsáveis pela
solarização dos corpos
internos. Enquanto isso, ou seja, enquanto esses vapores são
liberados o iniciado tem duas
opções, ou segue pelo caminho seco e deixa que a matéria seminal
seja absorvida pelo
corpo e indo direto alimentar o sangue ou seguir pelo caminho
molhado e ejaculá-lo dentro
da Sacerdotisa para que está matéria prima se mescle com os
licores femininos e assim
fique com mais energia e potência. Neste último caso o iniciado
deve reabsorvê-la pois a
função da matéria seminal é energisar o corpo físico. Eis o
sentido da Eucaristia.
Como disse antes o sêmen é poderoso e o que não disse é que ele é
vivo e qualquer um
sabe disso.
Se ele é vivo possui então o que chamamos de uma consciência
própria e universal, pois
como disse, ele é divino, ele cria.
Essa consciência escapa e une-se a consciência do iniciado na hora
exata em que a
transmutação ocorre.
Na hora em que o iniciado sente o espasmo é porque a energia
encontra-se na
temperatura certa. Neste momento ele com suma Vontade aperta os
esfíncteres e com
imaginação criativa e visualização ele vê os átomos
seminais se soltando da parte física do
sêmen e subindo por ida e pingala até atingirem o Cálice, ou seja,
a mente.
Assim ele escolhe em reter ou derramar no Cálice de Nossa Senhora
BABALON, ou
seja, a vulva feminina. Ali, no Cálice, a matéria seminal
mescla-se como disse
anteriormente com os licores femininos e fica extremamente
poderosa para ser reabsorvida
pelo iniciado.
_____________________________
Obstáculos para a
rota da energia
________________________________
Os vapores seminais vão subindo e energisando os corpos internos
de dimensão em
dimensão.
Agora a pouco falei das larvas astrais e aqui novamente toco no
assunto pois é
importante que o iniciado saiba que se ele possui, grudado em si,
algum tipo de larva
astral, íncubo ou súcubo, este será um obstáculo a sua energia
transmutada, pois como
disse antes, estes seres são vampiros e parasitas, assim sendo
eles vivem grudados
naqueles que mais emitem energia e um iniciado que trabalha com a
Magia Sexual torna-se
uma bucha literalmente porque sua energia é muito grande.
Assim ele é alvo destes parasitas e o pior de tudo é que se ele
não tiver domínio sobre si
mesmo ele próprio pode criar seus próprios parasitas.
26
Um iniciado com a energia bem transmutada pode perdê-la facilmente
se estiver sendo
parasitado pois o parasita ficará com toda a energia e cada vez
mais se tornará mais forte e
quanto mais forte for mais energia sugará.
Aqui mais uma vez bato na tecla das purificações diárias, do
enxofre nos sapatos – os
vapores etéricos liberados limpam o iniciado pois o elemental
desta substância é um dos
mais poderosos – a prática constante do Pranayama também é muito
útil para o domínio
do elemento ar, ou seja, os pensamentos. É necessário ter
pensamentos serenos para evitar
a criação de mais larvas.
Para os iniciados que seguem os caminho molhado esse perigo de
formação de larvas é
constante – não que aquele que segue o caminho seco não corra esse
risco – pois elas
necessitam de alimento, porém, como o sêmen é reabsorvido pelo
iniciado e ele vem
impregnado com os Kalas místicos (vibrações vaginais) emanados
pelas Shaktis
(Sacerdotisas) na hora da operação, ou seja, quando o iniciado
reabsorve a energia
impregnada de força e potência, as larvas têm dificuldade em
alimentar-se com essa
energia.
Kenneth Grant nos diz:
“Existem, sem dúvida, algumas divisões tântricas que de fato
expressam a Corrente Consciência
como o sêmen e, então, reabsorvem-no no sistema por um método no
qual o pênis é usado como um
sifão. Isto é perigoso, a menos que o praticante seja um adepto.
Crowley evitava de certo modo, os
perigos ao absorver a substância oralmente durante suas operações
mágicas.”
A pouco disse que aqueles que seguem o caminho molhado deveriam
tomar mais
cuidado e isso é verdade desde o ponto de vista em que se encontra
um neófito.
É muito constante ver neófitos que seguem este caminho sem uma
orientação; mas o
perigo encontra-se as portas desde que o iniciado, seja ele neófito
ou alguém experiente,
não expresse sua Verdadeira Vontade nessa energia que está sendo
gerada e que gerará
alguma coisa, seja ela o que for.
Como disse anteriormente o sêmen é uma arma poderosa nas mãos do
Mago porque ele
cria. O que quero enfatizar aqui é que o sêmen sempre criará, não
importa, mesmo que ele
não crie um filho físico com certeza criará um filho nas dimensões
a que o homem comum
não consegue perceber. Esse filho é o que chamamos de súcubo.
Grant continua sua explanação:
“aquilo que é ejaculado como sêmen é a energia não absorvida
(prana ou ajas) e ele sempre
contribui para a criação de formas materiais, alojadas num útero
ou não. Caso contrário, o
trasbordamento (como na masturbação, sodomia, felação, etc.) é
tomado pelo astral e por entidades
Qliphóticas e transformados em organismos já existentes nos planos
sutis. Paracelso refere-se aos
homúnculos (criaturas geradas artificialmente) feitas de esperma
independente do organismo
feminino e às larvas astrais e monstros parasíticos construídos da
substância de imaginações
voluptuosas.”
27
Para que o ato seja sacramentado o iniciado deve ter uma mulher
escarlate (Shakti) a
altura de seu deleite, porém, por ela sentir algo superior ao que
chamamos apenas de
luxúria.
Nos comentários de Crowley a respeito dos ritos que envolvem o
segredo do IX° O.T.O.
ele jamais mencionou como deveria ser a escolha de uma Shakti, mas
no Livro da Lei
podemos encontrar uma citação que se adequa a isso: “Magníficas
bestas de mulheres com
longos membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelos
flamejantes a sua volta...”
Digo isso porque no momento deste coito mágico o iniciado deve ter
em mente a
realização da consecução de sua Vontade e se isso não for
perfeito, se sua Vontade não for
forte o suficiente ele poderá gerar algo que não estava previsto,
assim como foi dito acima.
Na minha concepção, a criação de um súcubo jamais poderia ser algo
movido pelo
inconsciente – mas na maioria das vezes são – e sim algo
premeditado pelo próprio
iniciado, ou seja, todo aquele que se encontra a estudar o
ocultismo deveria saber que tais
criaturas são geradas facilmente e que se fosse realmente
necessário a existência desse tipo
de criatura o Mago deveria criá-la como o resultado de sua
Verdadeira Vontade, não algo
meramente ligada ao acaso. Infelizmente é isso que acontece,
íncubos e súcubos são
gerados por pessoas – as vezes até experientes –
inconscientemente.
A energia deve ser transmutada e levada a seu ponto máximo de modo
que não seja
sugada ou abafada em seu percurso até que alimente os corpos
internos de um iniciado.
______________________________
Fixação da energia
(mutação) e a disciplina esotérica
_____________________________
Depois que a energia foi transmutada é necessário que ele passe
por um processo de
mutação para não ser perdida, devemos fixá-la de forma que ele possa
continuar a nos dar
frutos como uma árvore bem cuidada.
A mutação ou fixação da energia consiste em após a prática de
Magia Sexual o Mago
realiza algum tipo de ritual, seja ele uma invocação ou evocação,
ou pode fazer exercícios
que prânicos, meditações ou vocalizações, consagração de Talismãs
e etc.12
É importante que o iniciado saia de uma operação envolvendo a
Magia Sexual tão
energisado como quando entrou.
Crowley nos ensina que a melhor forma de energizar o corpo físico
é com o vinho, a
música e o amor (Bacchus, Apolo e Afrodite) e isso deve existir em
uma operação como a
que acabo de citar.13
Se nesta operação existir os três elementos de energização em
conjunto com a Magia
Sexual não existe possibilidades do Mago sair desernegizado.
A disciplina esotérica consiste na sistemática realizações de
operações envolvendo o
segredo do IX° O.T.O. para que a energia chegue ao seu limite de 100.°C.
Somente pela realização desta prática o iniciado adquire a
disciplina necessária para
não deixar que a energia gerada involua e crie as larvas.
12 Veja apêndice III.
13 Veja Líber 811 na parte II.
28
_______________
A Mutação
_______________
Assim que o iniciado transmuta a energia fica estática a fim de
ser usada. Assim deverá
vir a inspiração. Isso pode vir até o iniciado através de alguma
conferência que estiver
dando, pode ser que venha pela contemplação de uma paisagem (como
sempre ocorria
com Crowley no alto das montanhas), pode ser que isso ocorra com o
escutar de um bom
concerto de música, uma poesia, etc. Cada iniciado deve buscar
essas inspiração da melhor
forma possível porém, sempre deve haver a contemplação de algo
pois isso é a exaltação
mágica e o coroamento da mutação.
________________________
A mutação, prática de
vida
_________________________
A mutação deve ser o pão diário do sábio, principalmente no que
diz respeito a
meditação. Por exemplo, as vezes o iniciado sente grande desejo de
caminhar só por
lugares isolados e cheios de árvores. Muitas vezes ele assim o faz
e quando está nestes
lugares ele sente-se a vontade e neste momentos sua inspiração é
tão sublime que ele se
senta ao pé de uma árvore a ali a sente, sente o prana, sente a
vida e contempla a beleza de
Deus em todas as coisas. Neste momento ele acaba de realizar uma
prática de mutação de
suas energias, está dando aquela energia transmutada uma oitava
superior. Em
conseqüência essa energia é jogada em seus corpos internos para
que eles possam dar os
frutos necessários para sua utilização.
O sentido de mutação é bem mais sublime e elevado do que apenas
dar uma oitava em
sua energia e sim, e é verdade, viver o momento de instante em
instante e contemplar a
vida como ele é, sem seu subjetivismo.
Naquele momento em meio as árvores o iniciado senta-se e medita
naquilo que acredita
e vive o tempo todo – pois se assim não fosse não se dedicaria com
afinco ao ocultismo –
Deus...
Não é possível falar de mutação da energia sem falar de invocações
e evocações que
são, sem dúvida, métodos de contemplação e inspiração. Sendo
assim, o iniciado se inspira
e se exalta neste momentos.
Assim ocorre com os Rituais Dramáticos, a exaltação do Mago na
hora de um ritual
cerimonial. Isso aos olhos do homem inspirado e sábio é divino.
__________________________________
Exercício de cura pela
energia sexual
__________________________________
Comece a fazer assim que se levantar pela manhã.
Tire o travesseiro e deite-se de barriga para cima e relaxe.
Concentre-se em seu centro sexual até que ele comece a aquecer, ou
seja, até que você se
sinta excitado. Você pode tentar uma visualização sexual, porém,
não se masturbe, o
interessante não é perder a energia e sim transmutá-la.
29
Quando sentir que o centro sexual encontra-se excitado, visualize
essa energia subindo
pela frente de seu corpo energisando todos os chacras e
vitalizando todas as glândulas.
Você deve imaginar essa energia chegar até a ponta de sua língua.
Após isso concentre-se novamente em seu centro sexual.
Visualize novamente essa energia subindo, porém, desta vez pelas
costas. Ela sobe por
sua coluna energisando vértebra por vértebra até chegar ao céu da
boca.
Agora toque o céu da boca com a ponta da língua unindo as
energias.
Dessa forma você fez a união e o elo entre as energias e agora
irradia essa força para
onde você se propor.
Esse exercício deve ser praticado quantas vezes você quiser,
porém, saiba que a
concentração é seu melhor amigo nessas horas, por isso desenvolva
isso em você.
Você pode utilizar esse exercício para várias coisas, para vários
objetivos. Para isso você
deverá desenvolvê-lo com um sistema de cores.
• Vermelho:
Vitalidade, força, magnetismo pessoal, vitalidade.
• Azul:
Relaxamento, passividade, calma e introspecção.
• Verde:
Revitalização dos chacras, prosperidade, criatividade.
• Amarelo,
dourado e rosa-forte: Relacionam-se com a cura.
• Laranja:
Bom para aqueles que ganham a vida falando ou escrevendo pois relaciona-se
com a laringe.
• Violeta
e índigo: São usados para a produção de melatolina no cérebro. Estimula os
sonhos místicos, tântricos e a resolução de problemas.
Seria bom que o leitor consultasse fontes onde se aprofundará em
cromoterapia.
30
_________________
III
As Portas do Reino Interno
_________________
“(...) se todo ato tem efeito em todo e em cada plano, como podes
fazer isso se não estiveres em
comunicação com todos os planos ?”
Aleister Crowley
O ser humano possui todos os atributos necessários para entrar em
si mesmo, ou seja,
no céu.
A partir do momento que o homem que busca a si mesmo compreender
que o processo
é todo interno em todos os pontos do caminho espiritual, verá, com
absoluta clareza a
simplicidade das coisas, que um Æon nada mais é que um estado de
Consciência e dessa
forma compreenderá o princípio da Totalidade.
Já dizia C.G. Jung: “Não busque a perfeição, mas sim a
Totalidade.” Ou seja, não existe isso
de perfeição – a comprovação é a derrocada da sociedade – e sim
uma Totalidade de todas
as coisas de uma forma simples. Nesse ponto concordo com um físico
brasileiro que diz:
“Devemos viver a vida dentro de uma complexidade de simplifica e
não dentro de uma simplicidade
que complica.”
Pois bem. Para que o leitor compreenda essa capítulo, é necessário
que ele esteja aberto
ao novo, pois não se trata apenas de centros de poder, mas sim, da
compreensão que o ser
humano tem de ter sobre o assunto, bem como sentir sua
verdadeira importância para o
que aqui estamos expondo.
O assunto desse capítulo é em demasia complicado porque envolve
uma crença que se
assemelha a uma crença do Deus Todo Poderoso, ou seja, ele nunca
foi visto e não é
descrito em palavras, porém, a tradição diz que existe.
David Hume já dizia: “Sendo Deus Todo Poderoso, jamais poderia
ser bom e sendo bom,
jamais poderia ser Todo Poderoso.”
As portas do reino interno – assim considero – consiste no pleno
desenvolvimento dos
sete chacras principais.
“Cada centro de força do corpo possui sua própria tônica e
responde cada vez que a fazemos
ressoar. Aquele que sabe fazer ressoar apropriadamente as vogais –
as sete vogais da natureza –
harmoniza esses centros para que respondam ao som da verdadeira
vogal sintética: o verdadeiro
nome de seu Íntimo.”
Deuses Atômicos de M.
De acordo com vários autores, tanto ocidentais quanto orientais,
os chacras se
desenvolvem por variados métodos de Yôga. Ao meu modo de ver, os
chacras só são
desenvolvidos plenamente pelo processo de Magia Sexual, quando o
Magista levanta o
fogo serpentino. Os outros métodos, tais como a vocalização de
mantrams, a Hatta Yôga, o
31
pranayama e outras práticas, só despertam parcialmente os chacras,
ou seja, não os
desenvolve em sua capacidade máxima. Isso, na minha concepção, só
acontece quando os
chacras são envolvidos ou inundados pela Kundalini.
A Magia Sexual tem variadas funções, essas variam também pelo tipo
de técnica a ser
usado. Uma das funções e creio que é a mais importante, é o pleno
desenvolvimento da
Kundalini, esse fogo serpentino que é desperto de seu sono quando
os átomos solares e
lunares se tocam no tribeni, fazendo assim com que a
Kundalini desperte e levante
inundando todos os chacras conectados a espinha dorsal.
Nesse aspecto, existe controvérsias no que se relaciona ao caminho
seco e molhado,
porém, ao meu modo de ver, todos os dois caminhos são válidos e no
fim, levam o iniciado
ao mesmo lugar.
Todo o ser humano possui em seu interior esses chacras –
desenvolvidos ou não – e
também esse fogo serpentino, que no não iniciado, se encontra
latente, enrolado três vezes
e meio no chacra Muladhara – não digo com isso que todo iniciado
tem esse fogo
serpentino desperto e aceso.
O desenvolvimento desses chacras conferem ao Magista poderes ou Sidhis
tais como a
clarividência, a clariaudiência e etc.
Agora farei uma breve descrição dos sete chacras principais do
corpo humano.
Muladhara: Também conhecido como chacra básico,
relaciona-se com o plexo coccígeo
no final da coluna. Ele possui quatro pétalas, seu elemento é
terra, a deusa [hindu]
relacionada a ele é a Dakini e seu mantram é LAM.
Swaddhisthana: Prostático no
homem e uterino na mulher. Relaciona-se com os órgãos
sexuais. A literatura hindu fala que quando esse chacra é
desperto, confere vários poderes
psíquicos, controle sobre os sentidos e a total falta de medo da
água. Sua deusa é Rakini,
possui seis pétalas, seu elemento é água e seu mantram é VAM.
Manipura: Chamado de umbilical e
relaciona-se com o plexo solar. Seu despertar
confere faculdade de telepatia. Possui dez pétalas, sua deusa é Lakini,
seu elemento é fogo e
seu mantram é RAM.
Anahata: Esse é o chacra cardíaco,
relacionado ao plexo cardíaco [coração] como o nome
nos diz. Seu despertar confere a intuição e inspiração. Possui
doze pétalas, seu elemento é
o ar, sua deusa é Kakini e seu mantram é YAM.
Vishuddha: Chacra Laríngeo. O plexo
relacionado é o mesmo, laringeo, porém, ele
também é relacionado com a glândula endócrina tiróide. O seu
despertar confere a
faculdade de clariaudiência. Ele possui dezesseis pétalas, sua
deusa é Shakini, seu elemento
é o éter e seu mantram é HAM.
Ajna: Chacra frontal. Relaciona-se
com o plexo carótido e com a glândula pituitária. Seu
despertar proporciona ao Magista a faculdade de clarividência.
Possui duas pétalas
principais, porém, sendo em total de noventa e seis pétalas. Sua
deusa é Hakini e seu
mantram é OM.
32
Sahasrara: Chacra Occipital ou coronário.
Relaciona-se com a glândula pineal. Ele pode
ser chamado de “janela de Brahama” ou “olho de diamante”.
Confere a polividência, ou seja, a
união ou conjunto de todos os poderes citados até agora. Possui
mil pétalas e é a morada
de Shiva. Seu despertar ocorre quando a Kundalini sobe pelo
canal medular inundando
todos os outros centros até tocá-lo ou até tocar Shiva como se
diz, ou comumente, até se
unir com Shiva.
Como dito antes, existem variados exercícios para se despertar
parcialmente os chacras.
É necessário que o Magista ou iniciado do Santuário da Gnosis
pratique esses exercícios
para uma melhor preparação para o trabalho tântrico.
Crowley nos fala em um comentário sobre Liber AL que Hadit está em
todos, porém, o
que Ele necessita é uma estrutura física em condições saudáveis
para poder exercer seu
trabalho, ou seja, o iniciado tem – se essa for sua Vontade –
praticar tais exercícios para
preparar e fortalecer seu físico para um trabalho mágico de
qualidade.
A seguir está uma síntese de tais trabalhos e seus respectivos
exercícios.
___________________________________
Tasmin Sati
Svasprasvasayorgativicchedah Pranayama
___________________________________
Vamos começar por tentar definir o prana. Mas o que é o prana?
Prana é a energia vital
ou soma de todas as energias que se manifestam em todas as partes
do Universo.
De acordo com instrutores orientais, todas as formas de energias
são modificações
prânicas, como a eletricidade, o magnetismo, o calor... Todos os
poderes físicos ou
psíquicos são modificações prânicas.
Sempre que falamos de prana é porque inevitavelmente falaremos ou
queremos falar de
pranayama. Porém, o que é o pranayama ? Podemos citar dessa forma:
• Prana
= Energia, alento, ar...
• Yama
= Controle.
Definimos pranayama como o exercício do controle da energia ou da
respiração.
Tal controle traz como conseqüência, um maior domínio sobre nossas
atuações písicofísicas,
pois, para cada classe de pensamentos, sentimentos e movimentos
adotamos,
naturalmente, posturas respiratórias diferentes. Por exemplo, uma
pessoa que está
participando de uma festa terá uma respiração proporcional ao seu
estado psicológico, que
será de alegria, porém, se seus estado psicológico estiver
passivo, se suas atitudes
estiverem mostrando uma tristeza, ela adotará uma atitude
respiratória diferente e se
chorar, novamente sua atitude respiratória adotará novas características.
Assim é para
todas as pessoas e em todas as circunstâncias. Portanto, se o ser
humano for capaz de
adulterar essa natureza inconsciente, ou seja, se ele for capaz de
modificar esses estados de
acordo com sua Vontade, Vontade sobre sua respiração, poderá mudar
suas atitudes e
manifestações.
33
A ciência do pranayama é ainda mais forte e mais poderosa em seus
resultados se for
combinada com a Dhyana [meditação] contínua.
A prática do pranayama ajuda no desenvolvimento dos poderes
psíquicos do iniciado,
ajuda no processo de curas, combate a fome, a sede, o calor, o
fria, a dor e a alegria, ou seja,
contribui abundantemente no autodomínio do iniciado.
Outro benefício do pranayama é a purificação dos nadis. O Kapalabhati
(Kapala = crânio;
Bhati = brilhar) ou seja, é um exercício prânico para a
purificação do crânio.
O pranayama implica definitivamente no controle do pensamento,
pois o ar é o
elemento do pensamento e suas divagações.
O iniciado adquire, com essa prática [pranayama] um perfeito controle
sobre todas as
suas funções mentais e é por isso – como dito acima – ele é muito
mais poderoso ao se
praticar junto com a meditação, pois está, para ser perfeita, para
levar o iniciado ao estado
de Samadhi, deve estar desprovida de qualquer atividade mental
externa, ou seja, ligada as
divagações mentais causadas pela falta de disciplina no mundo em
que vivemos. Quem é o
homem que consegue ter domínio sobre seus pensamentos nos dias de
hoje? É só um
homem começar a queres para de pensar em algo que logo esse
pensamento não lhe sai da
cabeça. O pranayama acaba com isso...
Existe a ênfase neste ponto no que diz respeito ao pensamento
pois, sem concentração e
sem domínio sobre todas as atitudes mentais é impossível a prática
ou realização da Magia
Sexual no sentido mais elevado e sacro. Como poderia um iniciado,
em uma operação
mágica sexual, conduzir sua Vontade e seus fluídos sem
concentração ou com divagação
de pensamentos ? Pois bem, a prática do pranayama confere ao
iniciado esse elementos
necessários para a realização de sua obra, sua Magna Obra...
Crowley ensina em Liber RV vel Spiritus algumas práticas
para que o Zelator da A∴A∴
possa ter completo controle sobre a prática do pranayama.
Existem diversas práticas prânicas para diversos tipos de
trabalhos. Uma delas consiste
dessa maneira:
Sente-se em sua Ásana preferida. Inale suavemente e profundamente,
exale
rapidamente forçando o ar para fora e contraindo o abdome. Pode se
começar com umas
dez exalações (1 volta) diárias e ir aumentando uma volta por semana,
ate atingir 120
voltas.
Esse exercício purifica o sistema respiratório limpando os tubos
bronquiais, as narinas,
oxigenando os pulmões e o cérebro convenientemente, purifica o
sangue tonificando o
sistema circulatório e desobstrui os nadis.
Através do Swara (ciência da respiração) e do Tantra (ciência
sexual), pode o iniciado
controlar paulatinamente as manifestações do prana. Ele começa a
controlar pequenas
proporções do prana que atuam na mente e na região sexual. Existe
uma estreita conexão
entre a mente, o prana e o sexo. O iniciado que controla sua
energia sexual com a força de
sua Verdadeira Vontade pode lograr o que quiser na vida, afinal,
essa é a energia mais
poderosa do universo. Dessa maneira, surge o domínio de si mesmo,
o domínio de sua
verdadeira natureza.
34
__________
Nadis
__________
De acordo com os instrutores orientais, os nadis são canais
astrais, condutores das
correntes prânicas e somente são vistos por aqueles iniciados
clarividentes. Assim não são
considerados nervos. Seu número alcança a 72.000. Os nadis mais
importantes são Ida,
Pingala e Sushuma, sendo esse último o superior, por onde sobe a
Kundalini inundando
todos os chacras. Esse nadi passa pela parte central da coluna
vertebral.
A Lua move-se e tem relação com Ida, o Sol move-se e tem relação
com Pingala.
Ida vai do testículo direito a narina esquerda e Pingala do
testículo esquerdo a narina
direita.
Através do pranayama o iniciado transmuta a energia sexual. Dessa
maneira nutre
determinados órgãos com o Prana que em si é carregado de átomos solares
e lunares.
_____________________
Centralização do
Prana
_____________________
“Durante os sandhyas, inale o prana externo, encha o estômago com
ele e centralize-o com a
mente, no meio do umbigo, na ponta do nariz e nos dedos dos pés.
Com esse procedimento o Yôgui se
libertará das enfermidade e da fadiga.”
Swami Siwananda
Prana é o grande alento, é a vida que palpita em cada átomo, assim
como palpita em
dada Sol, em cada Estrela.
O prana existe em todos os lugares. Na comida, no ar, na água...
Siwananda nos conta que se o iniciado for capaz de centralizar o
prana na ponta do
nariz ele obtêm domínio sobre o elemento ar; se centraliza-lo no
meio do umbigo dissipará
as enfermidade e se centraliza-lo nas pontas dos pés seu corpo se
tornará ligeiro.
Ele enfatiza muito na prática do pranayama para o domínio de si
mesmo e para a saúde
do corpo físico.
“Qualquer um que beber ar pela boca, durante os dois Sandhyas e as
últimas horas da noite, por
um espaço de três meses, obterá a auspiciosa Saraswati (Deusa
da palavra), eloqüência e sabedoria,
isto é, Ela estará presente em seu Vach (palavra)...”
___________________________________
Observações para a
prática do pranayama
___________________________________
Para prática do pranayama, sugiro que as seguintes observações
sejam consideras.
1. Escolher um lugar calmo, tranqüilo e ventilado, preferivelmente
voltado para o
oriente.
35
2. Não enrugar os músculos do rosto ao praticar o Kumbhakam
(retenção do ar), pois
isso indica que esta sobrecarregando suas próprias capacidades e
não permitindo
assim, a regularidade do Rechak (expiração) e Purak (inspiração).
3. Usar nas práticas de pranayama o mantram OM ou simplesmente a
contagem
numérica.
4. Não convém banhar-se após o pranayama, tão pouco se expor ao ar
livre,
principalmente se houver transpirado. Porém, isso, como já foi
comprovado, pode
variar de pessoas para pessoas, ou seja, a prática lhe mostrará o
melhor caminho ou
decisão a ser tomada.
5. Não se faz ruídos com as fossas nasais tanto na expiração,
quanto na inspiração.
6. Pode-se praticar em qualquer Ásana (posição do corpo de acordo
com as práticas de
Yôga), porém, de forma que a coluna vertebral esteja ereta e o
estômago vazio.
7. Para o iniciante, é melhor que a retenção do ar não se estenda
em demasia, – a não
ser que essa seja sua Vontade – deve-se aumentar gradativamente
até que a
capacidade pulmonar seja alterada.
8. Deve-se limpar as narinas e fossas nasais antes da prática do
pranayama, como
também colocar-se em uma Ásana cômoda para evitar movimentos
desnecessários,
os quais atrapalham a concentração.
_______________
Alguns exercícios
________________
1. Primeiro
exercício: Concentração no entrecenho:
Coloque-se em
disposição para o exercício em uma Ásana de sua preferência.
Concentre-se no entrecenho (local do chacra Ajna) e lá mantenha
sua atenção.
Com o dedo polegar direito feche a narina direita e inale pela
esquerda suavemente,
lentamente e sem esforço contando doze unidades de OM ou
numericamente.
Sem reter o ar exale pela mesma narina repetindo o mesmo processo.
Faça isso por doze
vezes.
Aguarde uns dois minutos e faça o exercício da mesma maneira com a
narina direita,
porém, feche a narina esquerda com o indicador da mão direita.
2. Segundo exercício: Concentração no entrecenho alternado:
Da mesma maneira como começa o exercício anterior, feche a narina
esquerda com o
indicador direito e inale o ar pela narina direita contando oito
unidade de OM ou
numericamente.
Sem reter o ar, feche a narina direita com o polegar direito e
exale o ar lentamente pela
narina esquerda.
Dessa mesma maneira inale o ar pela narina esquerda lentamente e
com suavidade.
Novamente sem reter o ar, feche a narina esquerda com o indicador
direito e exale o ar
suavemente pela narina direita.
Esse foi um ciclo prânico de 8.8 unidade de OM.
Faça um total de doze ciclos.
36
3. Terceiro exercício: Concentração no entrecenho alternado
com Kumbhakam:
Como nos dois exercícios anteriores faça:
Inale pela narina direita enquanto fecha a esquerda com o
indicador direito. Conte oito
unidades de OM ou numericamente.
Retenha o ar por quatro unidade de OM ou conte numericamente.
Exale pela narina esquerda enquanto fecha a direita com o polegar
direito por oito
unidade de OM ou numericamente.
Fique sem o ar por quatro unidades de OM ou conte numericamente.
Inale pela narina esquerda enquanto fecha a direita com o polegar
direito por oito
unidades de OM ou numericamente.
Retenha por quatro unidades de OM ou conte numericamente.
Exale pela narina direita enquanto fecha a esquerda com o
indicador direito por oito
unidades de OM ou numericamente.
Fique sem o ar por quatro unidades de OM ou conte numericamente.
Esse completa um ciclo prânico. Faça doze ciclos.
Como pode ver, esse exercício trabalha o chacra Ajna, o chacra que
confere ao iniciado a
clarividência.
Aumente o período de suas práticas como foi ensinado em Liber RV.
Depois que passou
a fazer muitos ciclos prânicos com facilidade, comece a calcular a
prática por tempos
determinados como uma hora, duas horas e etc.
______________________
Mantrams
_____________________
“Mais vale uma hora de vocalização do que mil livros lidos.”
Dr. Arnold Krumm Heller
Mantrams são palavras de poder usadas para dois tipos de trabalho,
a dissipação de
pensamentos na hora da meditação e o despertar parcial dos
chacras, ambos praticados da
mesma forma, ou seja, pela vocalização (oral) ou pela mentalização
(mente).
Existem muitas controvérsias neste assunto. Uns dizem que só serve
para dissipar
pensamentos, que tais mantrams são incapazes de despertar os
chacras mesmo que
parcialmente. Por um outro lado, outros dizem que não, só servem
para vocalização para
se despertar os chacras. Porém, existe uma outra classe de
iniciados que dizem que o
mantram serve para as duas funções. A experiência me mostrou que
devo me situar nessa
última classe de iniciados pois vi e comprovei a eficácia dos
mantrams em ambos os casos.
Literalmente, a palavra mantram significa parar de pensar.
• Man
= Pensar.
• Tra
= Parar
37
No Universo tudo é movimento atrás de cada movimento existe um
som, uma tônica
fundamental.
Na ciência do Mantram-Yôga, como já disse anteriormente,
podemos ver a utilização do
mantram com variações, ou seja, alguns fazem o mantram como forma
de oração, que é a
repetição do som sagrado, outros fazem ou utilizam o mantram na
dança e outros
vocalizam o mantram em uma série de repetições concentrando-o em
determinados pontos
[chacras]. No final o resultado pode variar de acordo com a
prática. O iniciado pode
adquirir poderes psíquicos, força, cura e etc.
A respeito da prática do Mantram-Yôga muita coisa foi falada,
porém, vejo a
importância de enfatizar que todo o corpo no Universo possui um
som característico, uma
nota que o faz vibrar e o mais interessante a ser observado é que
cada corpo possui uma
nota tônica e responde somente a ela e mais a nenhuma outra. Assim
ocorre com os
chacras. Cada um possui sua nota tônica fundamental e essa, quando
é vibrada, o coloca
em movimento o despertando de sua letargia, porém, como também se
observou, o chacra
responde a variações em sua nota tônica. Essas variações podem
aumentar a capacidade do
chacra ou não, como sempre, no final, o que determina, é sempre a
prática...
Sendo assim, o mantram é uma sábia combinação fonética, uma
perfeita combinação de
letras cujo os sons produzem efeitos físicos, psíquicos e
espirituais.
______________
Observações
_________________
1. Para se obter um bom aproveitamento na vocalização dos mantrams
é necessário uma
concentração firme, um estado de sentimento adequado e consciência
além de tudo.
2. O mantram pode ser utilizado de três formas: Oralmente,
mentalmente e com o coração.
O ideal é combinar os três na hora de uma operação mântrica.
3. O Manas Mantram (mantram mental), combate os pensamentos
paralelos na meditação.
Nesses casos o mantram atua como um Koan (espécie de enigma
a ser decifrado na
meditação profunda).
4. O Bija mantram é o som que desperta parcialmente os
chacras, são os mantrams dos
chacras.
5. O mantram pode ser dividido em duas classes: Japa (vocalização
longa, repetida e sem
musicalidade) e Kirtan (vocalização cantada, ou seja, com
musicalidade).
6. Pode se combinar harmoniosamente o Swara (ciência da
respiração) com o mantram.
Nesse caso, inale profundamente o ar e retenha por alguns
instantes vocalizando o
mantram logo em seguida. Isso aplica-se melhor para os Japas.
________________________
Exercícios Mântricos
________________________
1. Primeiro exercício: OM
Descrição: OM é uma palavra de força que provem
das três letras sagradas AUM. Dentro
da Yôga é considerado um mantram muito poderoso.
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Significado: Não pode ser descrito por palavras, já
que de certa forma é o aspecto sonoro
do Absoluto.
Pronúncia: De forma prolongada faz vibras os
chacras, principalmente o Ajna e o
Anahata.
Benefícios: Cura de enfermidades cardíacas,
desenvolve os poderes psíquicos
relacionados aso chacras citados, desperta a inspiração, a
intuição e outras faculdades
transcendentais.
2. Segundo exercício: AUM
Descrição: Vibração suprema. O iniciado perceberá
que se meditar concentrando na letra
sanscrita AUM (OM), ela se converte em um verdadeiro Yantra (diagrama
esotérico com
muitas alegorias). [AUM = Trindade; O M = Dualidade; OM =
Unidade].
Significado: Palavra que manifesta a divindade. A
palavra AUM tem estrita
correspondência com AMÉM.
Pronúncia: Abre-se bem a boca com a vogal A,
arredonda-se com a vogal U e fecha-se a
boca com a vogal M. Todas as vogais tem de ser estendidas.
Benefícios: Esse mantram na ciência do
Mantram-Yôga é chamado de Prototátwico, ou
seja, nos permite despertar poderes tátwicos. A vocalização como
foi indicada atua
também no chacra Manipura e desperta as faculdades superiores como
a telepatia.
3. Terceiro exercício: OM MANI PADME HUM
Descrição: Literalmente significa “Eu sou a
jóia de Lótus e nele permanecerei”. Esse mantram
é muito usado em meditações para que os pensamentos se dissipem,
porém, existem
correntes esotéricas que afirmam que esse mantram não serve apenas
para esse fim, dizem
ser uma poderosa petição ao Pai Interno, Íntimo – no caso dos
Thelemitas SAG – que é o
Pai que está em secreto. Eles também afirmam que a verdadeira
pronúncia do mantram é
OM MASI PADME YOM e que seu significado é “Ó meu Deus em mim”.
Pessoalmente creio
que isso só é mais uma derivação e a experiência me mostrou que
essa variação – pelo
menos em mim – não determinou efeitos práticos mas com a forma
original sim.
Benefícios: Serve para despertar a intuição, para
comunicar-se com Atman. Deve ser
usado em profunda meditação e recolhimento interno.
4. Quarto exercício: AUM TAT SAT
Descrição: Esse é um outro mantram muito poderoso
e que as vezes aparece com uma
variação de OM TAT SAT ou OM TAT SAT TAN PAN PAZ. Mas em todos os
casos, ele é
usado da mesma maneira, para dissipar os pensamentos na hora da
meditação.
Pronúncia: Como se lê, mas dá-se ênfase tônica na
letra T.
Benefícios: Ao ser vocalizado de forma correta,
isso é, em estado de meditação profunda,
consciente, cria-se uma faixa de vibração em movimento. Essas
vibrações são as mesmas
das moléculas dos corpos.
A ciência do Mantram-Yôga é vasta, atinge níveis e níveis de vocalização.
Pensando
nisso é que decido descrever agora os exercícios mântricos
relacionado com o despertar
dos chacras segundos os ocidentais, ou seja, pela vocalização das
vogais.
39
___________________________________________________________
Vogais e as
faculdades dos chacras
_______________________________
Cada chacra tem seu mantram e
isso foi demonstrado anteriormente, porém, no
ocidente, o despertar parcial dos chacras pela Mantram-Yôga dá-se
por meio da utilização
de outros mantrams, ou seja, as sete vogais da natureza.
Como em toda a área do ocultismo existe divergência de
ensinamento, uns dizem que
as sete vogais são: IEOUAMS (os adeptos desse conhecimento dizem
que M e S no
ocultismo são vogais); outros, porém, não compartilham desse mesmo
ensinamento
dizendo que as sete vogais da natureza são: IEOÔUAÁ.
Ao meu modo de ver, ambos tem seu valor e é necessário que aqui
neste ensaio eu siga
os parâmetros de um dos dois. Sendo assim, escolhi o primeiro, não
porque seja melhor ou
pior que o segundo e sim porque foi o que melhor me afinizo,
porém, não nego a eficácia
do segundo.
Essas sete vogais da natureza fazem vibrar o organismo, bem como
os chacras e
desperta-los parcialmente.
A vogal I desenvolve a clarividência; a voga E desenvolve no
iniciado a clariaudiência; a
vogal O desperta a intuição; a vogal A desenvolve no iniciado a
capacidade de se lembrar
da vidas passadas e as vogais M e S [no ocultismo] vibram os
chacras Muladhara e
Swaddhisthana.
A seguir está exposto algumas séries de mantrams para serem
trabalhadas.
1. Primeira série:
CHIS = clarividência
CHES = clariaudiência
CHOS = intuição
CHUS = telepatia
CHAS = memória de vidas passadas
Cada mantram deve ser vocalizada até o final. Nesse caso, o CH tem
o som de X.
2. Segunda série:
IN = clarividência
EN = clariaudiência
ON = intuição
UN = telepatia
NA = memória de vidas passadas
3. Terceira série:
SUIRA = clarividência
SUERA = clariaudiência
40
SUORA = intuição
SUURA = telepatia
SUARA = memória de vidas passadas
Aqui é necessário enfatizar que a vocalização deve ser acompanhada
por concentração e
visualização do chacra a ser trabalhado, pois, sem isso, de nada
adianta o trabalho.
_____________
Addendum
______________
“(...) Os chacras funcionam através do sistema endócrino e, assim,
afetam a humanidade nos
níveis psico-físicos.”
Kenneth Grant
No culto Theriônico da O.T.O., os dois chacras fundamentais são de
importância
suprema e nesse sentido são bem trabalhados pelos iniciados que
seguem o sistema de
Aleister Crowley.
O chacra Swaddhisthana é o chacra de importância nesse presente
trabalho pois ele, é
envolvido diretamente com o sistema do IX° O.T.O.; o chacra Muladhara
também é
importante porque ele se envolve diretamente com o segredo da
Magia Sexual do XI°
O.T.O. e suas variações, essas, provocam regeneração e
ressurreição...
Kenneth Grant cita algo a respeito do secreto XI°: “O número de
Keter, a Luz Suprema, é
Um, ou a Unidade. Malkuth e Keter unidos somam 11, o número da
Magia e daquela palavra
undécupla que é feita carne por um processo de Magia Sexual que os
Iezides praticavam e do qual os
árabes deram uma pista em seus mais antigos livros sagrados. Há um
dito Qabalístico que diz:
‘Keter está em Malkuth e malkuth está em Keter, mas de outra
maneira’, e seu significado deve ser
procurado nos mistérios do XI°.”
Os chacras são um dos assuntos que mais preocupam ocultistas do
mundo inteiro.
Leadbeater preocupou-se bastante com esse assunto e em seus
escritos ela fala [nas
entrelinhas] de um oitavo chacra dentre os sete principais. Na
verdade, creio que deve ter
havido algum engano por parte desse autor ou ele não podia falar
disso abertamente. A
verdade esta velada e nós nunca sabemos, porém, talvez não fosse
sua missão revelar algo
dessa natureza.
Crowley foi mais longe e citou mais três chacras [não citados
pelos hindus] de suma
importância para a Magia Sexual. Ele escreveu a um irmão dizendo:
“Parece que um conjunto especial de nadis alimenta o Lótus
Muladhara como se ele tivesse três
raízes. A fonte destas três raízes está nos três centros que você
mencionou. Mas eles não são Lótus
da mesma ordem dos Sete Sagrados. Primeiro,
eles não são protegidos pela espinha e [por isso]
não entram neste simbolismo.(...)
O Lótus anal tem oito pétalas, é carmesim escuro, incandescendo
pura cor de papoula quando
excitado, e seu centro é de um rico castanho dourado à la
Rembrandt. Este Lótus contém um certo
mistério do Apana-Vayu (os ares vitais).
41
O Lótus Prostático é como um peridoto, extremamente translúcido e
límpido. Seu centro é de um
branco tão claro como um diamante. As pétalas são numerosas, acho
que trinta e duas.
O terceiro Lótus está na glans penis, perto da base e da superfície
interior na linha média. É de
um rico púrpura surpreendente, com uma radiação de lilás mesclado
com ultravioleta. O centro é
dourado como o sol e dele saem raios de escarlate e puro azul
alternativamente.
Dentro desse centro há um ponto escuro de raios infravermelhos. A
concentração próxima a este
ponto é extremamente difícil devido à sua violência. [Esta
estranha palavra expressa bem o falo.] (...)
Eu não acha que tenha algum perigo em vivificar esses três Lótus
se a pessoa houver previamente
despertado os centros superiores e, especialmente, se a Kundalini
houver sido treinada para banharse
diariamente no chacra Swaddhisthana. Seria inadequado começar o
trabalho com eles, embora, e
de fato, como eu lhe disse, eu acho melhor não começar com nada abaixo
do Anahata, embora seja
mais difícil despertar a Kundalini desta maneira.
P.S. Na fêmea da espécie humana, estes três Lótus também existem,
mas de forma muito
diferente. O Lótus anal é como do macho, porém menos e menor
brilhante.
O segundo dos chacras está situado entre a ureta e cervix uteri. É
um Lótus muito grande com
miríades de pétalas, de algum modo difusas e como um repolho. Sua
cor é cinza neutro, mas na
gravidez ele se torna um laranja brilhante e como uma flor; ele é
extremamente sensível e absorvente,
e constitui o maior perigo para as mulheres. Influências externas
invadem-no facilmente e causam
histeria e obsessão. Durante a menstruação, em particular, ele é
inundado por listas castanhas e
vermelhas e parece carcomido.
O terceiro Lótus está na base do clitóris. Ele é pequeno, mas
extremamente brilhante. As pétalas
são em número de quarenta e nove, sete fileiras de sete [pétalas]
cada uma. A cor básica é um rico
verde oliva, algumas vezes assemelhando-se à esmeralda. As folhas
têm veios de vívidos azul
ultramarinho. O centro é rosa carmesim, com pistilos dourados
sobre hastes emplumadas de um
branco leitoso. As folha têm bordas pérola e púrpura.”
__________________________
Conclusão para esse
capítulo
___________________________
O tema tratado nesse capítulo é extenso demais para ser tratado por
completo, sendo
assim, o essencial foi passado, porém, faltam algumas informações
necessárias.
Não há como falar de Magia Sexual [Tantra Yôga] sem falar de Yôga
em si.
O fundamental é que o leito saiba, sendo iniciado ou não, que para
se praticar Magia
Sexual [que só é mais um ramo do Yôga] sem se desenvolver pela
sábia utilização de cada
um dos sistemas de Yôga.
Vários autores tentaram – e fracassaram – unir todos os sistemas
de Yôga em um só,
como foi o caso de Samael Aum Weor e Jorge Adoum.
A experiência e o tempo provou que cada um dos sistemas de Yôga
deve ser praticado
em si como é, porém, todos devem ser praticados pelo iniciado.
Para uma melhor compreensão descreverei aqui os sistemas de Yôga.
1. Hatta Yôga: Utiliza o domínio interno e externo do corpo
físico como ponto de
partida e como meio para chegar a uma integração universal.
42
2. Karma Yôga: Emprega a atividade externa, a vida ativa,
com renúncia progressiva ao
objeto da ação. É o sábio cumprimento do dever.
3. Bhakti Yôga: É do amor e devoção espiritual.
4. Raja Yôga: Utiliza o domínio interno dos mecanismos das
atividades mentais.
5. Gnana Yôga: Emprega o discernimento do conhecimento
abstrato.
6. Mantram Yôga: Usa o domínio do som, externo e interno, e
a aplicação do ritmo a
determinadas combinações de sons.
7. Tantra Yôga: Emprega a prática das energias psíquicas e
fisiológicas como ensinado
nesse ensaio.
Crowley em uma carta [Liber Aleph] ao seu Filho Mágico diz:
“Por último, exercita
constantemente os Oito Membros de Yôga. E assim tu chegarás ao
Fim.”
Esses oito membros são oito etapas que comumente aparecem na Raja
Yôga, porém,
creio que essas oito etapas podem ser praticadas em cada um dos
sistemas de Yôga
apresentados, mas, no entanto, com suas variações. As oito etapas
são:
1. Yama: É uma regra de moral Yôgui, o iniciado deve
abster-se de toda forma de
violência, mentira, roubo, luxúria e demais características da
personalidade.
[Crowley estende o assunto em Liber XXX (Liber Librae) e em Liber
CCXX (Liber Al
vel Legis) bem como em Thien Tao (Konx Om Pax)].
2. Niyama: É o cultivo da pureza de corpo e mente. Alegria,
austeridade, e pensamento
constantemente voltado para divindade. (Na visão de Crowley, Yama
e Niyama “é
viver de tal forma que nenhuma emoção ou paixão perturbe a
mente”).
3. Ásana: Refere-se ao que o corpo consiga adotar uma
posição estável, sem que
obstruam as energias circulantes. Em etapas mais adiantadas,
significa também uma
correta atitude psíquica e mental.
4. Pranayama: Seu objetivo é o emprego consciente das
energias psíquicas pelo domínio
do prana.
5. Pratyahara: Isolamento da mente ou abstração dos
estímulos sensoriais, mantendo-a
perfeitamente desperta e atenta.
6. Dharana: Aplicação total da mente sobre um ponto
(físico, psíquico, mental e
espiritual).
7. Dhyana: Fase de penetração da mente em um ponto
assinalado em Dharana.
8. Samadhi: Fase final da ascensão da consciência:
Unificação, integração, identificação
total do sujeito com o objeto.
Esses ou essas são as oito etapas a serem praticadas. A aplicação
dessas etapas nos
sistemas de Yôga permitem ao iniciado fazer um trabalho completo
no que diz respeito ao
seu rendimento espiritual, a sua Grande Obra.
43
Fugimos do tema principal nesse capítulo, porém, mesmo assim,
creio ser fundamental
que o iniciado pratique todos os sistemas de Yôga se é que quer
realmente construir as
bases firmes da pirâmide em relação a Magia Sexual e em relação a
própria iniciação em si.
As portas do Reino Interno são os chacras em seu perfeito
desenvolvimento, sendo
assim, aconselho ao estudante sério que busque um bom instrutor
nos sistemas de Yôga.
No Brasil dois grandes instrutores fazem um trabalho eficiente,
Hermógenes e De Rose.
44
_______________
IV
O Rito
________________
“EIS aqui então o teu Programa para todas as Operações de Magia.
Primeiro: tu descobrirás tua
Verdadeira Vontade, como Eu já te ensinei, e aquele Botão dela que
é o Propósito desta Operação.
Em seguida, formula esta Vontade-Botão como uma Pessoa, buscando-a
ou construindo-a, e
dando-lhe nome, de acordo com tua Santa Qabalah, e sua infalível
Regra de Verdade.
Terceiro: purifica e consagra esta Pessoa, concentrando-te sobre
ela, e contra tudo mais. Esta
Preparação continuará em toda a tua Vida diária. Nota bem: apronta
uma Nova Criança
imediatamente após cada Nascimento.
Quarto: executa uma Invocação direta e especial em tua Missa,
antes da Introdução, formulando
uma Imagem visível desta Criança, e oferecendo o Direito de
Encarnação.
Quinto: executa a Missa, sem omitir a Epiklesis, e que haja uma
Aliança de Ouro nas Bodas de
teu Leão com tua Águia.
Sexto: na Consumação da Eucaristia aceita esta Criança,
dissolvendo nela tua Consciência, até
que ela esteja bem assimilada dentro de ti.
Agora pois faze isto continuamente, pois através de Repetição vem
tanto Força quanto
Habilidade, e o Efeito é cumulativo, se tu não dás tempo para que
ele se dissipe.”
Aleister Crowley
____________
O Santuário
_______________
O Santuário é o local para a prática mágica do rito fálico. Ele
pode ser em qualquer
lugar. Você pode montar seu Santuário no seu quarto, em um quarto
separado, construir
um local só para essa prática mágica... Não importa. Você só deve
levar em consideração
certas implicações necessárias.
Esse é um local sacro, sendo assim, leve ali somente Sacerdotisas
consagradas para esse
tipo de trabalho. Não entre ali com roupas sujas da rua, dessa
maneira você não levará
sujeira para seu Santuário.
Ali você poderá meditar, fazer Hatta Yôga, Magia Sexual... É
pensando nisso que você
deve se preocupar em não levar estranhos lá, não deve levar
mulheres que não
compreendem sua posição espiritual e muito menos entrar sujo neste
ambiente. Limpe-se
antes de lá entrar, purifique-se, tome um banho de plantas e entre
lá perfumado com
essências maravilhosas. Lembre-se, lá é seu santuário.
Outra providência a ser tomada é a defesa astral de seu Santuário.
Estes lugares devem ser bem protegidos contra larvas astrais dos
mais diferentes tipos.
Seres que só vivem de nossa energia e nos vampirizam
psiquicamente.
Um Santuário mágico onde é praticado o rito da criação é um local
visado por esse tipo
de seres pois lá [no Santuário], existe uma energia muito poderosa
sendo formada, lá criase
um vórtice mágico poderoso que não deve ser profanado.
45
Sendo assim, proteja o local com um Círculo mágico permanente.
Compre uma corda e
a consagre com sua Verdadeira Vontade. Amarre as duas pontas e a
coloque em volta de
todo o santuário [por dentro é claro]. Ela deve ter a medida exata
de toda área interna do
santuário. Nela coloque alguns cristais amarrados e não tire-a
dali para nada. Seria bom
que você fizesse alguns rituais de banimentos antes dos ritos
mágicos e depois deles.
“MAS no Sacramento da Gnosis, que é do Espírito, nada há que cause
dano, pois seus Elementos
são não apenas Alimento, mas uma verdadeira Incarnação e
Quintessência de Vida, Amor, e
Liberdade; e em sua Manifestação é teu Leão consagrado por pura
Luz de Êxtase. Também, como esta
é a mais forte, e também a mais sensitiva de todas as Coisas, e
tanto própria quanto pronta para
receber impressão da Vontade; não como um Selo, passivamente, mas
com verdadeira Recriação dela
num Microcosmo. E isto é um Deus vivo, e potente para criar, e ele
é uma Palavra de Magia na qual
tu podes ler-Te com toda a tua História e todas as tuas
Possibilidades. Também, quanto à tua Águia,
não é esta escolhida pela Natureza Mesma em Seu Caminho de
Atração, sem cuja Harmonia Estética
e Magnética teu Leão queda silente, e inerte, mesmo como Aquiles
(antes de sua Cólera) em sua
Tenda? Portanto também agora Eu te comando, ó meu Filho, a
partilhar constantemente deste
Sacramento, pois ele é próprio a toda Virtude; e à medida que tu
aprenderes a usá-lo em Perfeição tu
sobrepujarás todas as outras Formas de Magia. Sim, em verdade
nenhuma Erva ou Poção é como
esta, suprema em todo e cada Caso; pois é a Verdadeira Pedra dos
Filósofos, e o Elixir e a Medicina
de todas as Coisas, a Tintura Universal ou Mênstruo de Tua Própria
Vontade.”
Aleister Crowley
____________________________
Os sentidos na Magia
Sexual
_____________________________
Na prática da Magia Sexual, os sentidos devem ser bem explorados
pois eles, de uma
forma singular, são a chave para um Ritual bem feito.
Em todo tratado tântrico oriental, o leitor poderá comprovar que
os sentidos são
explorados em seu máximo ou limite.
Poderá comprovar que no ocidente o sexo se degenerou de uma forma
radical, levando
sua sacralidade para as fossas mais profundas da ignorância
humana. Isso, de qualquer
forma, mostra que o ocidente – talvez – ainda não esteja preparado
realmente para as
práticas tântricas. Mas existe um outro porém. O conhecimento –
assim creio – de forma
nenhuma pode continuar estagnado da maneira em que se
encontra. Estamos em novos
tempos, muito do que era sagrado no passado hoje já não é e as
portas dos Templos se
encontram escancaradas para o público. Talvez isso seja outro
sinal importante e revelador
que, de certa forma, deve ser interpretado de duas formas, ou
seja, talvez já seja a hora da
humanidade receber o que era até então um segredo sacerdotal, quem
sabe, por merecer;
por outro lado, talvez esse seja um sinal que as portas se
encontrarão fechadas daqui um
tempo. Sendo assim, a humanidade deve correr para não ficar fora
do barco...
Acredito na evolução – ou revolução – em todos os sentidos. Creio
que é hora de
escancarar as portas dos Templos e jogar a quinquilharia velha
para fora pois, dessa
46
maneira, novos conhecimentos possam ser recebidos – ou concebidos
– para que a
humanidade saia de atoleiro em que se encontra, a ignorância.
_______________
A Visão
________________
Todos os sentidos na Magia Sexual tem sua importância na cadeia do
equilíbrio, porém,
em determinadas pessoas, um sentido sempre se desenvolve mais.
Sugiro então que o
estudante tente desenvolver todos da mesma maneira para que possa
saber qual é o
sentido que mais se afinize.
Como disse, o equilíbrio da cadeia é o que deve ser buscado. Um
homem, não importa
se é feio ou bonito, porque se ele se encontrar em perfeito
equilíbrio interno, se seus átomos
internos estiverem trabalhando de forma equilibrada, ele será
magnético e atrairá para si
tudo o que de melhor há na vida. Como tratamos de um livro sobre a
sexualidade, deixo
bem claro que ele atrairá para si mulheres maravilhosas.
Um homem é o que seus átomos internos são. Dessa maneira
destinguimos um ser
humano do outro pelos tipos do átomos que atrai, bem como o tipo
de pessoas que ele se
mistura.
Esse conhecimento é de grande ajuda na visão. Ajuda a destinguir,
as vezes, o certo e o
errado.
A visão tem de ser treinada. Um Magista poderia não sentir atração
por sua Shakti se a
mesma andasse de qualquer forma, esculhambada por aí sem se
cuidar. Da mesma forma
acontece com o Magista que não se cuida.
É bom que a Shakti deixe um deslumbre no olhar de seu Sacerdote
dias antes do rito
mágico e principalmente no dia.
No meu caso, adoro mulheres naturais, sem muita maquilagem; adoro
ser excitado pelo
olhar. Isso não acontece só comigo, tenho plena certeza de que
ninguém gosta de estar com
uma pessoa esculhambada. Sendo assim, sugiro que o leitor
leve isso em consideração e
comece a cuidar mais de seu visual para que se sinta bem consigo
mesmo e com seu
parceiro(a).
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O Olfato
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Esse talvez seja o sentido mais desenvolvido para a prática de
Magia Sexual.
Creio que o olfato tenha as características para decidir um bom
ritual.
O ser humano emana diversos aromas em seu corpo, aromas que as
vezes se tornam
desagradáveis. Não que são ruins ou têm mau cheiro, todos têm suas
características e
peculiaridades.
Os lugares onde o odor sempre é mais aguçado são sempre aqueles
onde as glândulas
trabalham mais. As axilas, as dobras das juntas do corpo, os
órgãos sexuais, a fissura entre
as nádegas, atrás das orelhas e alguns outros lugares.
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Sugiro então que os praticantes sejam asseados e se limpem antes
do rito para que o
odor desse lugares não sejam tão fortes na hora da prática.
Da mesma maneira o cuidado deve ser tomado com o hálito. Ele pode
variar de acordo
com o que comemos até mesmo vinte e quatro horas antes do rito.
Aconselho que os
praticantes não exagerem no alho e nas comidas picantes. No dia do
rito, talvez frutas seja
o alimento mais aconselhado.
Os odores corporais variam de acordo com o passar do dia. Cada
pele tem seu odor
particular que pode variar antes, no momento e depois da prática.
Aconselho que esse sentido seja bem desenvolvido pelos estudantes.
Que na hora do
rito ele seja praticado com bastante entusiasmo.
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